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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Impressionado ou perdido?

Vim trazer um olhar.
Objetivo. Singelo.
Pequeno à esquerda
esbugalhava-se à direita.
Castanho e verde. Parecia até ter um pouco do azul do céu.
Estranho.

O olhar já veio. Faltou o sorriso.
A resposta de um olhar foi o olhar desviado,
pensamentos. E o silêncio.
Faltou o sorriso
e mais alguma coisa.

Acordei quando já era dia
e não haviam olhos verdes, nem castanho...
Deixei-me sem sorrir, nem olhar
apenas abri os olhos e vi outro dia passar.

E antes de dormir, também não havia Lua
não tinha música e nem nada para falar.
Porque fechou-se o olhar.

Poderia te dizer que cor tomou o tal olhar, pela manhã seguinte
mas fez-se em poema o que iria te dizer
E abandonei nas linhas
o que quis esconder.




Sallut
28.10.2013


sábado, 26 de outubro de 2013

Brilhe, sentimento.

...na verdade, venho de novo
Porque eu tenho muito pra falar esta noite
talvez eu tente e não consiga dizer absolutamente nada
pode ser que meus esforços se esvaeçam num caminho impossível
e que a escuridão me complete, tome o lugar do farol, que é o meu sonho.

Venho dizer que o silêncio me tortura
como se os galhos fossem pontudos, minha pele fria e frágil
não tenho escamas que me protegem. Estou neste mar e nado com a pele nua.

Não vou dizer o que estou sentindo
tentarei mascarar meus pensamentos, também
vou dar-te um lago.
Mergulhe se quiser. Ele estará congelado.
Cuidado para não quebrar a cabeça tentando!

Pode ser que os dez minutos transformem-se em cinco
e que as notas que nos trazem a saudade
não passam de meros pensamentos
Pequenos. Fúteis. Indiscretos.

E eu sinto...
mas não vale a pena dizer o quê.
Eu sinto...
mas nem mesmo sei dizer o que é.
Apenas está aqui. Isto me basta. É triste, é cinza, é silencioso e solitário.
Digo que é ruim, mas não quero dizer se é
apenas quero que seja. Quero permitir estar.
...nesta noite sem lua...

E eu sinto...
talvez esteja escondida porque sabe o que eu sinto
Sabe que sou um mar de incertezas
que podem te trazer um beijo e um abraço a qualquer momento
Você não está completamente segura se desprendeu-se de mim. Este é o problema.
Você é o risco.
E eu sinto...
apenas sinto. Sem permitir que nada vá em conta.
Eu sinto...

Um silêncio no sozinho.
Uma dor vaga no meio do preto no branco
Uma poesia sem rimas,
Blues sem dor.
Saudade. Pronto. É isso.
E eu sinto...
estas notas sempre me trazem pra cá,
aqui
dói.

Queria ir até você e conversar algo sobre qualquer coisa
perguntar-lhe sobre seu dia, se conseguiu sorrir hoje
Desejar-lhe um boa noite e desejar encontrá-la amanhã,
talvez quem sabe marcar um encontro. Não sei.
E eu sinto... já disse, mas não vou repetir.
Eu sinto...




Sallut
25.10.2013

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Depois de estragar tudo.

Sou isso. E é só.
Não sou mais. Nem queria ser.
Sou todos os pensamentos
todas as lágrimas, os quadros tristes
Pois é. Nem toda arte é perfeita.
Algumas é preciso saber apreciar.

Mas, com os olhos pesados
vos digo que estou aqui.
Neste dia, neste momento
pensando algo que não sei exatamente o quê
Mas, aqui.

E, se isto importa? Pra mim não.
Outra porcalha sem importância.
Só queria vir dizer, neste dia
vinte e cinco
Um boa noite.




Sallut
25.10.2013

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

...depois que acabar a música...

...não é verdade que voltei?
Conte para todos, sim. É verdade.
Fui lá pra fora e mergulhei na escuridão da noite,
entrei em bares e enchi-me de álcool, pensamentos ruins e tabaco.
Saí quando eles fechavam e procurava algum outro que estivesse aberto.
Simplesmente porque eu estava triste, querida.

Mas aí amanheceu um dia, peguei minha bengala
coloquei meu chapéu e um paletó confortável. Era um dia quente.
Saí assoviando algum novo blues que floresceu em mim pela noite
cantei para o Sol junto dos pássaros. Dancei e saltitei pelo frio asfalto
algumas pessoas estranharam minha animação, outras permitiam-me com soslaio
E eu alegre como o voar de uma borboleta caminho em direção à noite.
Não me importo com o tamanho do meu cabelo black, nem se meus sapatos estão sujos
Irei chegar na noite, agora
posso sentir que estou me aproximando e que tudo está indo lá pra baixo.
Posso apreciar este momento porque é como observar a aurora
e enquanto o Sol se vai
a escuridão confunde-se com seus últimos rastros de luz deixados para trás
Aí fico eu com meus sapatos sujos, meu cabelo black
e minha mente cheia de pensamentos.




Sallut
23.10.2013

terça-feira, 22 de outubro de 2013

23:45; Outro horário.

Splash! Vim parar aqui. Me desculpe. levantava-se arrumando seu paletó amassado.
Algo me jogou, acho que foi a música... não importa. Estou aqui agora. Amassado e meio desconcertado. Mas, veja, eis-me aqui.
Algumas das minhas palavras podem, como há sempre, não fazer sentido. Com isso, deixo pra você uma cifra, ou só um pensamento vago e inútil como os unknow que se dizem esquecidos. Nem nome tem.
Faltam 20 minutos para o fim de outro dia
faltam 20 minutos para o começo de outro dia.
Faltam vinte minutos para o quê, afinal? Onde estamos?
Um minuto já se foi e agora falta menos. E lá se vão os segundos...

Pra onde vamos, capitão? Aponte-nos um lado e remaremos para lá...
esperavam minha resposta e cobravam-se com olhar e tensão.
Nem sei quem sou, pelos céus e os raios. Esperava que algo viesse e, de repente
Leve algo na sala de audiência às 14:58 lá vou eu
Outro minuto se vai, relâmpago, um sorriso disfarçado
amargo e impassível. Como se não quisesse sorrir mas, por educação...

Então as traves vem levando outro minutos dos 20 embora... já nem sei mais onde quero chegar.
A verdade é que não soube desde o inicio, acabei caindo de uma nuvem que flutuava e...
Pancadas. Como as da chuva. Mas num ritmo. Sim. Espancam algo em ritmo.
Não consegue imaginar? Talvez nem precise, não deva...
mas, espanque as ideias com um ritmo,
isto é
permitir que algo seja o que é.
Queria te levar ao restante dos 20, mas quero ser tão breve quanto curto. Além de que não confundir-lhe mais os pensamentos
tanta subjetividade leva o pensador ao precipício desnecessárias vezes.

Pancadas. Como as da chuva. Num ritmo.
Quantos minutos faltam para os 20?




Sallut
22.10.2013

domingo, 20 de outubro de 2013

Um palco. Cenários. Obras e espetáculos.

"...até o interrompi bruscamente sem deveras para falar-te, tudo mudou. Meus olhos passaram a enxergar um brilho tão intenso e mágico que minha mente sequer era capaz de acompanhar. Toda a magia acontecia diante dos meus pensamentos e, de repente num instante, tudo fazia sentido. O céu palco de um espetáculo lindo como a lua. E não apenas. Do dia, cenário pro Sol. Falemos do céu. Porque ele é verdadeiramente extraordinário. Preenche tudo o que minha vista acompanha, guarda tudo o que minha mente desconhece, e ainda me deixa a mais maravilhosas obras de arte que eu poderia imaginar. Posso concluir que o universo é um verdadeiro artista.

Vamos voar no céu. Podemos usá-lo para que ele possa ser o que nós quisermos. Nossa mente é tudo o que precisamos, e estas palavras podem serem teu portal, sua chave ou seu conto de fadas preferido. Porque voar, para alguém além de mim deve ser incrível. Sou humano. Aqui vou eu, e eu posso voar. Meus olhar estão fechados e posso sentir as vibrações da música atingirem meu corpo e meu ouvido, capto traduzo e concluo. Interpreto. Imagino. O imaginar me leva pro céu e lá posso voar. Sei que minhas asas existem pois as sinto formigar e quando quero as faço abrir. Fazem parte da minha coluna, sei que as penas são dóceis e delicadas e que as preciso como as nuvens. É tudo tão mágico que me faz acreditar por um instante que as palavras são inúteis. Deveras ver, viver, sentir, ouvir, concluir e imaginar. E então ter uma verdadeira experiência."

Mas não lhe dê muitos ouvidos,
talvez ele te queira com os pés mais longe da lua do que o céu
E o céu é mais seguro,
Apesar de que a Lua sempre estar lá... bom,
não importa. Pensamentos... acho que estou navegando,
Risos...




Sallut
20.10.2013

...

Então, pois bem, Boa noite.
Te trago novamente alguma outra questão. Talvez devêssemos parar pra pensar no que deve ser feito daqui pra frente. Já ficou claro que somos capazes de nos teleportar meio ao tempo, basta viver cada dia o seu dia. Os olhos observam, a mente absorve, o pulmão cumpre um dever severo dia após dia junto do coração. Tudo se encaixa. Mas talvez algo precise acontecer para que você faça algo além de existir. Podemos pensar. Então penso. Pense também, talvez goste. Como agora, tento usar as frequências que me atingem para guiar-me diante de tantos pensamentos. Vejo que o céu ora nublado e o vento suspira como se limpando algum vestígio, preparando um espetáculo. Aí em poucos minutos está a Lua só e brilhante no céu. No céu...
Talvez eu te deixe pra outro dia, me desculpe...




Sallut
20.10.2013

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

01:33 à 01:43, Respire fundo. Leia.

Trouxe o silêncio.
Trouxe uma gaita nova.
Uma foto. Uma garrafa de água vazia, eu bebi tudo.
Trouxe uma nova colisão. Um dia dezessete de Outubro diferente.

Provoquei, com tudo isto, mudanças intensas no universo.
Transformei sentimentos e despertei um coração distante.
Acabei com o silêncio. Verdade. Trouxe ele e destruí.
Meu ouvido está coçando, ele está ouvindo algo que meu corpo não soube interpretar.
Estou ouvindo, Sim. Mas não entendo.
Por isso escrevo,
quem sabe descubra algo com tudo isso.

Mas, se eu for louco de pensar assim, quem será a santa sanidade?
Não posso me deixar apaixonar e nem levar de presente.
O sono e um sonho me esperam, querem me encontrar para um bom aperto de mão
talvez um sorriso nostálgico e alguns socos no estômago.
Risos. Me peguei confessando, agora.
Me desculpe. Mas obrigado.
Ah,
Boa noite. Pela uma das últimas vezes...




Sallut
17.10.2013

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Uma noite com chuva.

Mas o que é estranho, afinal?
Somos nós. Os teus pensamentos.
Ou são eles. Tuas conclusões?
Lá fora tem uma chuva que despenca dos céus
ela também quer dizer algo com tantas gotas explodindo no chão.
O mundo parece frio mas deitado na minha cama sinto meu corpo tão quente.
O sono me vem convidativo a algum sonho que ainda não tive,
a algum encontro que ainda não fui
ou a algum alguém que ainda não tenha beijado olhando nos olhos.

Mas o que é estranho, afinal?
É o que sentimos. É o que pensamos a respeito?
Talvez seja o medo de acabar o que nem sequer começou.
Não importa. É estranho que sejam só palavras.
Isto é estranho. São só palavras.

Quando fechamos os olhos, sabemos
quando respiramos, sentimos
e quando permitimos que o ar vá
É como deixar estar.
Nada melhor do que deixar estar.

Você quis confiar em mim somente mais uma vez para que eu te mostrasse para onde vão minhas trilhas, ou para que lado guia os trilhos que segue meu trem. Tentei ser o meu melhor para dar-te-á o melhor de mim. Nunca quis que fosse insuficiente. Tentei sorrir para amenizar o fato de eu ter uma aparência feia e assustadora. Tentei fazer poesias para conquistá-la de um jeito ameno, romântico.
Não...
Não são as palavras, nem o sorriso. Nada neste mundo será.
Por isso quando te encontrei a olhei nos olhos e permaneci em silêncio
Deixei estar
E vi seu sorriso aparecer em meio a tua face, naquele momento, foi a paisagem mais bela que vi na vida corpórea. Mas quando percebeu que eu não sorri de volta havia algo de errado, então seu sorrir desapareceu.
E em seu lugar veio dúvida, pensamentos incriminadores que queriam nosso fim.
Por isso, querida, Deixe estar...

porque quando você respira, alguém produziu este ar que invade teus pulmões
E enquanto o ar te invade seu coração faz o sangue correr pelo corpo todo
O oxigênio penetra neste mesmo sangue, permitindo que o corpo e os músculos respirem
E então você solta o ar que não te serve, o carbono. Inútil. Mas cheio de você.
O ar que te preencheu e foi lançado para fora, agora, inútil.
Não é preciso segurar a respiração. Apenas Deixe Estar.

Deixe Estar.




Sallut
16.10.2013

sábado, 12 de outubro de 2013

Uma duna de poucas palavras.

Talvez tivesse chegado lá voando
ou caminhando por anos e anos
talvez tenha caminhado tempo o suficiente para morrer
e ser soterrado pela areia com o passar do tempo.
Não sei como aconteceu. Mas cá estou.
Abro os olhos e vejo o céu. Não haviam estrelas,
só o céu e suas nuvens flutuando, calmas, como todas as vezes que me lembro.

Tenho areia na boca. Minha visão está embaçada.
Meus dois braços formigam e minhas pernas estão dormentes,
estou todo sujo e sinto meu corpo imundo. Isto é ruim.
Olhei de novo pro céu. Lá estava ele.
E como o grunhido de uma porta senti-me a mercê de vários pensamentos
como se flutuasse num céu cheio deles
esbarrasse e colidisse despreocupadamente entre um e outro
tentando encontrar algo encantador.

Não encontrei nenhuma mágica, nenhuma poesia
abri a porta e, além do ruído, me saiu isto.
E quando vi de cima parecia que chovia
naquele céu sem estrelas, sem Lua.
Aquele céu
era só céu.
E isso era tudo.

Podia ter me encantado com as dunas
porque foram elas que me trouxeram até aqui
Mas lotaram-me a boca de areia
e fiquei apenas com o observar daquele céu.
Atônito e, apesar da boca cheia, sem palavras.





Sallut
12.10.2013

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Finalize-o.

Deveria começar com um pedido de perdão.
Então
Me perdoe...

Vou gritar. Estilhaçar. Esvoaçar todos os cacos.
Farei uma grande festa no buraco que ficou depois de toda a destruição.
Usarei os destroços como enfeite e usarei o sangue como cor de contraste.
Se não chover no dia, fizer sol, usarei as sombras como refresco
da grande chama que atearei todos os corpos mortos que restarem.

E se desse jeito não te arrancar um sorriso, Óh querida,
desenterrarei o Saxofone do velho Miles
e tocarei a canção mais solene para você.
Óh, yeah. Tocarei as notas mais profundas e intensas.
Enviarei um verdadeiro relâmpago bem no centro da sua essência.
E como um piano cruel apertarei com a unha todas as suas feridas
fazê-las arder como o Inferno de que tanto falas.

E, veja só, em quantos poucos minutos
somos capazes de pensar e ir além
Levar a concepção do que é
a algum lugar desconhecido
e abandonar lá nossa velha opinião formada sobre tudo.
Uma boa seda
e uma boa cannabis de cor vívida
para enrolar e atear fogo
à paisagem da Lua.




Sallut
11.10.2013

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Quanto tempo para medir o amor?

É verdade que você queria amar?
Ouvi dizer. Senti um vento que me arrepiou calafrios,
ele veio dizer que seu coração bate aquela sensação
E que você quer amar.
Pelos milhares de anos que passou sonhando com isso
os sonhos nunca pareceram tão longos, ou curtos
Agora vejo com meus olhos
sinto com meus dedos
E posso tocar com meu espírito
milhares de estrelas brilhando somente para mim.
Pelos milhares de anos que passei sonhando com isso.
Não preciso mais mentir nem esconder
Porque é amor.
Se não for amor,
será amor algum dia.
Porque é amor.

E posso sentir minhas asas formigarem também, mesmo agora
os ventos cessaram e a luz do sol já se pôs
Agora a Lua quer brilhar pelos milhares de anos que passei sonhando
a noite parece tão mágica quanto o que estou sentindo
e não sei, no final, se a mágica está no sentir
Ou em saborear o sentimento.

Porque é amor.
Se não for amor,
será amor algum dia.
Porque é amor.
Pelos milhares de anos que passei sonhando com isso.

Não minta para as pessoas
quando a pergunta for
Amor.

Porque é amor.
Se não for amor,
será amor algum dia.
Porque é amor.
Pelos milhares de anos que passei sonhando com isso.




Sallut
10.10.2013

sábado, 5 de outubro de 2013

Pense comigo, querida...

...e quando você apareceu me dando boa noite nem acreditei
Achei que a tinha de volta. Óh, mas não.
Sou seu amor querido e amigo, mas não.
Eu disse adeus sorridentemente quando você subiu para sua casa, disse que estava com sono
te desejei um boa noite, quis te acompanhar mas, apenas boa noite querida...

Porque sua casa ficava muito longe e eu já tinha me esquecido do caminho
você também nem queria, mesmo, me explicar. Vendo por outro lado
você estava mentindo quando disse Adeus me olhando nos olhos
me sugeriu uma ligação pela noite mas não atenderia se o telefone tocasse
E eu nunca saberia o gosto dos teus lábios.

Mas quando acordei daquele nosso Adeus, já estávamos juntos
e eu ia para a sua casa sem te ligar todos os dias
parecíamos estar conectados pela frequência que já havia entre nós
mas quando nos olhávamos nos olhos sentíamos vontade de ser livres
do medo e insegurança
e tentar o agora...




Sallut
05.10.2013

Amigo, amado amigo...

Lá se vai um dia inteiro
em que ando pensando em algo
Algum Adeus que não dei ontem, aí acordei hoje meio com vontade de sorrir
Mas sem motivo.
Aí eu te vi caminhando pelo jardim, pela janela do meu sonho
e enquanto isso acontecia sentia dentro de mim a certeza de quem eu era
E do que sentia.
Este era o meu motivo de sorrir.
Vê-la caminhar no jardim me fazia encontrá-lo meio aos meus pensamentos
E quando a noite veio junto com R.C já não soube mais o que explicar
se queria dizer que te amava, ou que superei e só quero teu sorrir amigo
Aí acabo me esquivando entre um assunto e outro tentando acertar
o quê eu não sei
mas me fazia querer mergulhar nas tentativas que me pareciam irresistíveis.
Queria...
mas querer é algo tão impossível quanto simples. Parece complicado? Não é.
Pense no amor da sua vida
perdido entre um erro e outro
e então você saberá o que é olhar pra dentro de si mesmo
e enxergar todos os motivos de que precisa
para sugerir um sorriso amigo
Óh, querida, eu queria teu beijo também. Sinceramente.
Mas, boa noite.
Eu só queria ser sincero e espontâneo.




Sallut
05.10.2013

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Onde está você?

Ela não me deu boa noite.
Mas eu dei boa noite para o mundo inteiro.
E depois dei boa noite ao universo, embora lá fora não exista a noite
nem o dia.
O Sol brilhará para mim quando for manhã,
e quando o dia chegar ao fim encontrarei a Lua.
Para mim, aqui, é assim.
Então, boa noite, Universo.
Hoje é dia dois do mês dez
do ano treze.
Outro ano, outro mês, outro dia, outras notas... outro tempo...
Estamos aqui. Você pode ver?
Tudo bem. Está tudo bem...
A inspiração é doce como um favo de mel
e meus lábios, no sabor do cacau, me dizem
que ela também me deu boa noite.
Não usou as palavras, nem sequer quis conversar comigo
mas, orgulhosa... risos...
se eu não a conhecesse diria que nem pensou em mim hoje.




Sallut
02.10.2013

Um mar. Um navio. Vento e asas que não voam.

E quando você vai dizer algo que vá te levar a algum lugar?
Quando suas asas te levarão para algum penhasco alto o suficiente para te fazer esquecer de tudo?
Você pode se sentir livre, as moscas por aí desviam das paredes. Todas elas se inclinam contra você
todas as manhãs. Todos os dias.
Mas sua mente parece apagada quanto às coisas que acontecem,
seus olhos se fecham tão naturalmente quanto o ar entra pelo seu pulmão
E no meio de todo esse sonho há o céu azul manchado de nuvens para voar
Voar.

Você queria encontrar um motivo para sorrir
ou uma inspiração doce o suficiente para que pareça um poema
Talvez você queira fazer uma poesia esta noite. O dia primeiro já foi.
Estamos em outra madrugada, estamos com outras notas,
outros pensamentos acompanham o navio esta noite.
Pra onde vamos, Capitão? O mar está sereno hoje
as ondas parecem encaixar na broa do navio junto ao canto dos marinheiros
Estão todos com sede e fome. Estamos navegando há muitos anos sem pausa.
Pra onde vamos, Capitão?
Há um penhasco logo ao norte, podemos alcançá-lo. Devemos?
Estamos todos com sono. Com fome. Cansados. Desmotivados.
Estamos com saudade de nossas esposas e filhos. Queremos nosso lar.
Pra onde vamos, Capitão? Quer alcançar aquele penhasco logo ao norte?

Os ventos sopram e pareço estar perdido no meio de tantos sopros
minhas asas estão intactas nas minhas costas. Eu posso voar.
Mas estou navegando num navio cheio de marinheiros famintos e cansados. Estão todos exaustos.
Inclusive eu. De distribuir ordens e comandos. Erguer à direita. Manter à esquerda.
Me perguntaram tantas vezes para onde deveríamos ir que eu mesmo já não sei
estamos apenas navegando entre os ventos que sopram.
Minhas asas estão nas minhas costas intactas. Eu posso voar.
As ondas do mar parecem encaixar na broa do navio como o canto dos marinheiros.

Estou olhando para o horizonte mas não sei para onde vamos, sinceramente...
estamos apenas
Navegando...




Sallut
02.10.2013

Levantar Voo.

"...todas as manhãs acordava pensando no brilho do Sol que esquentava minha pele enquanto alongava meus músculos para viver outro dia. Todos os dias andava para lá e para cá pensativo nas decisões que faria para mudar o mundo. Tenho sonhado com a liberdade do meu espírito. Minhas lágrimas a noite não mentem que anseio ser livre. Cada sonho que tenho e me esqueço me revela os segredos que preciso para ser livre. Mas todas as manhãs acordo pensando em como libertar meu espírito e nunca consigo provocar a mudança que tanto procuro.
Penso que outros espíritos já deveriam ter passado pelo mesmo que eu, estes pensamentos duvidosos que ardem como chamas de um chamado inferno. Mas estou congelado. Ando congelado para dentro de mim mesmo assim como as nuvens estão docilmente congeladas, flutuando, pelo céu. Brancas e leves. Como plumas. Mas congeladas, não é?
Mas chegou um dia que alcancei um penhasco e quando me vi no topo enxerguei o mundo como ele era. O mundo é azul. Apesar do céu estar sujo e mentes maldosas estarem soltas por aí, o mundo é azul. Azul como a água. Azul como a triste poesia que relata o fim de um amor. Azul como o gelo.
Vi os homens todos perdidos preocupados e distraídos com seus pensamentos vazios. Suas ambições sem cabimento e motivações sem argumento. Não queria me sentir mais e nem olhar tudo como superior. Mas era o que era. E o mundo é Azul.
Senti vontade de me jogar daquele penhasco, foi a primeira coisa que pensei. Coloquei meus pés até o limite e olhei bem para o fundo, vi que estava além das nuvens e que minha queda seria rápida e densa. Abri bem minhas asas e certifiquei-me de que podia voar. Eu podia voar.
Senti os ventos soprarem e me convidarem ao pulo, mas não pulei. Sorri.
Eles passaram entre minhas penas e preencheram meu pulmão. Passaram entre os dentes que constituíam meu sorrir e me tocaram por dentro. Ali naquele instante. Eu estava livre.
Eu não pulei apesar de querer muito ter pulado.
Fiquei parado. Observando o mundo de cima. Em silêncio.
Lembrei do meu amor e do sorriso dela. Do seu cheiro.
Lembrei de amigos e do que sentia por eles. Senti saudade.
Toquei minhas dores com o dedo indicador e acariciei todos os meus pesadelos com carinho,
tratei-os com atenção e paciência. Tentei ser um verdadeiro pássaro.
A areia queria escorregar meus passos abismo à baixo,
tentava me manter parado enquanto os ventos me empurravam vagarosamente para frente
tentando me forçar o voo.
E no meio de tudo isso havia o meu sorrir. Encantando com o mundo por ser tão simples
como uma poesia rimava
entre os ventos que sopravam
o sorriso que eu esboçava
e a vontade louca de sair voando por aí. Livre.
O mundo rimava como uma poesia. Desse jeito.
E eu fazia parte destes versos.
Então eu gritei. Nossa. Como eu gritei.
Disse: Tudo bem.
Eu me entrego à você!
Então eu pulei..."




Sallut
02.10.2013