E a grande diferença...

...e a carta que você deixou sobre a mesa me disse que você foi embora. Usou palavras fortes e muito dolorosas e eu só pude chorar. Pude somente enfiar na cabeça que você já se libertou do amor que um dia você disse sentir por mim, se libertou de mim, finalmente. Soltei a carta no chão e olhei para a janela, lembrei-me do dia que eu esperava você vir para a minha casa para me confortar, tentei não lembrar mas foi inevitável, me veio a mente o momento em que você me acolheu e disse que tudo ficaria bem... disse que tudo ficaria bem.
Realmente, ficou. Mas suas palavras me prometeram uma coisa e suas atitudes outras e, sinceramente, estou perdido e eu contava com você para me ajudar a finalmente me encontrar. Mas você não apareceu, é. Não apareceu.
Eu aceitei que você não me queria, aceitei que o amor absurdo que eu sentia por você só ia me machucar e me causar mais dor, por mais que eu já tenha me acostumado com noites em claro pensando em você. Pegando aquele seu presente lindo e pondo-o entre os meus braços e abraçando forte imaginando ser você.
Tentei me livrar de tantas formas desse amor puro que eu sinto por você mas, todas falharam. Tive que aceitar que você me conquistou da forma correta e não está afim de me libertar tão cedo... continuei vivendo né, a vida não vai acabar por causa desse meu coração jovem. Sim, pensei em me matar por sua causa mas conclui que não valeria a pena. Sempre vivi intensamente e acho que isso pode mudar, ainda...

Mas você lê os meus textos e vê que alguns começam com "..." então, nesses, sabia que eu já tinha algo em mente que eu não pude escrever. Existe algo antes de tudo aquilo que você não pode saber. Eu sei que você deixou essa carta aqui para me fazer sofrer e saber que eu errei ao dizer que te amava, eu sei. Mas saiba, que a grande diferença é que eu ainda te amo.




Sallut
21.02.2011