É inútil eu ficar aqui essas madrugadas deitado na cama, imaginando e projetando na minha cabeça lembranças de coisas maravilhosas que já foram. Me afogo em saudade quando me enveneno fazendo isso.
Saudade...
Não existem versos para descrevê-la, apenas sentimos... saudade.
Eu já disse tantas e tantas vezes, e ainda estou aqui... saudade.
O tempo passa e, de repente, tudo fica assim.
...éramos cheios de amor e de curiosidades, coragem e ousadia enquanto a chama da juventude queimava e ardia naquela nossa paixão. Riscávamos as estrelas do céu com nossas promessas e juras ingênuas, éramos na verdade duas crianças dispostas a se decepcionar com o que a princípio viriam do amor.
Óh, amor...
Queria eu ser mais homem do que menino para poder mantê-la por perto mesmo com erros e atitudes destas que já foram, óh amor. Queria eu laçá-la como fui laçado por ti, pelo amor ou com ele. Óh, amor.
Tanto queria que ainda estou aqui dizendo coisas sem sentido, ou que fazem apenas para mim nesse meu mundo pequeno cheio de solidão.
Os minutos passam como dias, e as horas iguais de repente perderam totalmente o significado. Continuo vendo todos os dias diversas vezes e, nada mudou quanto a isso. Continuo sempre pensando em você. Mas, ao invés de sorrir e saber que você também pensa em mim desvio o olhar com tristeza aceitando o fato de que ainda assim estou aqui.
A Lua sumiu, mas apareceu novamente. Veio com um tom diferente de brilho, parece que foi se esconder por cima das mais altas e densas nuvens suas lágrimas, não sei... Lua diferente. Mas ainda a Amo de verdade, sincero amor.
A Lua e suas estrelas sempre foram ótimas conselheiras.
-... parece que não fui bom o suficiente.
- O que houve com você, menino? _disse a Lua com tom de tristeza.
- Me apaixonei e me doei por inteiro, dei de presente o meu coração.
- Óh, menino... _segurou com seu brilho o próprio olhar, observou ao redor pensando em algo a dizer mas nada veio à mente. A Lua consentiu ao meu sofrimento.
- Estou só e totalmente quebrado, você se lembra...
- Sim, estive aqui. _interrompeu-me ainda preocupada. - Gostaria de ter o que te dizer, menino. Eu sinto tê-lo visto feliz mas agora triste, me dói observar aqui de tão distante e nada poder fazer.
- O que poderia ser feito, afinal?
- Eu também não sei. Mas você deveria saber.
- Por que?
- Porque é você quem está apaixonado, por que não simplesmente tenta uma conversa?
- Não a sinto disponível de nenhuma maneira, parece que a minha ausência é preferível diante das decisões dela.
- Não acredito nisso!
- Eu me apaixonei, Lua.
- Eu sei, garoto. _apenas compreendeu.
- O que eu faço agora? Estou sem um coração e não sinto a menor vontade de tê-lo de volta.
- Sobreviva assim, algo baterá caloroso e gentil no seu peito novamente, continue respirando.
- Como assim?
- O amor foi plantado por você em você mesmo, agora espere...
- É assim que funciona, afinal? _confuso. Seu olho entristecido desviou-se para o grandioso brilho no alto do céu, as nuvens iam e vinham escondendo as vezes a cara da verdade sob as estrelas.
- O amor é complicado, não teria como explicar. Você ainda é tão jovem...
- Gostaria que o meu futuro fosse semeado com ela...
- Eu entendo seu coração.
- Queria acertar com mais frequência nas escolhas que faço.
- Quase sempre acerta. _apoiou e revelou outra verdade.
- Não enxergam assim
- A forma como enxergam não importa, o que importa é o que você faz e a intenção que mora dentro de você.
- Mas as pessoas que mais amo não notam o que mora dentro de mim
- Você é difícil, precisa despertar o interesse nas pessoas sobre você
- Tento não ser misterioso
- Mas você é! E muito!
- O que eu posso fazer?
- Apenas... continue respirando, e mantenha as boas orações em pensamento. Estarei contigo no sopro da noite, aqui no alto brilhando. Você sabe onde me encontrar.
- Lua...
- Sim, menino? _me acolheu com toque materno.
- Boa noite.
Apenas sorriu e então fechei os olhos, me deitei e vislumbrei sonhos dentro de mim naquela noite. Não me lembro se foram pesadelos ou bosques cheio de encantos, não importa.
A saudade, o amor e a intenção ainda moram na mesma casa por de trás da mesma porta.
Sallut
03.05.2012
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