Não havia muito a ser dito, mas por insistência as palavras acabaram vindo parar aqui. De alguma forma me trouxeram para Pompéia e minha mente esta delirante. Mas não como da última vez, tudo está bem lucido, me sinto bem. Tenho água e carreguei cinco litros por aí. Eu tinha uma Flauta de Pã amarrada no pescoço e quando a tocava os pássaros me indicavam o caminho até o rio mais próximo... além de atrair a comida e descobrir caminhos, a flauta causava desespero quando era noite de Lua Minguante. Não havia Lobo e nem sangue suga. Era apenas um ruído perfurando o silêncio da escuridão de uma mata completamente virgem e intocada. Alguns ruídos agudos que incidem como agulha, penetrando, à medida que a sensação de dormência se espalha por todo o rosto. Sua mente já não sabe mais o que houve.
Tudo porque aquela mente queria ir pro meio da Mata fechada assoprar uma flauta. Assoprar todos os ruídos que obscurecem o céu que deveria estar azul. A noite era linda e a lua abençoava ótimas inspirações, o coração almejava aquelas horas de paz. A verdade é que sempre acabamos nestes momentos, não nos é dado a primeira vez este mesmo cenário, e todas elas acabamos por descobrir sozinhos que a resposta está no próprio fato. O acontecimento por si só gera os resultados que permitem reflexos edificadores para a verdadeira realidade essencial da noite do dia trinta de novembro.
Podia ser um ruído assombroso, ou uma nota ré doce e escorregadia deleitando-se às curvas do seu ouvido, enquanto ouve. Sua mente pode sentir o sabor da intenção dos ruídos, e a coisa te dominava por inteiro. Alguns insetos se aproximavam e de repente, ao se darem conta do que encontravam ficavam parados. Tremendo. Rebuscando.
Haverão outras noites de Lua,
os pássaros estarão com a sinfonia cada vez mais afinada para recebê-lo.
Traga um bom violonista, liberte-se com a gaita e me faça poesias com a flauta.
Ainda tem uma ascensão à Lua; transcender ao Sol.
Sallut
30.11.2014
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