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segunda-feira, 10 de março de 2014

Dezoito minutos de outro dia.

...entende porque eu sempre volto?
Porque sempre venho dar boa noite ou simplesmente olá.
Nem sei como dizer o que eu sinto porque sinto perdido este meu sentimento.
Como uma confusão de cores está o meu céu nesta noite
e mesmo que eu fosse o artista mais belo do meu século
não encontraria  as palavras pra onde pudesse enfiar esta minha cara errônea.
Acho que só queria ter tua companhia e mais nada além disso.
Nada além disso.

...mas sei que você não acredita nas minhas velhas frases bem formuladas
porque você me conhece e sabe de onde eu venho, quais passos eu já dei
Foi com você meu erro, meu bem. Mas agora estou aqui.
É outro dia para se pensar no que fazer, nós dois temos feridas fechadas
com marcas bem abertas como se sangrando neste hoje.
Enquanto mudamos de um disco para outro apreciamos a música boa com gentileza
porque temos um amor em comum.

Você não gosta nem de pensar no fato
porque é perigoso pensar em certas coisas.
Me espreito neste perigo toda vez que procuro minhas palavras para a minha tradução.
Venho armado e com o peito carregado de saudades tuas,
já nem me importaria mais ter de abanar o rabo para voltar pra dentro, junto à lareira.
Nada além disso.

Mas estamos ambos dentro de nossos casulos construídos para que nos protejamos dos que estão lá fora
querendo usufruir dos nossos corpos e abandonar nossas mentes por aí, em alguma calçada.
Não é isso o que eu quero. Gostaria de ir mais além.
O corpo vai ir embora enquanto meus pensamentos resistirem atentamente a menor fagulha de lembrança tua.
Tua, meu bem.
Porque eu caminho solenemente buscando algum brilho que dê inspiração à minha paz.
Será que nesse mundo ainda existe a paz? Eu só espero que não seja tarde de mais.

Algumas músicas nos levam para perto de coisas que gostaríamos que ficassem longe.
E enquanto elas tentam se aproximar usamos unhas e garras, ferocidade, para manter nosso espaço.
Sei que não é tão simples perguntar se estou bem
acabamos por nos machucar com o que nos propomos.

Mas não foi com as feridas que chegamos aqui, querida?
Não foram os tropeços e os copos de álcool que nos trouxeram de volta para casa?
E os amigos que, pacientemente, fingiram estar do nosso lado para consolo?
Nossos pais preferiam nem tocar no assunto enquanto nos viam podres por aí.
E a escola, por mais difícil que fosse, dia após dia, terminamos.
Mas foram estas escolhas que nos trouxeram aqui, querida.
Foi sim.
Nos tornou ser quem somos, maduros e experientes. Vividos de um romance.
E sempre que procuro meu violão para dizer-lhe o que estou sentindo,
evito dizer que trago pensamentos teus. Ficar pensando no que dizer é triste, prefiro despejar-lhe tudo o que tenho.
Sem vergonha. Sem medo. Sem receio.
Desta vez já foi.
Quando os instrumentos pararem de tocar nem olhe para trás, o passado nem merece atenção.
Apenas espere o silêncio para declarar-se apenas mais uma vez que é apaixonado por isso tudo.




Sallut
10.03.2014

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