"Era um garoto como a maioria, por fora.
Tamanho mediano, aparência mediana. Ideias medianas, risada comum.
Mas, por dentro, havia um Poeta. E este Poeta se apaixonou.
O garoto era inexperiente, o Poeta não.
Para o garoto era seu primeiro amor, para o Poeta mais um.
Para um deles a história ainda estava sendo feita,
para outro estava se encaixando.
Um deles descobriu coisas
que o outro já sabia.
E cresceram assim, um dentro do outro.
Como corpo e alma. Mente e espírito.
O primeiro amor do menino acabou,
mas não a paixão do Poeta.
O menino ficara triste, o Poeta superara.
O poeta via as coisas diferentes, enxergou a tristeza do garoto.
O menino gostava de escrever, o Poeta de pensar
O poeta gostava da solidão, o menino entristecia-se com ela.
O menino queria amar de novo,
mas o Poeta deu de presente o seu coração.
O poeta ainda ama a menina,
a mesma menina que o garoto abandonou por decisão.
E, no final, não sabe-se se quem ama a menina é o Poeta,
ou o menino.
Apenas que escrevem e pensam sobre ela, todos os dias.
Não há arrependimentos, apenas lembranças
não há nada a ser dito, apenas a ser entendido.
O menino tem um olhar, o Poeta possui outro.
O olho do menino é negro, o Poeta os possui castanhos.
A menina notara isso, mas não pode distingui-los
O Poeta sorri por ter-se apaixonado,
O menino sorri por tê-la conhecido.
A menina vive sua vida, pra ela nada mais difere.
O Poeta chora por tê-la perdido,
O menino chora por não tê-la merecido."
Sallut
15.12.2012
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