Nós tentamos preencher o silêncio e a distância com diversos títulos de gêneros diversos do mundo da música. O caminho foi longo e muitos versos foram cantados durante os passos que se deram por um largo tortuoso. Não sabíamos direito a onde iria dar mas estávamos confiantes de nosso destino.
Adquiri algo durante os passos e os versos, parece que me apeguei a instrumentos sem saber usá-los.
É o que diz-se.
Mas quando os toco possuo algo. E é onde quero chegar.
Pois com tanto vazio e silêncio num caminho destes
coloquei alguns ruídos mal tocados, despreparados e inexperientes como ilustrativos.
Muitas vezes diria triste. A maioria diria profundo ao melancólico. Talvez encontre um jardim aí no meio. Algumas rosas e abelhas, girassóis e gromelhas. Sejam o suficiente para mostrá-la que não é o suficiente.
Mas de gromelhas temos Morfina, grande percussionista da dor. Óh, dor.
Não sejamos utilitaristas. As coisas não giram em torno de dor e prazer. Tenho algo mais aqui.
Talvez a história conte as coisas que me tomam, ora o amor de mulher, ora o amor pela música.
Uma história sem pestanejo de fazer sentido ou de encaixar-se com o que é certo. O comum.
As almas vagam ano após ano... há muitas ladeiras para descer de skate.
Mas, cá entre nós, sabemos que não é dos sentidos que estamos falando.
Seu coração sabe o que sente ao debruçar-se sobre uma obra. Você é uma obra inacabada.
Algo que precisa ser amado, admirado, observado com atenção. Com interesse.
Mas não por apreço ao público, mas porque uma arte deve guardar blindada dentro de si sua certeza.
É quando você vem com um sorriso mais largo que a face me perguntando o que passa,
e eu digo que já passou e esqueceu de levar junto as lembranças.
Se eu disser que tenho quatro vozes com opiniões e personalidades diferentes sobre a vida
você diria que isso é loucura. Isto é Quadrophenia. Mas é só uma besteira que acabei ouvindo e injetando sem saber do que se tratava. Minha mente está cheia de ideias intensas, coisas que trouxe de outros horizontes e depositei no meu solo mais fértil. Meu mundo das ideias. As sementes estrangeiras penetraram neste solo e criaram raízes.
"...eu vejo a música da mesma forma como posso encarar a vida, é como uma árvore. Se olharmos para ela veremos seu tronco, seus galhos e suas folhas. Poderemos perceber e apanhar seus frutos estejam eles bons ou ruins. É possível compreender o que a árvore se tornou com uma mera observação.
Mas se quisermos saber de onde a árvore veio e porque ela é assim teremos de escavar a Terra e procurar suas raízes. Cavar com as unhas toda a Terra que esconde as raízes. Cavar até encontrar o néctar, a nata escondida como tesouro por debaixo da terra dura. A raiz de uma árvore e sua história estarão imortalizados agora, por sua escavação. E mesmo com os dedos sangrando e doloridos basta-nos saber o que foi adquirido para se obter um sorriso."
Sallut
27.10.2014
Nenhum comentário:
Postar um comentário