Olá. Saudações ao seu hoje, espero que esteja bem. Você, a família e os amigos.
Trago nesta data outra face do eu, outra face deste pensamento jovem que vem se transformando ao longo de uma década. Antes de começar a escrever pensei sobre o que escreveria. Aí percebi que já não estava escrevendo, pois minha escrita é e sempre foi puro sentimento. Parte de mim não queria voltar aqui, por saber que na escrita existe um Oceano sem fim; outra parte, empolgada, já não via a hora de atualizar o mergulho aos interiores desta consciência.
Venho, desta vez, num Outono. Agasalhado. Sem chá.
Minha vestimenta é só tecido que se enrola em meu corpo, amarrado em meu peito. Meu turbante branco. Meu colar ainda é o mesmo de angelim-vermelho. Desta vez... sem flauta, sem dança nem melodia.
Fecho os olhos e lá dentro vejo aquela trilha, andar por ela me levava novamente à mulher com o vestido branco, acompanhá-la me conduzia à Cabana. Isto me traz de volta a grande tristeza e algo nebuloso paira sobre mim. Mas isto não é tudo.
Na cabana tem um porão. O porão tem um buraco. Eu entro nele e rastejo por debaixo da terra. Saio na superfície e encontro novamente a luz. Aqui me banho na cachoeira, nu, sorrindo. A luz do sol aquece minha pele. Finalmente encontro a Flauta encostada sobre a pedra. Agora sou música e melodia.
Mesmo após retornar para casa, depois de uma longa jornada, as coisas só fazem sentido quando me lanço para o futuro. Remontando tudo o que já passou tentando entender o que está por vir. O Bayat e a iniciação do Dervixe só é concluída quando retorna ao eu profundo em estado contemplativo de meditação. O meu anseio é de me lançar de novo ao Universo.
A primeira borboleta dizia ter estado na presença do fogo, ter sentido seu calor, e que, portanto, conhecia o Amor. Ela trilhou o seu caminho e conheceu algo que lhe fez sentir o calor e a alegria que é o amor, mas isto não lhe consumiu a vida realizando sua existência.
A segunda borboleta dizia ter estado na presença do fogo, ter sentido seu calor, e que, por um momento, tocou sua asa na chama, conhecendo, assim, o Amor. Ela experimentou a alegria do amor e sentiu a sua energia lhe consumir, mas recuou. O amor é fogo ardente que consome o corpo físico e o faz sofrer, pois a energia em que vibra o amor é para alcançar o espírito. O espírito não conhece sofrimento.
A terceira borboleta vinha voando e, naturalmente, entrou no fogo, sendo por ele consumida. Somente ela conheceu o amor verdadeiro. Ela vinha vindo em seu caminho e simplesmente se entregou, abandonando tudo para trás, indo em direção à Luz e ao Calor que é o Amor, sendo por ele totalmente absorvida.
Hoje trago para você algo que busca Ser a terceira borboleta. Estou indo em direção ao Sol e quero me lançar naturalmente nele, sendo por ele consumido. Minha devoção, meu sentimento de entrega... Pir-o-Murshid Inayat Khan, Baba Aziz, Grant... vibro buscando me conectar na frequência dos Mestres em Ascensão.
Seguimos todos juntos em direção ao Sol, à Luz da Luz do Sol Maior.
Me abrace e me beije nas duas faces. Sou eu parte de você também.
Sallut
07.04.2021