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domingo, 1 de agosto de 2021

Plumantra

 ...o sopro de vento grave é quem me trás...

Venho tão lá de baixo, tão lá de dentro... canto que faz tremer. De pronúncia suave, aveludada, preenchida com algo bem carinhoso e quentinho. É o sopro de vento grave quem me trás.


Me entrego pro mergulho de cair dentro de mim mesmo conforme meu próprio peso. Há uma parte da consciência que é preciso muita entrega para acessar. Se entra ali plumando. A melhor forma de transitar entre as cavernas e caminhos intraterrenos. É preciso entregar-se e permitir-se cair, num movimento de pluma. Lá dentro é sua parte mais leve e translúcida que se manifesta. Do escuro surge um brilho. Deste Encanto vem toda Harmonia. Mas, caminhar num lugar tão obscuro exige cuidados, o desconhecido desperta o medo, a mente cria todas as confusões e manifesta o desespero. É tentando sair do abismo com confusão que você se perde. Fechei os olhos e respirei calmamente. Pude subir até onde quis como se uma escala em Ascensão o fosse. Até a última oitava. Mesmo a subida de Altura é guiada pelo vento. Ele quem me traz. Sou apenas uma pluma sendo carregada por estes sopros do Divino que, pra lá e pra cá, me fazem plumar. Em algum momento o vento pára e existe um repouso. É pra dentro que eu vou.





Sallut

01.08.2021