Olha só, cheguei em algum lugar hoje...
parece distante mas é só outro fim de ano
que vivi, respirei dia após dia,
Acredite, achei ter amado. Mas não.
Não venho falar de amor.
Venho dizer que encontrei galhos secos neste lugar que estou,
venho dizer que o céu que posso ver é estonteantemente maravilhoso.
Simplesmente.
Estou acompanhado de notas e um tempo que faz as nuvens perder o encanto de despreocupação
passam disparadas enquanto os segundos já nem podem serem vistos.
Não sei se arquitetei meus passos até aqui
não tenho certeza se era aqui mesmo que gostaria de estar.
Parece que estou sozinho. Olho para a minha mão direita e não vejo nenhum cadeado que me promete algo.
Não existem sonhos ou romances a serem escritos
acredito que haja apenas um céu com nuvens disparadas.
Nuvens que perderam o ar de despreocupadas.
E apesar de estar escrevendo, são apenas pensamentos
pois nenhum outro diria mais ou algo diferente.
As madrugadas talvez dizem mais do que os próprios textos
que procuram desesperadamente encontrarem-se num labirinto sem Fauno.
Grito muito o céu. Grito muitas notas. Grito muitos poemas, muitos encantos. Grito muitas paixões. Esperneio meu coração romântico insaciável. Esforço cada fibra da minha mente pra descobrir o que fazer, exatamente, para poder voltar pra casa. Algo que eu já disse.
Se for complicado de entender jogue tudo para cima e desista de tê-lo como jogo, a escrita.
Eu só queria te mostrar que há algo além de simples palavras que constituem frases, que nos dão sentidos.
Poderia ser apenas as palavras dizendo nada, mas ali, vermelhas à explodir de tanto querer dizer algo
Não algo belo, não algo poético somente,
mas algo verdadeiro. Intenso e profundo.
Algo que seja das selas fundas que habitam a escuridão do meu coração.
Porque quando escrevo tento encontrar o que sou. Abandono as mentiras. Tento ser verdadeiramente com as palavras que conheço e posso usar.
Talvez expressar-me desta forma seja inútil, como tanto julgo ultimamente, mas o fato de expressar-me
me liberta de algo que permite a respiração, dia pós dia.
E eu sei que sempre que escrever vou falar do céu ou do amor. Vou falar de pássaros ou músicas que inspiram. Porque coisas belas preenchem um vaso com boa terra fértil.
Acredito que o mundo seja preenchido tanto de coisas boas quanto coisas ruins
posso amar incorrigivelmente meio a tudo isso.
Mas você acha que eu sou um mentiroso que quebra corações.
Um dia eu poderia ser a minha melhor janela pra você assistir,
mas você acha que eu sou um missionário que trás ajuda.
E que talvez eu possa te dizer "eu te amo", levá-la para algum lugar
Dar uma volta pelo belo mundo em que viemos viver
dizem que há uvas por aí. Eu acredito. Se você vier comigo
poderemos encontrar algo por aí
algum brilho que seja só nosso.
Não precisamos mentir enquanto estivermos de mãos dadas,
se encontrarmos alguma estrela que nos diga algo, diremos algo à ela.
E se precisarmos dar meia volta e retornar pelo mesmo caminho
estarei ao seu lado para dizer que fizemos aquilo juntos. E que, enfim, estamos de volta.
Ao labirinto sem fauno, à escrita motivada por um vazio.
ao que chamamos "de volta à vida".
Posso ser um estranho tentando alcançá-lo
mas serei a unica sombra nessa imensidão de pessoas
que olhará para o céu tentando adivinhar o que outra pessoa pensa de tudo isso
Sei que quando a estrela brilha há algo mais nisso.
Sei que, seu sorriso, por mais singelo e único que seja, trás tristezas nas curvas que o formam.
Mas me pergunto pra onde irão teus pensamentos quando, oportunamente
te faço guiar com minhas próprias palavras.
Sallut
05.12.2013
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