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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Último desejo.

...eu ouvi meu coração bater tão devagar, mas rápido para os meus sentidos que já estavam fracos. E aquele som dele bombeando cada vez mais lento me angustiou e me fez acreditar num veneno que eu mesmo plantei em mim. Uma ilusão que, de tanto acreditar, tornei verdade.
Eu vi com a vista fraca e ofuscada as suas pernas caminhando para longe de mim, você carregava um cravo vermelho e o carregava com cuidado, como se ele fosse eu e eu fosse de cristal. O meu coração batendo em perfeita sincronização com seus passos que te levavam cada vez para mais longe, e a cada passo e toque eu tinha mais dificuldade em respirar.
O meu sangue não aguentou e fugiu pela boca, nariz e olhos. E eu só me lembro de no último instante tocar a sua mão e ver os seus olhos fechando com o sedativo forte que te deram, nossas mãos se separaram e você estava adormecida. Continuei olhando para você sorrindo, e disse dentro dos meus pensamentos milhares de vezes que eu te amava, e enquanto a dor subia pela minha coluna espalhando-se por cada osso meu eu repetia cada vez mais rápido que a amava, era a minha unica verdade naquele momento. Eu te amava.
E quando finalmente não suportei mais eu vi o meu coração saindo do peito, ainda estava preso às veias que o mantinham dentro de mim. Foi no momento que vi o meu coração pela primeira vez que eu finalmente disse uma coisa que nunca deixaria de ser verdade, nunca poderia ser alterada, nunca poderia ser distorcida e nem ouvida por ninguém. Disse uma coisa que ninguém que ouvisse entenderia, uma coisa que ninguém pudesse compreender, soltei relaxado o meu ponto fraco e o meu ponto mais forte. Meus atributos foram totalmente depositados nisso quando eu desisti da vida e passei para um novo nível... te amei enquanto vivo, mas descobri que para ser quem você sempre desejou eu precisava fechar os olhos e desistir de tudo... e me apaixonar por você.








Sallut
19.05.2011

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