Cheguei num dia em que acordei com uma imensa saudade de um amor que já esqueci, não tinha seu nome e nenhuma lembrança sua, apenas o sentimento de saudade de um amor que já esqueci. Acordei num dia em que meu coração parecia preenchido de um sentimento que era único, não havia pressentimentos abstratos e nem dúvidas. Era apenas a sensação de saudade de algo que já vivi e esqueci.
Sei que o dia em que amanheci prometera diversas possibilidades, que posso correr pelas matas e perder-me da cidade e das pessoas frias. Esquecer-me que preciso de uma casa para viver, que há contas a prestar e deveres a cumprir. O sol está no céu brilhando e me dizendo que há um mundo inteiro para explorar, que há chuvas para se jogar e cachoeiras para mergulhar. O mundo está cinza, eu sei, frio. Mas você não pode perder-se do que brilha. O sol está brilhando no céu dizendo que há um mundo inteiro para explorar.
Quando saí de casa naquela manhã sentia no meu coração algo que me conduzia a passos pensativos e um olhar cabisbaixo. Andei alguns minutos dentro dos meus pensamentos e descobri que as flores daquela época eram brancas, rosas, púrpuras. Descobri que o cheiro que elas faziam perfumar o ar era apaixonante, e que o perfume que sentia me preenchia o pulmão e os pensamentos de saudade. Saudade de alguém que este cheiro me familiariza, mas não me lembro quem é. Fiquei alguns instantes observando o cenário, as árvores, mesmo o céu acompanhados da Terra e suas flores. Deixei-me levar e simplesmente saí correndo, os campos eram vastos e conduziam a um vale inteiramente desconhecido. Eu queria explorar o mundo enquanto podia ver o Sol brilhando no céu. Eu queria explorar o mundo enquanto podia sentir aquela saudade no coração.
Mas, depois de tanto tempo correndo em busca de algo não decodificável eu descobri que o que eu mais queria, afinal, não estava aonde meus passos apressados pudessem levar. Eu queria o mais simples e próximo do óbvio. Queria sentir o perfume das flores no ar sem perder-me nos próprios pensamentos. Mas me pergunto frequentemente o que aconteceu comigo, com o meu coração e o meu jeito de lidar com os fatos da vida. Pensei na Física e na forma como a enxergo. Como um Louco Diamante.
E no final sobrou o mesmo sentimento que o inspirou o começar. Descobriu com tudo aquilo que não importa até onde ou por onde corresse ia acabar alcançando os mesmos pensamentos, o mesmo sentimento. Ia acabar tendo a mesma vaga lembrança incompleta de algo ótimo que já passou. O Sol já ia perdendo seu brilho... há agora uma perigosa e desconhecida selva para explorar. Você tem coragem?
Você acha que pode se jogar para o desconhecido?
Talvez você sinta medo de descobrir o que há no escuro
porque eu sei, você me disse que tem medo do escuro
Mas não se preocupe porque o escuro guarda seus pensamentos
e você estará a salvo se pensar em uma boa lembrança.
As vezes, pode parecer bobo, mas um sorriso pode te livrar do medo
Do que amedronta.
Talvez, se você puder lembrar do brilho do Sol no céu
você possa sair correndo pelo mundo para colher flores que te tragam boas lembranças.
Mas, não se esqueça de voltar antes que seja noite
Não me deixe dormir só nestas noites que fazem frio,
porque preciso do calor que tem o seu corpo para me aquecer.
Não deixe de voltar antes que seja noite...
pois terei um quarto com o perfume das flores para recebê-la
e bastante sono para descansar-lhe os pés que tanto correm.
Correm por quê? Por onde correm?
O que você quer, afinal?
Eu gostaria de saber, de entender
mesmo se você me permitir eu posso ter dificuldades,
Mas se eu me apaixonar, me perdoe, sou quem ama por ofício
E amo simplesmente amar.
Se meu amor lhe trouxer sono, não se preocupe
deite-se, e durma... apenas tenha uma boa noite.
Me encontre amanhã,
quando o Sol brilhar no céu
e um mundo inteiro lá fora a explorar.
Sallut
13.06.2013

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