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quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Arte Fria.

Não era o frio da cidade,
eram arrepios de insanidade.
Calam-me com gritos de ferocidade.

Ouço os estalos, não é da chuva,
é a chama de tinta que borbulha.
Foi um pensamento gelado
que me abandonou acompanhado
de um quadro apagado.

Só precisava do fogo, já tinha combustível
quando o pintei o tornei visível,
tangível, corpóreo, material.
Ele era só fibra e tinta, mas o fogo era real.

Me limitei a sentir
meu coração gelado se pôs a agir
o sangue quente aquecendo as veias
o oxigênio é o que incendeia.

Eu posso dizer, como assinatura
que arte viva não se pendura, se atura
é como ser o inverno pra inspirar-se no verão
é como sonhar com romances e acordar na solidão.

Casaco inútil,
o que me aquece é minha Arte.





Sallut
24.09.2014

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