...o garoto fez uma escolha, querida.
Tens de respeitar o que ele quer pra si mesmo.
Escolhas.
Decisões.
O que as difere, afinal?
Parece que estamos num momento de saber
o que é cada coisa
para saber o que fazer com elas.
No mínimo planejar-se.
Eu tenho uma placa dizendo: Preciso de emprego.
Tenho sede, fome e um cobertor furado.
Meu violão e minha gaita são companheiros mais constantes que oxigênio.
E isto é tudo o que eu tenho. É sim.
E quando a dor me pega eu só toco
seja o violão ou a gaita,
qualquer um é capaz de usar a dor que sinto para alguma finalidade.
Algumas vezes gritam, esperneiam, ensurdecem-me.
No meio da escuridão o blues contagia o que existe
se for dor sangra
se for ansiedade grita
se for amor declara e canta.
Canta, meu bem...
...porque quando for noite não teremos muito para fazer
uns dormem enquanto outros nem isso conseguem.
Eu faço a minha escolha. Minha decisão é ir até meu violão e tocá-lo.
Já são três horas da madrugada quando meu cigarro e whisky acabam
daquela noite vinte e sete.
Já nem sabia porque bebia ou tocava,
já nem queria ouvir meus ruídos internos.
As letras que pensava me davam dor de cabeça.
Eu só queria terminar tudo aquilo e ter uma boa noite de sono
sem me deparar com seu rosto sorrindo para mim
e sumindo num vulto inexplicável de desaparecimento.
Em mim resta saudade e a lembrança da escolha.
Escolhas.
As fazemos quando dormimos
e as temos quando levantamos para ter um outro dia
vinte e sete.
Sallut
27.02.2014
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