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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Passeie.

...Nem sei da onde venho
não sei pra onde vou.
Tenho planos, objetivos. Mas minhas pernas estão cansadas.
Enxergo um caminho a minha frente, na verdade vários...
Posso seguir crente em qualquer um deles, vai de mim... ou de quem estiver comigo, sozinho só eu decido.
Mas, você sabe, nos álbuns, músicas começam, músicas acabam, até chegarmos na última música há muita história para ser contada.
Uma destas deve ser cantada para uma menina de cristal,
eternizada e escondida nas lembranças de um menino enterrado à sete palmos.
Uma viola toca todo entardecer observando o céu escurecer num azul celeste incrível.
Muita prosa poderia ser inspirada em tudo isso, mas nenhuma delas quis cantar em público.
Era só minha menina, um cristal eternizado e enterrado onde só eu sabia.
Talvez eu vá brincar na chuva ou correr na Terra e olhar o céu.
Pode ser que numa tarde qualquer eu acorde no jardim do meu quintal, num dia que não houver perigo, é claro... hehe.
O meu corpo reage a todas as coisas que me cercam, pois são muitas. As energias jamais silenciam-se ou terminam realmente. Os dias apenas seguem e depois de uma sexta-feira como essa só poder haver um sábado que eu não conheço.
Eu vou chegar de repente e dizer Olá da janela do seu quintal,
te chamar lá de longe me entregando pra você. Você...

E no meio de todos estes pensamentos eu tenho uma gaita que canta, acredite...
Ela vem cantando todos os dias, treinando as cordas para chegar no dia que cantará para ti, meu bem.
E olhe só que digo,
as músicas terminam mas o álbum não possui apenas uma.

...no meio da noite galopando um cavalo negro,
saiu de um velho cinema de faroeste rumo a um destino que sua mente trancafiava em segredo.
O galopar rumo em direção da Lua escondia um objetivo inabalável. Até o nobre cavalo confiado a esta missão sentia o dever de galopar no ritmo do coração que cantava em seu interior, em sua alma. Todas as notas que ecoavam no espaço antes disso foi voando mais alto que o vento, sonhando.
Meu peito bombava anseios de um coração que não estava lá, minhas veias secas querendo dançar com você. 
Danças de salão. Rockabilly. Piano. Faroeste folk.
E no final do meu filme está rodando em câmera lenta,
seus olhos me contam histórias de um tempo mais longo
Deixei de te acompanhar neste tempo, e por isto eu sinto muito.
Não pude retornar para dizê-lo, força de egos...
...Mas em algum amanhecer, pela Terra ou pelos Muros,
pelo céu, sem o Sol eu não sei viver, sonhar me faz livre.
E estas noites vem cantando em meu interior uma canção que eu não consigo terminar de escrever.
Cada dia que retorno a este pensamento cansado de estar inspirado pela mesma canção digo coisas diferentes que ainda não havia sentido. O que será esta inspiração?
A música não silencia-se, apenas abaixa o tom. Com respeito.




Sallut
27.06.2014

quinta-feira, 26 de junho de 2014

Noite de Roubo.

-...e pra onde você vai depois? _com um tom triste me perguntou olhando pro chão.
- Não sei, pretendo ir até o campo, acampar no pé de alguma montanha... _despretensioso.
- E como você vai?
- A pé, é claro. Não há transporte que facilite meu caminho nesta vida que escolhi...
- Queria ir com você. _me olhou bem no fundo dos olhos com aquele brilho ainda esperançoso.
- Você poderia ir se quisesse de verdade...

Parecia tão simples
aquelas poucas palavras
dizendo coisas cujo sentido
só se encontraria lúcido
em muito depois de escritas.
Foi uma belíssima noite, apesar disto e aquilo...




Sallut
26.06.2014

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Manhã barulhenta: Acorde.

Acabei retornando àquela frequência que já conhecíamos.
Acordei num dia barulhento e fiquei horas com o barulho tentando concilia-lo ao meu sono.
Claro que foi impossível, eu preciso de silêncio para dormir.
Mas é incrível como não tive forças para simplesmente levantar e ir viver o meu dia. Com sono.
Acontece que logo me levantei, assim que ouvi o despertador sem precisar que me acordasse, e fui.

Naquela noite sonhei algo diferente de todos os outros dias,
sonhei com um amor. Um romance.
A garota não importa muito, mas até lá encontrei um fim solitário. Fora este o fato que me deu bom dia.

Ainda posso ouvir o barulho que me acordou, já acordado.
Ainda posso sentir o anseio de amor do meu interior mais profundo.
Sei que mesmo daqui as coisas me tocam, me vêem, me sentem, mas não me curam.
Então eu volto para uma frequência dolorida e sangrenta que já existe em mim. Inevitável.
Como um barco atravessando uma tempestade sem tripulantes, sem conduta, sem destino.
Mas as nuvens relampejam e não protegem nada além de si mesmas.
Os relâmpagos não se preocupam em me atingir, apenas querem me dar medo,
quando na verdade me deixam apavorado. Desesperado.
É por isso que sempre estou aqui escrevendo algo que não aguento mais sentir.
Queria me desconciliar, desprender e esquecer simplesmente de tudo isso que já se foi. Impossível.
Tenho este vinil entre meus álbuns e jamais deixarei de ouvir
só porque eu Queria Que Você Estivesse Aqui.

Cansado de inspiração que sangra. Cansado de poemas que derrubam.
Cansado de notas que entristecem. Cansado de dias que adoecem.

Meu coração jaz numa prisão que não consigo resgatá-lo,
parece uma piada quando penso que foi eu quem o colocou lá. Pois é.
Romances...

...e mesmo depois de cada fim tenebre que encontrei não sinto nenhuma vontade de deixar de amar,
sinto pelo contrário, uma imensa razão me fortalecendo a esperança de aguardar um novo amor.
Porque é o amor, e se não for um dia será.
E mesmo que depois deste dia deixe de ser, ainda assim, continuará sendo. Pois amor, em verdade, permanece. Mesmo em dor e solitário.
Parece um pensamento bastante babaca e sem sentido, é verdade. Eu enxergo este ângulo, mas não.

"...eu me lembro quando olhou pra mim e sorriu
como o brilho do Sol.
Brilhe, seu louco diamante.
Agora eu me vejo aqui sozinho olhando pros meus próprios olhos no espelho,
vendo um buraco negro no céu.
Brilhe, seu louco diamante.
Você se confortou com a solidão, acostumou com o vazio que preencheu a solidão.
Perguntou diversas vezes para seus pais em que direção deveria ir,
quando decidiu ficar onde estava sem correr atrás de nada nem de ninguém.
Só.
E esta decisão petrificou todo o calor que nutri com bastante esforço quando era dia.
Agora, choramos pela Lua.
Brilhe, louco diamante.
Armadilhas nas sombras querem nos agarrar e explodir nossa visão..."

Algumas portas dizem Bem Vindo,
outras sequer abrem a fechadura para ver que chegamos.
Vamos lá, minha guia. Me leve para alguma porta.
Porque eu preciso deste amor para viver esta minha vida, você sabe... um romântico incorrigível.
Não procuro sentido para o meu amor e nem a quem depositá-lo ou investi-lo.
Apenas sinto, sabe. Eu sinto. Durmo noites e acordo dias sentindo-o...
e poderia espernear isto até o último segundo da minha vida, como tenho feito nestes últimos anos...
Mas vejo que não faz sentido desejar tanto que você estivesse aqui
porque você não mais estará.
Até meu interior anda enjoado de vir escrever sobre algo que já dissera diversas e diversas vezes.
Mas até este enjoo sente sua falta... é por isso que acabo voltando. Pra expulsar deste meu eu o que não quer mais fazer parte.

Temos uma passagem para um trem que já está partindo...




Sallut
20.06.2014

Waterfall.

Cachoeiras.
Lavam o espírito que há em mim.
Este mesmo espírito que atravessou a cidade a pé, alcançou as matas e caminhou até as cachoeiras.
Meu caminho tinha apenas um objetivo sorridente: Alcançar cachoeiras.

Eu posso ver quando minha janela se fecha
parece um sonho ao entardecer.
Muitas pessoas dizem que isto não vale a pena e que é fútil,
que cachoeiras servem apenas para fotografias.

Penso o contrário, gosto de mergulhos.
Gosto de verdades no banho de cachoeira.
Penso bastante na vida que venho levando.

Cachoeiras.
Nunca muda o caminho que leva até elas,
coisas podem acontecer no meio da mata
mas o caminho até a cachoeira é sempre o mesmo.

E mesmo que seja noite, ainda que perigoso para caminhar
a Cachoeira estará lá esperando por um mergulho destemido e sem frescura.
Nas noites mais belas de Lua com estrelas,
ou nas noites mais frias de céu nublado.

Poderíamos encontrar um outro mundo se tivéssemos disposição de caminhar todos os dias até a Cachoeira.
Por ficar longe e por valer a pena.
Logo eu que moro no centro da cidade...
gostar tanto de Cachoeiras.




Sallut
20.06.2014

terça-feira, 10 de junho de 2014

Pense rápido.

Ela disse pra você segui-la, o que está fazendo aí parado?
Não se preocupe com o que está escrito, faça o que tem de ser feito!
As pessoas seguem seus instintos todos os dias, algumas delas acabam tristes por isso.

Não preciso dizer meus motivos,
mas posso atribuí-los três características notavelmente explícitas no dia de hoje.

Ela diz que o caminho está livre para ir até ela
mas a cerca, quando chego, está fechada. E ela diz para segui-la.
Esta garota quer embaralhar meu caminho.

Querer o amor de uma forma tão incansável nos faz ganhar ou perder
algumas coisas, outras coisas.
Mas sempre caminhamos pro mesmo caminho que é amar alguém em algum lugar.

Ela diz, mantenha-se por perto.
Ela diz, não se aproxime.
Ela diz, pule o muro e entre.
Ela diz, se pular terá cães.

Não me parece ser um problema este brilho oscilante, eu posso acompanhá-lo.
Eu poderia pular por qualquer janela ou muro, desde que encontre o brilho do Amanhecer do outro lado...




Sallut
10.06.2014

Pense.

Tempos vadios me convidam a pular pela janela,
escapar deste escritório gelado.
Sair de boneless sem olhar para trás com o crachá no peito.

Não gosto de acordar cedo nas manhãs frias. Imagino que ninguém goste.
Mas todos acordam e seguem o rumo de um caminho que não tem sentido.
E mantém-se nele.

Todos tem direito a pular pela janela,
só não o fazem porque sabem que terão de voltar um dia
e pagar pelo prejuízo.

Precisamos e poderíamos mudar as coisas.
Fazer a vida com mais Arte, sem que pareça tão árdua.
Tocar música nos partos e Teatro nos funerais.

Seguir um ritmo inabalável que o Sol ou a Lua
jamais poderão se livrar
pois estará por toda parte em todo instante.




Sallut
10.06.2014



Vi ver.

Calce seus sapatos! Vista suas calças! Anda, põe esta camisa!
Não precisa ajeitar o cabelo, não precisa estar arrumado.
Apenas pegue uma maçã antes de sair porque você pode sentir fome no caminho.
Mas não se preocupe com muita coisa, estamos indo viver a vida.
Pelas ruas tudo que vamos precisar é de experiência, um instrumento.
Algo que siga você independente dos berros e dos péssimos dias...
E quando você estiver devagar com paciência reduzir-se a menor nota.

Sente-se numa cerca de madeira fincada no chão e olhe pro horizonte,
se você tiver uma gaita toque-a. As vacas e os pastos ouvirão.
Caminhe e corra pelo campo que te pertence. Esta Terra.
E quando já for noite faça uma fogueira, asse batatas, milhos.
Não se esqueça jamais de fazer música, a vida vai precisar.
E sempre mantenha por perto seus amigos de verdade,
a trilha obscura da vida vai te exigir sorrisos elegantes em situações que não merecem.
Mas um sorrir é muito mais do que só estar feliz, demonstre isto.





Sallut
10.06.2014

Esca chefishi ter

Assim como o retrato do power-ranger procurava o seu sentido para cada lado
aquele virado para mim era todo escuro. Apenas sombra e sua forma.
Em seu interior haviam pequenas bolhas de tinta eclodindo uma entre as outras.
O outro lado esconde algo...

Mas mesmo a Sombra com suas pequenas bolhas de tinta, me deu algo
por não parecer muito mas também nem pouco. Apenas Sombra e Tinta.
O que aquele ranger pensava enquanto na sombra da tinta?
Eu não sei. Você muito menos.

Aliás deve estar se perguntando, o que será que significa
algo de tudo isso, ou se tudo isso significa algo.
Eu também lhe pergunto, neste caso.
O que será que há na sombra com tinta, pra você?

Esca porque é inerte, fica e permanece. Como uma torre de farol no meio do Oceano, sinalizando para quem quer que seja que ali há Terra...
Chefishi com muito romance, dotado de saudade e tempero hostil. Daqueles que observam a Lua à champanhe em Veneza... ouvindo Grateful Dead...
Ter pois não basta ser,
a Arte tem de ser mais do que isto.




Sallut
10.06.2014

sábado, 7 de junho de 2014

Chore, querida.

...aí você vem com frequências, conversa de quem quer amolecer Montanhas,
mas sabe que não vai arrumar nada se não jogar duro.
Tem que consertar o mundo antes de voltar para casa.
E você sabe o que eu sinto, no final...

Não me deixe voltar sem tê-la olhado uma última vez, pra levar à vida.
Eu luto por dentro para dizer adeus, mas sempre ouço alguém e isto me desperta.
Por isto eu grito e corro para tantas viagens, casas e lagos. O ritmo vai aumentando enquanto andarilho.
Ninguém jamais acompanhá estes juvenis passos que dei na própria juventude.

Alguns dos choros jamais cessarão pois não escorrerão das nossas mentes.
Eu me inspiro no ritmo que eu tenho e este é inabalável.
Meu bem esteja aí enquanto eu estiver aqui.. vamos viver a vida,

"...deixe de gritar toda esta dor
guarde isto para você, tá bom? Nunca diga nada à ninguém.
Deixe de lembrar disso, deixe de sentir. Não é real.
Não é algo que se pode inspirar porque não existe.
Vamos lá. Viva sua vida."

Óh... baby...
Chore, baby...
Chore, baby...
E Janis me levou para o mundo irreal...




Sallut
07.06.2014