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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Imagine [5]

Estávamos na minha casa, no meu quarto deitados na minha cama. Ela foi me visitar naquele dia pois estava assustado, haviam coisas me perseguindo nos sonhos, pesadelos. Eu estava transtornado e com sede dela, do amor que só ela podia me alimentar. Já tínhamos comido, conversado, contei a ela algumas coisas e então nos fechamos num abraço, naquele nosso abraço.

- Amor?
- Hm?
- Feche os olhos... ouça minhas palavras e imagine elas fazendo e criando sentido na sua mente, me deixe te levar para um lugar diferente desse aqui que nós vivemos, eu posso. Quando chegarmos lá não solte minha mão por nada!
Ela estranhou, mas o fez... fechou os olhos e seguiu todas as minhas instruções.
- Imagine um penhasco enorme, você está sentada na beirada vendo o mundo inteiro aos seus pés, bem a baixo de você. Em cima desse penhasco havia uma árvore muito grande, mas já seca, morta... você se levanta e vai lentamente até aquela árvore, e senta-se em baixo dela. Então adormece num sonho real....
- Que lindo...
- Amor?
- O que foi?
- Quero te dar uma coisa... _ela à minha frente deitada sobre mim virou-se para trás e me olhou com aquele olhar de expectativas. Fui lentamente levando minha mão direita até meu peito, fechei os olhos e imaginei meu coração batendo com vida dentro de mim. Foi sincero. Enfiei a mão na alma e peguei aquela pérola ainda com brilho que me bombeava o sangue, o coração. O segurei na mão por alguns instantes e então tive a certeza. - Tome. É o meu coração. Mesmo que você não possa vê-lo ou senti-lo, ele está aqui e é um presente para você. _sorri a olhando nos olhos.
Ela não disse nada, talvez a tenha pego de surpresa e roubado as palavras da boca dela. Apenas sorri e peguei seu braço com minha mão esquerda, pus meu coração na palma de sua mão. Então a beijei.

Foi assim que aconteceu, agora o diário já sabe...




Sallut
14.06.2012

4 comentários:

  1. Parece a minha realidade a sua imaginação!

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    Respostas
    1. A minha imaginação é minha realidade.

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    2. ...ou, não. Acho que aquele olhar poético não se trás no sintético. Como doar o coração, não é?

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