Pesquisa !

domingo, 31 de março de 2013

Domingo de Páscoa.

...então adormeci... e quando acordei naquela manhã eu já não estava mais vivo. Havia terminantemente morrido durante a madrugada. Quando acordei abri os olhos e me notei deitado na minha cama dentro do meu quarto, olhei em volta e senti o meu corpo. Diferente. O meu coração. Ele estava lá. Parecia bater com tanto vigor quanto um recém nascido. Rapidamente coloquei minha mão sobre meu peito e o senti bater muito forte. Meu pensar num instante ficou pesado, triste, intensamente melancólico. Tive vontade de chorar mas não haviam mais lágrimas dentro de mim. Tive vontade de gritar mas não possuía mais voz. Queria me debater para expulsar aquela sensação receosa de dentro de mim, mas meu corpo não se movia. Tudo o que sentia era o meu coração bater forte dentro do meu peito.
Acordei numa determinada manhã morto, meu coração estava lá e fora este o motivo.
Achei que havia-o presenteado àquela senhorita... Talvez ela tenha se enjoado da ideia de tê-lo guardado dentro de si e resolveu despejá-lo como um qualquer. Foi assim que acabou voltando para o meu peito. Meu peito vazio e encarcerado à poeira. Meu peito de Poeta Menino apaixonado.
Era Páscoa, um domingo de Páscoa. Fazia uma bela manhã o céu estava azul e o Sol brilhava gostoso. O vento soprava dando às crianças uma ótima tarde de recreação e muitas risadas.
À mim aqui, escrevendo mais um momento, nada além do vazio, da saudade. Nada além de um coração que bate forte dentro de um peito vazio sem sentimento.
Eu sinto muito,
queria tê-la por mais tempo
queria tê-la convencido a me amar para sempre
com bons motivos.
Eu sinto muito,
por ter presenteado ingenuamente aquele meu coraçãozinho bobo
Eu prometo, eu prometo
Não transformarei nosso amor em desgosto..




Sallut
31.03.2013

sexta-feira, 29 de março de 2013

Uma sexta-feira Branca.

Me agachei e peguei uma latinha amaçada de refrigerante, a segurei nas mãos e notei seu peso. Pensei no exato momento em que ela fora criada numa fábrica há centenas de milhares de anos atrás. Pensei na pessoa que fora consumi-la e aonde decidiu despejá-la para que, hoje aqui, ela esteja nas minhas mãos. O mundo acabou. As pessoas acabaram, elas não existem mais. As lembranças que este mundo guarda serão eternas, mas nunca mais lembradas. Pois não existe mais quem as recorde.
O tempo continua passando mesmo aqui. Não sei a onde devo chegar, nem consigo me imaginar neste lugar que te falo. Escrevi esta carta com intuito de te guiar para um pensamento, neste momento.
O que queres que eu vos diga
se o que tenho para te falar, é que te amo
O que queres ouvir de mim
se não que te amo?




Sallut
29.03.2013

domingo, 24 de março de 2013

Não olhe.

Você sabe que neste dia eu deveria dizer algo, você sabe que a minha personalidade inspirada daquele álbum do Pink Floyd resultaria num pensamento um pouco mais obscuro, mais atrevido, mais intenso. Talvez você não queira vir encontrar a verdade porque teme se apaixonar novamente por ela, teme saber que a verdade é o que te mantem viva respirando as custas de um amor perdido, de meras lembranças sobre as quais você constitui seus momentos mais felizes. Monte um quebra-cabeças e analise, tente se descrever numa só passagem, numa só lembrança. Numa só existência consequência de toda uma vivência.
Eu acredito que quando você vai pra lá e para cá preocupada com as horas não pensa no planar das nuvens destacadas no belo céu azul profundo, vívido, apesar de poluído. Não liga para que o mundo expressa, o mundo do homem parece-lhe mais importante. Talvez não seja, veja bem.
"Algumas das cartas que te escrevi descreve o mundo que existe dentro de mim, ora trágico, ora belo, encantador em tempos de Sol. Melancólico quando o Sol por trás da Lua. A Lua. Agente que age eterna e plenamente sob efeito de toda vida racional. A Lua conselheira dos pensadores e inspiradora de poetas brilha em suas diferentes fases nas diferentes épocas sempre disposta a consolar e fazer companhia para as diferentes personalidades de algum menino."
Então você abre os olhos e imediatamente vê o relógio pendurado na parede fazendo aquele barulho que expressa o passar do tempo, enquanto o ponteiro reage segundo a segundo incessavelmente sem pausa.
Você por um segundo que parece eterno pensa em todo o mundo em que esta acostumado a viver, cheio de prédios, casas, impostos e ganâncias por todos os lados. Ecos ensurdecedores de espíritos malignos podem alcançar o seu ouvido, mas se você souber detê-los pelo pensamento serão tão inofensivos quanto o vento que o próprio mundo te assopra pra te refrescar o suor de tanto trabalho.
Talvez você acorde deste pensamento com outra visão de mundo e de repente encontre o Sol a iluminar-te um sorriso para todo o sempre, sendo lentamente levada pelo doce planar do gozo à felicidade. Caminhar por aí com pensamentos leves disposta a fazer o que for preciso sem pressa, com calma e paciência, alegre e suavemente distribuindo bom dia a cada cidadão que lhe cruzar o caminho. Sentir o sopro do vento no rosto levar seus cabelos e sorrir satisfeita com uma bela tarde. Espreguiçar-se e olhar para o Sol vendo mais um dia acabar... vendo a música diminuir o volume e a noite silenciar todo e qualquer movimento.
Então você vai para casa abraçar o seu cachorro, assistir televisão e comer algo degustante. Tristemente abre um livro deitada aconchegada numa cama e o lê não por interesse, talvez ambição. De possuir uma lista verídica de livros de que já leu. Lê bons livros e procura não desperdiçar seu tempo com bobagens. Adquire uma ideia culta.
Até sua mente hipnotizar-se com os ecos dos espíritos malignos. Ecos que te alcançam no mais profundo existir do seu pensamento, onde reside a chama que te aquece a alma. Ecos que ferem aquele Corvo que te descreve, que o faz apodrecer meio ao tempo solitariamente com pensamentos de que o amor vale a pena e é valioso. As coisas acontecem para que outras possam fazer o mesmo, assim o universo segue uma linha de fatos que constituem uma existência mútua que ainda não compreendemos.
Esses ecos talvez digam muito a respeito do que penso, ou talvez me fazem dizer algo que não me é verdadeiro. Confundem a sua realidade com a minha pois o ato de escrever é isto.
Você precisa se encontrar. Se encontrar no labirinto.
Pois existe algo dentro de você que precisa sair
Que almeja liberdade
Talvez você não queira ver a luz do Sol, contente-se com a Lua
Mas existe um sorriso que quer brilhar, custe o que custar
Existe um coração que quer amar, custe o que custar
Que anseia por paixão, por romance
Por felicidade.
As vezes os cadeados cinzas que criamos em forma de laços desfazem-se e o que saudamos de mais valioso de repente torna-se inútil e sem valor, indiferente.
As palavras podem ser agressivas, ofensivas, desde tristes até as mais nocivas.
Existem para que o mundo goze do seu sentido de comunicação, que é vasto. Abrange diversas línguas para uma única raça com regras ortográficas diferentes e letras com costumes e culturas diferentes. Línguas diferentes.
Sou algum espírito que nasceu no sul da América, neste momento, acompanhado de uma tosse, escrevendo uma carta à você. Quando chegar nesta data você terá um significado muito mais profundo do que meus olhos podem ver agora.
Mas, o que me incomoda é que, talvez eu seja um tolo e esteja me iludindo com um labirinto de pensamentos que possa me levar a algum lugar. Não importa.
Passamos por um campo, pela Cabana, por montanhas e picos, vivemos tempestades e construímos torres, as destruímos. Pisamos em buracos e nos erguemos, nos entregamos e nos perdemos. Neste momento existe uma floresta que precisamos atravessar, ela é escura e é apenas isso.
...talvez não fosse problema passar por este desafio se o fato fosse que a floresta fosse apenas escura. Agora que estou aqui tento disfarçar meu desespero com humor frustrado e desesperado de alguém que tem boas expectativas. Caminho por entre esses enormes galhos frios procurando algum lugar, tudo estava escuro não conseguia enxergar praticamente nada. Sei que estava caminhando meio a raízes e galhos, era uma floresta fechada.
Uma sensação de queda me trás adrenalina no sangue, acho que pisei novamente num buraco. Impacto. Estou no chão, preciso me levantar. Onde estou? Minhas mãos não me indicam nada, meus olhos me vedam tudo, meus pés parecem não funcionar em nenhuma direção. Acho que devo ficar parado, seria o ideal. Apodrecer aqui nesta floresta escura, porque fora um erro entrar nela. Achar que seria capaz de superá-la, esse é o meu fim escrito numa poética estória triste.
Mas havia ainda uma chama queimando vida dentro deste mesmo pensamento, porque não existia apenas um poeta. Pensava também o menino. A vida foi plantada com complexidade e não seria compreendida por menos. A lógica é simples quando se absorve o suficiente para ir adiante e absorver mais e mais. Tenha curiosidade. Tenha boa fé. Seja um bom espírito.

- ...você não gosta? _estava curiosa pois era um assunto que sempre lhe despertara muito interesse.
- Eu gosto, eu adoro escrever. Mas as vezes não me sinto inspirado no pensamento que realmente quero então acabo não gostando do que escrevo, apesar de escrever mesmo assim.
- Eu te garanto que a maioria eu diria que é muito bom! _disse animada.
Olhei para o vazio e encontrei minha resposta somente dentro dos meus pensamentos, sabia que meus pensares não eram belos ou talvez "muito bons", tinha algo que alguém precisava notar. Alguém que talvez ainda não tenha lido.
- Ei, você está ouvindo?
Estava perdido num olhar pensativo que me intensificava o foco dos meus pensamentos.
- Desculpe... _olhei para ela, e sorri.- Estava pensando...
Me olhou com aqueles olhos de quem gostaria de saber meus pensamentos, mas não se atreveu.
- Seus olhos são...tristes... mesmo quando você ri. _disse fatalmente me olhando nos olhos.
Pousei meu olhar sob o seu e contive minhas palavras, permiti escapar um sorriso mais sincero e voltei a olhar para o vazio, fixado em outra dimensão pelos pensamentos.
Queríamos dizer algo, mas não foi naquela vez que dissemos...




Sallut
23.03.2013

sexta-feira, 22 de março de 2013

Uma Chave 17F.

...estava caminhando pela rua conversando com um amigo sobre breves planos futuros, pequenos detalhes que possam vir a fazer grande diferenças nos dias que viverei em breve. Logo terei maioridade jurídica e isso impõe certas responsabilidades à mais sob minhas penas. Durante esta caminhada com o pensamento fixo e olhar para o chão, encontrei uma chave. Misteriosamente se encaixou na minha vida como um mistério, e mergulhei de início como sem interesse. Uma chave.
Li suas escrituras e possuía o número 17F, no dia 21 de março do ano 13.
Exatamente um ano depois do encontro com a chave algo seria aberto, meu subconsciente consegue prever esta mudança mesmo daqui de longe, uma breve dor não muito forte incomoda meu cérebro dentro do meu eu mais profundo. Me faz pensar que já sei o que está por vir, ou ao menos posso imaginar o que já me deixa num estado de agonia com a realidade.
Não gostaria de falar sobre o amor, e nem vou. Desejo apenas um descanso mortal para que meu corpo alcance algo de realmente bom no ápice de desligamento mental.
Eu diria... boa noite.




Sallut
22.03.2013

quarta-feira, 20 de março de 2013

Null! [15]

Eu sei
alguém precisava morrer.
Eu sei
alguém teria de sofrer.
Eu sei
alguém sairia ferido.
Eu sei
Cometi um erro, estou arrependido.
Mas cá estou, novamente nesta data, noutra noite fria sem Lua... pensando em algo pra me inspirar.
Acho que isso já fora o suficiente, as lágrimas que provocam meu bocejo de cansaço me fazem querer cama e sono. Me faz querer sonhar e alcançar o real do meu interior.
Gostaria de fechar os olhos, apagar as luzes, fechar as janelas e desligar todos os aparelhos domésticos da minha casa. Mergulhar num silêncio inconfundível e pensar em algo, numa cena, num lugar dentro de mim que possa descrever.
Talvez inutilmente eu o faria para notar minha habilidade de dar vida ás visões, ou para sentir-me mais capaz ou simplesmente poeta. Tanto faz.
Hoje, neste dia, eu saberia se algo estivesse acontecendo. Mas não está.
É mês de março e ele está chegando ao fim... o tempo ainda não parou de lá pra cá, você pôde notar?
Desligue-se do mundo, desconecte-se da energia elétrica, esqueça das pessoas e dos problemas urbanos que elas trazem, pense em algo bom, pense em você. Olhe para si mesmo, observe o seu interior e faça-o com prazer e objetivo, determinado.
Eu tenho certeza quer as palavras jamais mentirão para você, menino...




Sallut
20.03.2013

terça-feira, 19 de março de 2013

...eu havia acabado de chegar em casa, fora uma longa viagem com pensamentos pesados e entristecidos. A ideia ainda não diluíra no meu subconsciente e uma viagem de 18 horas fora útil apenas para me fazer refletir.
Refleti sobre o mundo, a minha vida e as coisas como iam caminhando, as pessoas que eu conhecia e quais delas eram importantes para mim, quantos sorrisos verdadeiros eu esboçava no dia ou qual deles era sincero. Pensei no meu coração e em como andava seus batimentos, se estaria em conforto e seguro aonde estivesse nesse frio da noite de segunda-feira dezenove.
Coloquei a água para esquentar no fogo e me apoiei na parede esperando até que chegasse ao estado de ebulição, meu olhar perdido e silencioso pousou no chão e ficou focado no nulo, naquele silêncio mental que incomoda a nossa sensibilidade às coisas e quando notamos já se passaram alguns minutos. A água já estava fervendo. Apaguei o fogo e derramei a água quente sob o pó de café, o cheiro que subiu foi atraente.
Caminhei até a janela e a abri, uma forte corrente de vento entrou assim que teve chance. Meu olhar se encontrou com o horizonte e nele percebi que sentia um vazio dentro de mim que não podia ser preenchido por qualquer coisa, como o céu que durante as noites suplicava pelo brilhar da Lua e não somente das estrelas. Debrucei-me sobre a janela e lentamente apoiei meu queixo sobre minha mão, minha expressão imóvel permaneceu nos meus pensamentos silenciosos, e fiquei assim durante vários minutos. Pensando no silêncio e em como as coisas pareciam em paz na solidão.
Mas dentro de mim sentia aquele vazio, a ânsia de que algo foi retirado e que agora tudo está incompleto, defasado. Uma mente brilhante que perdera sua inspiração.
Foi quando algo roubou nitidamente minha atenção, uma estrela lá no céu, única e solitária, brilhava como que para mim, ofuscava-se chamando minha atenção total para ela, então desviei meu olhar e observei aquela estrela. Parecia-se comigo. Estava só no céu. Num céu sem Lua, incompleto, defasado. Senti vontade de sorrir, mas meu rosto continuo imóvel, meu olhar continuou fixo na estrela e meus pensamentos permaneciam silenciosos. Meus lábios talvez petrificados pela tristeza, já não podiam sorrir com tanta leveza e facilidade quanto antes. Meu olhar, que possuía um brilho negro cheio de vida, já não demonstra tanta ansiedade para com a vida. E minha mente, que um dia jazia poeta, já não se inspirava em nada além da tristeza. Além do vazio e do silencioso. O inexpressivo.
O café estava pronto e fazia uma noite muito bela, apesar de não ter Lua fazia frio, eu amo frio. Deixei a janela aberta e voltei para os braços da minha solidão como um cão de volta ao lar, deitei-me na minha cama espaçosa e aqueci somente ao meu lado, enquanto observava o tempo no mundo corpóreo passar, sentia a ânsia de morte dentro do meu espírito. Respirava profunda e lentamente procurando o sono que me levasse a um estado de desligamento por algum tempo.
Olhei para o teto e fixei meu olhar num único ponto e não me mexi, permaneci imóvel até que o sono me alcançou. Minha mão direita estava apoiada em cima do meu peito, pensava no meu coração enquanto esperava o sono, ou a morte. Sentia saudade de seus batimentos calorosos e da sensação que me provocavam de bem estar no corpo, na alma.
Foi assim que adormeci naquela noite, num cinza sem definição, num silêncio sem exatidão, com um vazio sem extensão, e uma saudade contida somente na imaginação.
"Que loucura... esse garoto tem um prego a menos na cabeça"





Sallut
19.03.2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

Amor colore cinza.

Enquanto o tempo passa temos a sensação de estar envelhecendo, de estar sobrevivendo, superando e seguindo em frente aos obstáculos. Outras vezes sentimos vazios inexpressivos, solitários, olhares cinzentos e entristecidos.
Num dia frio pode-se escolher minuciosamente os pensamentos que mereçam ser eternizados.
Uma unica palavra que pode mudar totalmente o rumo do universo. Merecer.
O significado se dá quando o corpo ou consciência tem pleno direito e dever de possuir ou usufruir de algo.
Olhe para dentro de si mesmo, neste instante, e me diga... você merece?
-...eu só acho que você devia dar mais valor, só isso. Você é tão indeciso sempre tomando decisões precipitadas, indo e vindo pondo tudo a perder. Isso me destrói de dentro para fora, e o amor que sinto por nós dois. _olhava dentro dos meus olhos e podia vê-la se expressando sinceramente ali, na minha frente. Estava ansioso por isso já há muito tempo.
- Me desculpe, pensei que não deveria continuar na sua vida para vê-la infeliz ao meu lado... sempre me preocupei com teu sorrir, foi o que me laçou à você. Você se lembra?
Assentiu, mas não quis dizer. Era muito dolorido admitir que nosso romance havia chego ao fim, na verdade já havia terminado há muitos anos atrás, e ainda guardávamos o ressentimento das palavras que não nos foram ditas.
Notei seu olhar cauteloso, ela o lançava para todas as direções para que não se encontrasse com o meu. Não quis enfrentar a escuridão do que um dia a fizera sorrir e derramar lágrimas de paixão.
Naquele momento éramos estranhos e não nos conhecíamos, apenas tínhamos lembranças passadas de uma vida feliz que nos propunha motivos reais de felicidade. O amor. Mas o amor foi embora junto com o Outono, junto com a chuva, junto com o frio. O amor desapareceu e não podia-se encontrar em mais nenhum lugar se não na mente, onde despertara um insuportável sentimento de saudade, de falta. O amor se tornou um pequeno detalhe na vida dos que se apaixonaram e se esqueceram, pois fora novamente preenchido por outro sorrir, por outro sonhar, por outro sofrer. Mas existe um amor, no fundo do coração de cada um, que jamais desaparece. É esse o amor que mais nos entristece.




Sallut
18.03.2013

sexta-feira, 15 de março de 2013

Exista, coração.

"Os porcos voando (parte 2)
Você sabe que eu me importo com o que acontece com você
E eu sei que você se importa comigo
Por isso eu não me sinto sozinho
Com o mundo nas minhas costas
Agora que encontrei um lugar seguro
Para enterrar meu osso
E qualquer tolo sabe que um cachorro precisa de um lar
E abrigo dos porcos voando."
Pink Floyd - Pigs on the Wings




15.03.2013

quinta-feira, 14 de março de 2013

Memória

Memória

Amar o perdido
deixa confundido
este coração.

Nada pode o alvido
contra o sem sentido
apelo do não.

As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.

Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.

Carla A. de Andrade.




Sallut
14.03.2013

Andarilho Negro. [2]

"Amada Julieta,
vim por meio das palavras procurar o significado da estranha sensação que venho sentindo nos últimos dias, desconfio de um vazio existente em meu coração que não há de ser curado por nenhuma erva ou medicamento químico, nem possibilidades de diagnóstico de algum ótimo Doutor. As últimas noites têm sido mais longas do que os dias que passam num piscar de olhos, acordo todas as manhãs preso em minha consciência que não abandona a mania de se lembrar de você
Tenho me entregado a muitos livros nos últimos tempos, tenho estudado a física que rege o universo e o romance que rege os cosmos. Minha busca por uma nova inspiração está incessável e insaciável.
Também tenho notado que meus pensamentos andam cada vez mais minuciosos e silenciosos, que meus gestos gesticulam preguiça e tristeza, desânimo. Noto na leveza do meu olhar o desinteresse que me prende no mundo ao meu redor e às pessoas do meu cotidiano.
Tenho tentado pensar um pouco menos em você, de me entregar cientemente ao amor que ainda sinto. Os imaginários da minha mente não mostram-se mais tão eficazes, a casa que outrora pegava fogo hoje está abandonada reduzida a cinzas e lembranças, cinzas de lembranças. O quarto em que dormíamos na noite em que o incêndio aconteceu não existe mais, a árvore que tinha nossas letras rabiscadas morreu e secou. O asfalto que comeu minha pele quando me arrastei para protegê-la virou terra e agora segue uma trilha em direção a um caminho que trilhei já há muito tempo.
Escrevo-te estas palavras para reduzir a pena que reside em meu coração, descobri por meio do tempo que a pior prisão é a da mente, que as piores torturas são as que jamais esquecemos ou deixamos de sentir, e que a melhor história sempre será a que nos inspira a contar outra.
Hoje, estou preso numa torre que se ergue para baixo da Terra e é feita de barro. Não existe Luz aqui, não há brisas do vento e nem o cantar dos pássaros. Já há muito tempo minha pele não se aquece com os raios de Sol. Procuro sorrir, embora toda vez que tento num gesto falho, me lembrar do Azul que tinha o céu, de como pareciam leve as nuvens que pousavam andarilhando por aí sem preocupação ou destino. Desde que fui preso ando escrevendo muito. Abandonei as palavras agora uso apenas os meus Pensamentos e descobri que já sou velho, que o Jovem de ontem que costumava escrever para se traduzir cresceu e se tornou um homem de cabelos grisalhos e um olhar profundo amarelado, vivido e sofrido. Um velho detento cheio de lembranças, mágoas e arrependimentos.
Mas, apesar de continuar preso admito conscientemente que o preço que paguei para estar aqui não deixou de ser justo nenhum segundo sequer. Me lembro de ouvir seus lábios pronunciarem as palavras que serviriam como punhal para destruir o que constituía o meu coração carnal, foi quando precipitadamente, escolhi abandoná-la. Sem arrependimentos.
Amada Julieta, gostaria que soubesse, afinal, que me entreguei à solidão pelo risco de vê-la feliz com um sorriso merecedor do seu reflexo e esforços. Me entristece só de pensar se aí onde respira não pode sorrir ou não tem motivos para fazê-lo. A cada segundo que passa meu pensamento se intensifica com o desejo de alcançá-la para conversarmos novamente sem compromissos numa praça qualquer, sentir o vento, sentir o Sol, apreciar o momento, ter sua presença.
Do Andarilho Negro, um pensamento velho..."




Sallut
14.03.2013

Fato puro. [2]

Mas não importa quanto tempo passe e nem quantos fatos acompanhem a procedência, a inspiração de um poeta jamais abandona sua fonte, sua essência. A intimidade criada a partir de um laço de confiança, hoje rompido, durará eternamente até que a fonte seque e desapareça das lembranças deste autor.
O sentimento quando se faz puro não se permite impedir pelo tempo ou pela indiferença, pois a pureza se apoia na verdadeira e unica verdade do bom que se faz em amar.
O amor não trás tristezas e nem descolore os belos tons visuais com cinza, pelo contrário. Mas o amor é estimulado como uma torneira a jorrar água e quando o registro fecha apenas determina-se a hora de parar de jorrar. Mas a fonte continua intacta e, em alguns casos, continua com goteiras incessantes.

A verdadeira tristeza no fato é que, quanto mais luta se trava contra o amor
mais o amor se torna um fato... um fato puro.




Sallut
14.03.2013

quarta-feira, 13 de março de 2013

Escreva algo: Poesia.

Sei que o tempo é curto
que é questão de segundos
que enquanto o tic-tac, segue sem pausa o nosso mundo

Mas a noite é tão bela, parece ser infinita
escuridão completa e uma solitária Lua que brilha
o céu da cidade é devastado de sujeira
Poeiras consequentes de luxo e ergonomia

Sempre penso tão poético
descrevo o meu sintético
imaginário que conduz ao estado de alter-ego

Enxergar a Poesia como luz que ilumina
uma estrada devastada de rochas, pedras e más crias
serpentes famintas preenchidas de veneno
olhos mal intencionados te observando de perto

Tentando prever o seu próximo passo
pra saber exatamente onde cavar o seu buraco
confundir os seus sentidos, olho no olho mentindo

Satisfeita com a derrota de quem lutou por um sorriso.
Lágrimas escorrem na falta de expressão
jogar pra fora o que acumulou demasiadamente o coração
durante uma longa trilha ferido pela paixão.


A poesia tem o poder
de te falar sem te confundir
suas verdades camufladas
As palavras não te traduzem
apenas dão voz para o que vem de dentro para fora.




Sallut
13.03.2013

terça-feira, 12 de março de 2013

O sol por de trás da Lua: Black Sunshine

Quantas lágrimas de bocejo,
quanto sono, quanto cansaço
Quanto trabalho!
Eu escrevo, penso, leio, releio
e até hoje não sei o motivo desse meu desejo.
Afinal, é por arte ou por hobbie
que esse menino tanto se propõe a escrever o que pensa?

Sugiro que não tente me entender na razão
Me procure quando o Sol não estive escondido atrás da Lua
Me diga, pelo amor de Deus
onde se encontra o fim dessa Black Sunshine.




Sallut
12.03.2013

...que trazem subjetividade, lembranças.

Talvez, com quase certeza, seja uma lembrança que só é revivida na minha mente. Lembranças mortas costumam acontecer todos os dias, coisas que acontecem e se tornam fatos, pessoas que conhecemos e se tornam essenciais, mas que um dia despertamos sem elas nas nossas vidas. Misteriosamente algumas delas não fazem falta, de algumas sentimos saudade outras delas simplesmente nos conhecem e vão embora. Este é o tempo, este é o decorrer da vida.
Hoje é outro dia 12 de março, o do ano seguinte. Estou aqui.
...mas, lembre-se...
"...estávamos voltando para casa e tínhamos chamado um táxi, já era tarde. Naquela noite fomos no aniversário de uma amiga, éramos todos amigos muito próximos e ainda mantínhamos aquele carinho eleito pelo título de melhor amizade. Vi seu sorriso fazer brilhar a madrugada, vi suas lágrimas escorrerem por pouco quase nada, a aqueci e a livrei do frio com um abraço amigo e amistoso. Não houve um beijo naquela noite apesar do desejo insano. Você vestia um vestido dourado e batom vermelho. Aquela noite teve uma foto, o momento de um abraço que marcaria para o resto do tempo que viria a seguir a nossa amizade. Eu nunca esquecerei daquela noite. No caminho da volta você estava cansada, um pouco triste, pensativa e preguiçosa. Deitou-se no meu colo e foi de olhos fechados até chegar em casa, tinha o meu carinho oferecendo um boa noite inesquecível com um beijo na testa e a promessa de que teria o dia seguinte. Eu já te amava e sabia disso, você me amava e também sabia disso. Nos amávamos mas não admitíamos. Penso se hoje eu ainda poderia ter desse nosso amor se não tivéssemos nos entregado ao desejo de contê-lo com beijos e abraços, promessas, olhares convictos de desejo... penso se hoje seria outro doze de março se não tivéssemos nos rendido."
No aniversário de uma amiga no dia doze de março,
um banheiro masculino,
uma câmera,
Dois melhores amigos,
um espelho
e um abraço.
Um momento, um pensamento... uma lembrança...




Sallut
12.03.2013

domingo, 10 de março de 2013

A Senhorita Florista.


Foi por uma mensagem que a inspiração chegou, uma curiosidade alheia ao tédio me levou a um imaginar que jamais me alcançaria, se não por uma Senhorita... não uma qualquer das que vejo enquanto vivo a vida por aí, esta possui uma mente e um coração de brilhares interessantemente diferentes, uma voz que já me roubara o coração e uma primeira profissão que já me trouxera um pensar.
Amanheceu naquela sexta-feira do ano 13 o dia Internacional da Mulher.
"...olhei-me no espelho e pude enxergar a cor que constituía meu olhar, notei minha aparência e ouvi a voz do meu pensamento. Aquela era uma semana triste porque um grande poeta morreu naqueles dias, o pensamento ainda me acompanhava tristemente. Era cedo, tinha sono e preguiça às tantas lágrimas em bocejo, mas me encaminhei tarefa por tarefa a seguir o meu dia normalmente. Fui a escola e nada de especial aconteceu, as risadas das mesmas coisas, as mesmas pessoas sendo quem sempre foram, os mesmos segundos passando tão rápido quanto sempre. O dia na escola acabou mas acabara de começar o dia no mundo. Trabalhava como florista e já imaginava, àquela altura, que a loja teria muitos clientes por ser o dia da Mulher. Não me enganei. Fora um dia bastante agitado com muitos homens, crianças e até mesmo mulheres acompanhadas procurando flores para que pudessem ser presenteadas. Eu, como florista, me dediquei a sugerir a mais bela rosa sempre que a procuravam. Requisitaram o meu paladar pessoal para flores enquanto as pessoas temiam escolher algo que não agradasse, abracei todas as vezes a responsabilidade de sugerir uma escolha de sucesso certo.
Até que chegou a hora do dia que entrou na loja um menino sozinho, tinha pouco menos de 10 anos e tinha a camiseta branca toda suja, uma bermuda preta e calçava chinelos. Era negro. Apareceu-me do outro lado do balcão com aqueles olhos negros brilhantes e, com uma voz vergonhosa me perguntou quanto era as flores. Sorri sem pestanejar. Saí de trás do balcão e fui ao seu encontro atraindo-o para perto das minhas beldades. Mostrei-lhe diversos tipos de flores para poder notar qual delas faria vibrar o coração do menino.
- Esta aqui é uma Rosa, é no mundo todo uma flor que simboliza o romantismo. Mas, se você quiser agradar alguma garota eu sugiro Girassóis. Se estiver pensando na sua mãe sugiro uma Rosa Azul, misteriosamente me faz pensar em pessoas de grande afeto.
O menino me olhou com cara de quem não entendeu uma unica palavra do que eu havia dito. Eu percebi.
- Tudo bem... talvez você queira escolher uma pessoalmente, não é? _olhei-o de soslaio enquanto ele me observava imóvel.
Ele olhou em volta da loja e caminhou alguns passos até o outro canto e apanhou uma violeta que, em sua  pura inocência, era a mais bela e jovem de toda a loja. Sorri assim que notei sua escolha.
- É... você parece não ser um menino que brinca com suas preferências, admiro seu gosto você realmente tem ótimos olhos para flores. O nome desta é Violeta, natural e preferida dos Gregos, demonstra amor e modesta lealdade.
O menino sorriu um sorrir singelo que não exibia dentes e nem tristeza, apenas satisfação. Me senti preenchido por aquele momento.
Ele me pagou com algumas pesetas e deixei que levasse algumas violetas embrulhadas numa cartolina de seda serafim. Antes de sair da loja o menino olhou para trás e me olhou nos olhos por mais alguns segundos, sorri e acenei, e ele foi embora.
Naquele dia muitas outras pessoas visitaram minha loja e levaram rosas vermelhas, brancas, azuis, compraram violetas e muitos outros girassóis, vendi buquês e recebi casais apaixonados. Depois da visita daquele menino ele não me abandonou os pensamentos, e fiquei a imaginar aquele brilho negro em seu olhar pro resto do dia. Uma lembrança fascinante.
Eu como florista me encantei com o momento, como Poeta pude apenas imaginar. Naquele dia muitas mulheres foram presenteadas, prestigiadas e agradadas. Eu, florista, não recebi uma flor sequer, nem um cartão.
Em troca disso, recebi um menino que presenteou a alguém meia dúzia das melhores violetas da minha loja, e a mim um sorriso inesquecível de quem sabe o significado das coisas."




Sallut
10.03.2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Finja que não me vê.

Enquanto os dias passam rapidamente eu observo e silencio minhas falas. Vejo os segundos tornarem-se longos e os minutos que constituem horas cada vez mais curtos. Estudo literatura alguns dias da semana e vejo que os poetas do tempo passado viam o mundo com estes olhos únicos enfeitiçados de realidade cruel. A tristeza sempre fora uma inspiração mais bela capaz de seguir tênue uma linha de raciocínio amarga. O fel.
Enquanto passam os dias eu vou, eu volto. Ela vai, ela vem. Tão perto, mas tão distantes, um do outro.
Não importa quanto tempo,
nem quantas tempestades
Nascei com um coração Poeta e uma mente de menino, para sempre
Acabei me apaixonando, fatal.
E o coração de que tanto falava presenteei àquela do sorrir mais belo,
do olhar castanho mais apaixonante,
e do sorrir mais traiçoeiro.
Investiguei à mim mesmo e encontrei apenas tristeza, apenas uma massa cefálica cinzenta
carregada de boas lembranças revividas com tristeza.
Eu queria me expor, me impor diante de algo tão simples
mas não é tão simples reverter consequências.
Isto, é para você aprender, que nesta vida, somos prisioneiros das nossas escolhas
E das nossas atitudes.




Sallut[
07.03.2013


terça-feira, 5 de março de 2013

Um abrigo no Teatro.

...acordei quando cheguei lá, lembro-me de procurar um lugar pra ficar e, com alguma sorte, encontrei um Teatro onde pude me abrigar. Havia um palco e muitas cadeiras todas vazias, o lugar era coberto mas estava abandonado e corria muitas correntes de ar pelos corredores. Haviam cortinas desgastadas pelo tempo e empoeiradas pelo abandono, mas intactas e perfeitas.
O teto era planejado para que o som pudesse chegar até a platéia com mais facilidade, que se limitava no melhor dia da semana a 100 visitantes.
Lembro-me de que quando acordei naquele dia eu estava determinado a fazer minha última viagem até chegar no meu destino, mas parece que não pude fazê-lo sem pausa. Comigo tinha apenas meus cabelos crescidos e um pequeno violino que me trazia paz nos momentos mais fúnebres da tristeza. Não possuía fogo, mas unicamente solitária estava uma vela a alguns metros no palco, olhava fixamente para ela projetando o fogo e seu calor reais na minha mente para que, quem sabe, tornar a física possível. Estou fraco.
Estava com fome, com frio, com sono e sem um coração. Tinha apenas meu silencioso pensamento e meu minucioso toque nas cordas de um violino experiente. Minhas asas estavam cansadas e um corvo não pode voar tanto. Decidi naquele instante me sentar e encontrar a resposta de algum pensar dentro da minha mente, procurei um Imagine mas não pude notar nada, apenas meu pensamento.
Achei ter ouvido algo mas logo deduzi ser o vento, fora minha suspeita de companhia nos últimos anos. A Sombra do Vento.
A noite passou lentamente segundo por segundo enquanto eu contava com meus toques observadores cada canto daquele Teatro, e imaginava cada peça ou apresentação musical que tivera ocorrido ali, onde eu estava posto em lágrimas secas suprimidas pelo próprio pensar e existir naquela noite. Senti o vento soprar e balançar minhas penas que rugiam um macio balançar sem se deixar levar. Minha pele arrepia e aquela sensação do coração sendo atingido por algo, por um relâmpago... uma das minhas asas reage e se abre lentamente, tento resistir e insisto no sono. O sono é impossível no inexistente do silencioso solitário. Com a presença de uma vela, um Teatro e um violino, este corvo compôs uma canção que não se deu a cantar para ninguém, nem a si mesmo...
Levantou a cabeça lentamente com os olhos ainda fechados e com um sorriso escondido afável e gentil apanhou o violino e o posicionou para manuseá-lo, o som começou a escorregar pelas cordas até alcançarem um grave no espaço que resultou em suas próprias emoções traduzidas por um instrumento que emitia sons. Seus pensamentos cantarolavam uma canção que seguia tênue pensativa em uma senhorita que jaz em memórias esquecidas, este corvo tinha um coração abatido em mãos mas não quis submeter-se à tanto... por uma canção que dizia...


"Num dia amanheci disposto
decidido a viajar e voar
Alcançar continentes longínquos
explorar muito além dos mares

Me encontrar com vários sorrisos
conhecer de muitos pensares
Descobrir muitas cores, olhares
Me esbarrar com alguma maldade

Mas no fim do dia vi que não fiz nada
Apenas voei e pousei em círculos
Esperei por um bom tempo
Sem coragem de enfrentar o difícil

Anoitece mais uma noite, e a Lua
infinitamente sábia brilha o céu
Faz o céu, e sem Lua
não existe noite, nem o inspirar

Só a tristeza num versinho feito
Que no final tem consigo um selo
só pra mais amada, um sorriso e um beijo."




Sallut
05.03.2013

segunda-feira, 4 de março de 2013

Normalidades.

Quando aquele dia finalmente teve um fim amanheci em outra manhã de segunda-feira, não havia mudanças, não havia nenhum sorrir nem um coração de volta em seu lugar. Havia somente um carrinho quebrado e um menino solitário pensativo sem nada para distraí-lo se não os textos, as palavras.
É incrível como o próprio labirinto torna-se o único refúgio. As palavras.
...mas se for para fugir de um momento na Cabana terei de pensar em alguma ótima lembrança, em um intenso sorriso ou um abraço inesquecível. Terei de pensar em alguém que já cansei de tentar esquecer, agora estou aqui.
...com alguma sorte n'outra vez, se existir...




Sallut
04.03.2013

sexta-feira, 1 de março de 2013

...enquanto a Lua vai embora...

Tudo bem...
Vim tentar descobrir o que está acontecendo, de tanto ouvir que estou estranho, silencioso, agressivo além da medida. Arrogante. Eu acho que preciso descobrir o que está acontecendo realmente.
Não sei se meus pensamentos estão desorganizados e minha confusão com a realidade se fez na minha indecisão para com o futuro. Talvez eu queira dar um passo à frente e ainda não tenha tido coragem, talvez este passo só existe dentro de mim num lugar onde não pode ser ouvido nem visto. Um simples gesto, um passo.
Ou um olhar, quem sabe. As vezes olhares se cruzam, pensamentos se revelam, mas é o silêncio que se exibe.
Talvez eu queira me livrar da ilusão de um amor perdido e voltar a amar com tanta intensidade quanto nunca. Ou será que já estou apaixonado e será apenas medo de admiti-lo?
Amor... paixão... esquecimento...
São palavras que vivem de mãos dadas, como ódio e amor, que se relacionam de forma direta e objetiva. 
Eu disse hoje...
Que nasce um Poeta num corpo de menino,
num mundo onde não existe romance.
Um menino na mente de um Poeta,
que não pode entender a razão das próprias lágrimas.
Mas o mundo, vasto mundo, condena-me por pensar diferente
por almejar diferença. Não por destaque.
Diferença natural, daquela que nasce como marca de nascença ou guia no pensamento.

No final das contas não existe pensamento, não existe amor, não existe paixão e nem esquecimento
o que existe são palavras incapazes de descrever o vazio de um Poeta
que vive no corpo de um menino.




Sallut
01.03.2013