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segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

É Natal em Dezembro!

Neste dia é diferente, acordei e estou sozinho. Por isso vim escrever.
Hoje é uma data importante para os humanos, uma em que a maioria comemora ou festeja.
Ano após ano eu festejo essa data, e cada ano eu sou alguém diferente. Neste ano eu sou quem você lê.
Sou menino. Sou Poeta.
Sou jovem. Sou astuto.
Sou observador. Sou pensador.
...mas sou solitário, e tenho um coração laçado por uma moça que nem sequer pensa em mim.
Foram as minhas escolhas, eu sei... agora não importa.
Eu queria tirar dos teus olhos lágrimas sinceras quando terminasse de ler este aqui, mas acho que não mudaria absolutamente nada.
Agora é 13:44, isso muda alguma coisa? Eu estou escrevendo...
Bom, sinto cheiro do amor que vive em 2013. Eu estou indo para lá encontrá-la, colidir-me.
Logo o pesadelo vai acabar, o meu coração está coçando agora. Logo este pesadelo vai acabar.
...e acabará com um abraço afável, um beijo delicado e um olhar dentro dos olhos. Só.
Ah, não me esqueço. Feliz Natal.
E, Papai, o aguardo com um sorriso no espírito. Estou ansioso...




Sallut
24.12.2012

domingo, 23 de dezembro de 2012

Para a minha amada, onde quer que esteja.

Hoje é dia 23
Não tem porque chorar,
preste atenção, logo vai acabar
Sei que este pesadelo parece impossível
mas vim com muita fé, Jesus está comigo
Muitas lágrimas rolaram, nutriram a Terra
Perdi amigos, romances, oportunidades na direta
Mas olha só como estou, tudo o que possuo
Sei que o peso da prata não vai pro túmulo
quem sabe um sorriso, um que não esqueci
Isso sim tem valor e te leva até o fim
Jesus chorou, e foi pregado na cruz,
Ressuscitou e batalhou por cada um
De nós, irmãos do mesmo sangue
Pois Deus é pai mas não acolhe os infames

Poderia falar mais do amor
Queria ser o alguém que você se apaixonou
aquele que despertou o seu sorrir mais verdadeiro
que tocou com o indicador levemente o seu desejo
De amar, ser feliz
Por que não?
Sei que você não quer viver na solidão
Eu tenho a habilidade de roubar palavras
Roubo sonhos, sorrisos, promessas, falas...
existem dias que roubo a Lua, sim
Só pra mim
E conversamos a noite inteira sobre algo sem fim
digo que amar não é nenhum pecado
E perdoar quem errou não tá errado
As vezes a Lua me admira, as vezes me condena
Sou um menino Poeta, veja...
Que dilema.




Sallut
23.12.2012

Alguém precisava dizer.

É quase Natal do ano seguinte e ainda tenho os pensamentos naquela moça. Passou tanto tempo, aprendi tanta coisa, mudei tanto o meu jeito de pensar. Ainda tenho os pensamentos naquela moça.
E sempre acabo me esbarrando com ela, inevitavelmente, em algum lugar. Mesmo que nas lembranças.
Do nada.
Eu lembro, eu posso lembrar.
E o faço, toda hora. Por ela.
Ela não sabe, mas eu a amo.
Eu não sei, mas ela pensa. Me evita, me mantém longe. Longe o suficiente.
Porque talvez ela saiba... que sou eu quem tem seu coração, também.
Mas as moças de hoje em dia são duronas, transformam-se em rochas para não se auto destruírem.
Talvez eu entenda.
Ou não.
Acho, mais uma vez, que a pior parte desta história é que
Ainda tenho os pensamentos naquela moça.





Sallut
23.12.2012

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Tomorrow Comes Today. [2]

Ouvi que você queria encontrar a paz, acho que pude sentir seu desejo por tranquilidade. Senti o gosto na saliva quando você se sentou para escrever este, estava preocupado em ser pego em flagrante escrevendo. A música tocava, era gaita, naquele mesmo dia eu tive uma gaita em mãos. Não que seja uma coisa incrível, mas incomum. Acho que nunca tinha pego numa gaita antes.
Amanhã é outro dia... e nada mais. Como sempre foi.
É isso, é o que eu enxergo.
Mas se você quiser algo mais concreto do que é a paz feche os olhos, posso tentar te guiar...
Quando fechamos os olhos geralmente não enxergamos nada, a princípio, mas todos temos capacidade de imaginar.
A sensação de se entregar à paz não é refugiar-se nem se esconder, não é de alívio. A paz acontece quando você pode de olhos fechados. Talvez neste mundo não exista paz, pois não é verdadeiramente apenas em um só lugar para uma só pessoa. A paz precisa existir no mundo.
Comecei sozinho, mas agora já não estou.
Ouço os pássaros dizerem entre si, não os entendo. Talvez eu consiga deduzir observando o mundo ao meu redor, mesmo assim eu não saberia.
O tempo passa, as coisas acontecem dentro do nosso planeta mas, o que será que acontece no espaço fora dele? Eu penso nisso todos os dias.
Acredito que tenha algo acontecendo, sim. Em relação à todos nós. Entenda.
Para que não seja demasiadamente louco, aguarde por mais, este é mais um.




Sallut
21.12.2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Um novo amigo.

Não sei se por relação sanguínea ou pessoal, mas adoro ler. E procuro os livros. Os que li até aqui me fizeram pensar desta forma que você já conhece, e vi que eles se tornam parte de nós quando os concluímos. Cada um deles. Um pedaço que caminha conosco na alma pelo resto da vida. Não fazendo peso. Abrir a mente...
Hoje, consigo abrir portas que nem sequer imaginava. E seu interior me desvendou coisas incríveis que podem ser notadas neste pensar.
Hoje, também, ganhei um novo amigo. A Sombra do Vento.
Vim eternizá-lo pois ele ouviu o som do meu coração neste dia 20.
Vou eternizá-lo porque, por causa dele, coisas incríveis vão acontecer um dia...
Veja a hora, veja a data, note o pensamento...
Quem disse isto?




Sallut
20.12.2012

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Um sorriso pra se pensar...

"Boa noite, eu diria
ótima noite, não pôde ser.
Mas, um belo dia
com verdades, expectativas.
...disseram que vou ser Poeta,
quando crescer
Sorri. Pensei
Será que Poeta já não sou?,
ou será que já estou crescido.
Não sei. Este me fez pensar...
foi quando decidi escrever
para saber, afinal
Se Poeta posso ser.
Ninguém vai me responder,
mas você vai ler
Então terei uma resposta.
Mesmo que não saiba, sabe
é assim..."




Sallut
18.12.2012

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O som da Chuva.

Acorde num dia de chuva e não levante-se da cama. Não desperte do teu sono, não abra os olhos.
Apenas ouça o cair da chuva.
Este som te faz pensar em algo? O tempo passa... o som da chuva te faz lembrar?
Talvez você não entenda, nem queira... mas, não se esqueça,
O som da Chuva enquanto cai nutre lembranças...




Sallut
17.12.2012

sábado, 15 de dezembro de 2012

Uma história triste escrita por um coração. [2]

"Era um garoto como a maioria, por fora.
Tamanho mediano, aparência mediana. Ideias medianas, risada comum.
Mas, por dentro, havia um Poeta. E este Poeta se apaixonou.
O garoto era inexperiente, o Poeta não.
Para o garoto era seu primeiro amor, para o Poeta mais um.
Para um deles a história ainda estava sendo feita,
para outro estava se encaixando.
Um deles descobriu coisas
que o outro já sabia.
E cresceram assim, um dentro do outro.
Como corpo e alma. Mente e espírito.
O primeiro amor do menino acabou,
mas não a paixão do Poeta.
O menino ficara triste, o Poeta superara.
O poeta via as coisas diferentes, enxergou a tristeza do garoto.
O menino gostava de escrever, o Poeta de pensar
O poeta gostava da solidão, o menino entristecia-se com ela.
O menino queria amar de novo,
mas o Poeta deu de presente o seu coração.
O poeta ainda ama a menina,
a mesma menina que o garoto abandonou por decisão.
E, no final, não sabe-se se quem ama a menina é o Poeta,
ou o menino.
Apenas que escrevem e pensam sobre ela, todos os dias.
Não há arrependimentos, apenas lembranças
não há nada a ser dito, apenas a ser entendido.
O menino tem um olhar, o Poeta possui outro.
O olho do menino é negro, o Poeta os possui castanhos.

A menina notara isso, mas não pode distingui-los
O Poeta sorri por ter-se apaixonado,
O menino sorri por tê-la conhecido.
A menina vive sua vida, pra ela nada mais difere.
O Poeta chora por tê-la perdido,
O menino chora por não tê-la merecido."




Sallut
15.12.2012

O último 15 de 2012.

Eu sobrevivo a qualquer coisa, inclusive um abandono.
Eu supero qualquer coisa, inclusive o primeiro amor.
Eu resisto qualquer coisa, até mesmo o Inferno.
Eu posso fazer qualquer coisa, Deus me fez capaz.
Posso amar de novo, eu posso. Eu amo.
Mas... hoje é 15, o último do ano seguinte. Deste ano.
Eu deveria ficar triste? Deveria dizer que ainda a amo e que neste momento o que ocupa meus pensamentos é ela? Acho que não. Acho que isso seria fraco.
Amanhece um dia cinza, um dia chuvoso e quente. Amanhece o último quinze de Dezembro, 2012.
Nada mudou.
Nada mudará.
Será como é agora, amanhã. E outro dia, quem sabe, um novo amor. Quem sabe um dia...
Eu me lembro dos últimos dias do ano que já passou, também chovia. Mas, ao contrário da solidão, havia você. Laçada nos meus braços guardada aos cuidados do meu carinho de apaixonado.
Hoje não.
Hoje tenho um braço quebrado, a solidão, um livro a terminar de ler e um pensamento a ser escrito.
Um pensamento importante.
Eu estou pensando em você, de novo... não é segredo, não aqui.
E você? No que pensa?
Seus pensamentos tornaram-se o impossível e o inalcançável. Minha autoria.
Hoje eu amo... hoje eu penso em você.
Talvez saber disto a faça rir, um deboche. As pessoas de hoje em dia livram-se das coisas com deboche...
Talvez, não. Você apenas ignora e fica o resto do dia tentando não pensar nisso e nas minhas palavras.
No fato.
Que eu te amo.
Mas não importa, disto só eu sei, só eu ei de saber. É minha responsabilidade as consequências das minhas decisões.
Eu sei.
Tenha um ótimo dia 15, Senhorita, pra não chamá-la de Princesa.
Princesas... risos.
Sinceramente.
Destas ainda existem?




Sallut
15.12.2012

domingo, 9 de dezembro de 2012

Skate, galeto, gordo, gordice, chão... post.

Rede D'or São Luiz
SALLUT
Atendimento:
Data Nasc.: Abril, 95.
Data Entr.: 09.12.2012 16:06
Idade: 17a 7m 20d
Só com a mão do poeta, por ironia...




Sallut
09.12.2012

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Faça-me livre.

Eu precisava fazer, neste Dezembro, um Imagine... me desculpe se não for claro o suficiente, eu só espero que me entenda.


"...o celular tocou, não era ninguém. Liguei o rádio e nos pensamentos esperava ouvir algo que me inspirasse um bom humor antes mesmo de levantar da cama. Encontrei. Classicamente charme dos anos 70, e foi assim...
Podia sentir o vento soprando suavemente levantando um toque de poeira, ouvi a roseira balançar e uma de suas pétalas sendo levadas pela doce e relaxante corrente de ar. O céu era cor de chama e queimava como se na noite, estalando e fervendo com intensidade enquanto as nuvens, num puro planar, viajavam de horizonte à horizonte descobrindo novas Terras, neste meu mundo.
E nos meus pensamentos problemas da vida real, tudo aquilo que não queria citar...
Fecho os olhos com força e tento pensar em outra coisa, lembrei daquela Senhorita. Agora. Com aquele vestido branco, e aquele sorriso... queria reencontrá-la, seria fácil, mas não... mas, não.
Teria que encontrar a paz dentro do silêncio e do solitário...
Mas, volte para mim, não tenha medo. Imagine...
...estava de braços abertos e queria sentir a energia de liberdade dentro de mim, indo para fora. Sorria sem saber o motivo, mas me sentia bem com a sensação do sorriso no rosto. Não fora colocado lá por mim.
Então decidi dar passos intensos e direcionados, sabia meu destino, conhecia aquele Campo. Talvez, quem sabe, no meio da viagem eu possa passar um ou dois finais de semana na Cabana com, alguém... talvez esse sorrir não exista apenas numa carta onde Imagine. Isto é só uma inspiração."
Mas jamais se esqueça, menino, sorrisos quebram...



Sallut
04.12.2012

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Páginas presenteadas numa bela noite de Quinta-feira.

Vim dizer que adoro ler.
Vim escrever que adoro ler.
Não somente uma boa história, mas uma absorção da ideia.
Gostaria de me sentar em um rochedo achatado para ouvir uma história contada pelas palavras da própria morte, queria escrever uma história que caiba todos os meus pensamentos explicados e organizados de forma que dê a entender quem sou eu e quando me coloco.
Neste dia 30 poderia pensar numa inspiração que dessem palavras bonitas e lágrimas aos teus olhos.
Mas não.
Só quero dizer que uma luz, preferível e se possível, a Luz do luar cheio, iluminasse as páginas do meu livro enquanto me concentro deslizando meus olhares a cada palavra e significado absorvendo o máximo que puder, imaginando o possível.
Entendendo.
Sei que ler não é somente saber o que se diz, é também entender o que se é escrito.
Sei que escrever não é achar palavras que expressem, é também construir significados que possam se expressar.
O que diferencia é o seu jeito de enxergar cada palavra... que lê...




Sallut
30.11.2012

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Testes que não provam nada.

Estou aqui, faz uma bela noite hoje. Fiz alguns testes, acho que passei em algum deles.
Gostaria de não ter que vir falar sobre a amada, mas vim. Foi o que me inspirou.
Vi seu sorriso e a cor de seus olhos agora... não sei se doeu, acho que acostumei com a sensação de vê-la desta forma. Longe.
...e, agora estou aqui, minutos mais tarde, falando sobre mim. Sobre meu coração. Sobre meu pensamento. Sobre algo que talvez você não entenda, nem eu. Quem sabe um dia...
Gostaria de poder amar de novo. Gostaria...
Mas cá estou eu, ainda no mesmo pensamento, ainda na mesma bela noite de Terça-feira 27. Sem um coração, mas com um amar... um dolorido e solitário amar...




Sallut
27.11.2012

domingo, 25 de novembro de 2012

Dois espirros no fim da história.

Você quer saber quem sou eu? Bom... eu também quero.
...disse há pouco que não sabia o que esperar da vida, que apenas a viveria, e disse tudo em música para que a vida desse atenção. Talvez um cantarolar, ou um assoviar, aquele murmúrio que seja alguém pode ouvir. As vezes... a vida pode ouvir.
Sei que amar é inevitável e que o necessito por necessidade fisiológica, coisa do tipo. Sei que somos aqueles que precisam amar, e é isso. Amar o nosso amor com delicadeza, com carinho e atenção. Amar nosso amor na saudade, na lealdade e na ligação. Amar nosso amor mesmo que este amor seja amor de outro alguém, pois isso acontece. O amor é uma chama verdadeira nos que podem sentir realmente.
Gostaria de poder dizer mais, gostaria de te fazer entender. Gostaria de escrever, então escrevo, então veja:

...quando saí do banho já seco, uma corrente de ar frio me pegou enquanto ia do banheiro ao quarto, arrepiou todo o meu corpo e quando fechei a porta espirrei umas cinco vezes. Ao invés de tirar a toalha a apertei melhor na cintura e amarrei o roupão. Sentei numa cadeira que estava próxima à janela, que ficava perto da estante de livros, minha pequena biblioteca. A luz do luar esplendorosamente cheio no céu refletia sob a página 344 do livro que lia, em minha face um doce sorrir que apenas ela adivinhara, observava a cidade de longe, de uma Torre fora da cidade. A leitura era calma, a torre era solitária, e a Lua inteiramente minha. Sabia naquele momento em meus pensamentos que a taça de vinho que me acompanhava era tão maciça de conhecimento quanto o livro que lia, pois a cada degustar sentia minha consciência adocicando a interpretação com um pouco mais de inspiração natural.
No livro...

"Estávamos seguindo uma estrada que passava por d'entre as colinas por túneis e serras, paramos numa certa rodovia que podíamos enxergar ilusoriamente o mundo inteiro, era uma penhasco muito grande. Encostei o carro na beirada do acostamento e o desliguei, ela acorda já se perguntando o que estava acontecendo...
Estava dormindo encostada no vidro com tanta calma que o parar do carro me pareceu um erro, vê-la despertar e bocejar me deu vontade de comer algo. 
Fome.
Mas no alto de uma colina tudo o que eu podia fazer era oferecer um momento inesquecível.
- O que houve amor? Por que paramos?_coçava os olhos e bocejava, ouvi o estômago dela roncar neste mesmo instante. Isto me inspirava fome.
- Precisava conversar com você... agora... _agora não a olhava, via o cenário que ela ainda não notara mas que logo iria se deparar.
Seu silêncio me deu continuidade.
Vi que neste instante ela olhou para o penhasco e notou o que eu havia notado antes, e então ficamos em silêncio.
Estávamos conversando naquele momento.
Ouvi o sorriso dela se abrir em seu rosto, sorri no mesmo instante.
Nos olhamos e decidimos, neste olhar, admirar fora do carro.
Saímos e notamos com curiosidade e animação cada canto que aquela ponte num penhasco dispusera para nós.
Até que, lentamente, ia anoitecendo...
Via o bocejo disfarçando a fome que desde cedo já permanecera.
- Ah, amor, vamos embora..._me olhou nos olhos decepcionada, não queria abandonar aquele lugar nunca mais.- Estou com fome.
- É claro, é que não podia deixar passar...
- Obrigada. _me beijou na bochecha direita.
Sorri.
Entramos no carro e continuamos subindo a colina pela estrada..."

Na noite a Lua cheia no céu, da que falava. Já há muito tempo depois que escrevo esta história volto a dizer,  A Lua Cheia. Não sei nem desconfio quem seja o autor desta história, apenas sei que...




Sallut
25.11.2012

sábado, 24 de novembro de 2012

Olhos que brilham na escuridão.



Estávamos sentados naquela noite na varanda, era uma noite quente e a lua crescente disposta no céu tendia a brilhar com poucas estrelas à sua volta. Era outro fim de ano e eu observava aquele cenário com esplendor, tocava minhas lembranças com delicadeza apreciando cada memória que tinha, cada sensação que sentia ao relembrá-la. Ao meu lado minha amada, não sabia dos teus pensamentos mas podia ter certeza de que também admirava a beleza daquela noite com olhar poeta. A brisa vinha aconchegante refrescando nossos pés em contato com a Terra e nossas mentes em contato com a Lua.
- Está acordado? _sua voz era tão doce e familiar que enquanto ouvia suas palavras sentia arrepio na pele.
- Sim, estou observando... _disse baixinho com a voz preguiçosa como se querendo adormecer.
- Você parece tão cansado... _senti sua mão lançando-se à minha.
Não disse nada, apenas sorri.
Alguns instantes se passaram, e eu deveria dizer, o silêncio. Podíamos enxergar no horizonte olhos brilhantes e misteriosos surgindo um a um do nada, da escuridão. A princípio roubou minha atenção, olhava distraidamente para a Lua atônito, quando ouvi novamente sua voz me despertando do devaneio do observar.
- Olhe! _disse baixinho querendo não acabar com o momento.
Olhei na hora. E vi.
Sorri.
Depois pensei... observei.
- De onde surgiram? _a voz já não era preguiçosa e sim animada. Me ajeitava na cadeira enquanto observava com mais atenção.
- Não sei, são tantos... _estava, de fato, impressionada com a cena que a vida propunha.
Sorri novamente. Adorava vê-la com intensas emoções, seus olhos ganhavam um brilho diferente que talvez somente eu podia notar.
Ela sabia disto.
Me olhou com um belo e apaixonante sorriso estampado no rosto.
Sorri de volta, sem escolhas.
Nos olhamos nos olhos por alguns instantes, seu sorriso foi sumindo aos poucos. Assim como o meu.
Meus olhos desviaram para seus lábios e, naquele momento, por um único instante, senti uma vontade enorme de beijá-la.
Ela sabia disto. Sorriu para mim.
Me senti envergonhado e olhei de volta para os olhos brilhantes da escuridão, pensei em olhar para a Lua mas não quis. Pensei que deveria beijá-la já que queria fazê-lo e ela sabia disso, deveria. Mas não o fiz.
Senti seu toque doce em meu rosto, olhei no mesmo instante para ela sem expressão. Seu rosto já estava tão perto do meu que não pude nem sequer pensar em me preparar.
Um beijo.
E, depois daquele beijo eu deveria escrever como outro pensamento, em outra escuridão, numa outra fase da Lua.
É por isso que eu amo este olhar poeta




Sallut
24.11.2012

Dez minutos antes do fim. Uma bela Lua nesta noite.

...foi quando eu percebi que não era triste, nem sozinho, nem pensador muito menos poeta. Era apenas um menino que adorava escrever, mais nada. E escrevia. Fazia seu mundo inspirado nas palavras que conhecia e que podia empregar, era um menino jovem que aprendera muito com isso, e ainda aprenderá mais.
Sei que minhas manias e defeitos não são notados por mim, as vezes até os enxergo mas não posso me julgar simplesmente. Acho que prefiro seguir em frente e só.
Agora, volte, note a fraqueza, pense... o que estou fazendo aqui? Por que escrevo?
Acho que neste dia 24 sinto cheiro de amor, puro. Por Deus não me equivocar.




Sallut
23.11.2012

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Acorde cedo e me encontre para uma conversa.

Hoje conversei bastante com um amigo, tenho certeza de que mudei a vida dele e a minha. Descobri que neste mesmo dia algo intenso estava acontecendo na vida dele, e nos encontramos. Nossa conversa mudou seu modo de pensar, assim como o meu, me amadureceu e fez da vida de um menino de 13 anos diferente para sempre. Mudei seu modo de enxergar a vida, sei que somente eu poderia fazê-lo. Me sinto feliz, assim como ele.
Neste dia 21 mudamos o universo e sua direção, nossa colisão trará consequências na vida de muitas pessoas. Eu sei.
Ascendi o fogo da curiosidade dentro daquele menino também, talvez ele estude como sugeri e se esforce, conversamos sobre tantas coisas que este pensamento será lembrado pelo dia, pelas palavras e pela ocasião.
Estou atrasado para alguma coisa, então me permita...




Sallut
21.11.2012

Um céu azul-celeste, olhos castanhos e 7 meses para escrever um livro.

Hoje é dia 21, Novembro 2012. 
Mortos, oficialmente, há mais tempo do que vivemos. Não sei se isso é triste somente para mim que ainda estou aqui com uma ferida a se fechar. Talvez eu não sinta saudade da garota que eu perdi, acho que as coisas que vieram em seguida é que me fazem sentir desta forma. Me sinto inutilmente fraco quando jogo tudo para o alto e decido ir visitar sua página, ver suas fotos, tatear um pouco das minhas consequências e sentir o doloroso calafrio que é a saudade.
Não sei se deveria me recordar de certas coisas, sei que relembrar é viver, mas por aqui ainda dói.
O pesadelo começa a fazer sentido quando eu paro pra ler meus pensamentos do ano passado, a maioria se declarava ou prometiam-se à você. Neste ano esta tudo tão diferente. Sequer a tenho para contar o que têm dado errado.
Ouvi dizer em algum lugar que o silêncio corrói, destrói e cala qualquer sofrimento.
Eu sou o próprio silêncio, a própria solidão, a própria escuridão, não é Sallut sou eu, e eu gostaria tanto de olhá-la nos olhos agora...
...imagino que aqueles olhos castanho-claro regariam um jardim de possibilidades que já morrera por falta do brilho destes mesmos olhos, que um dia já serviram de luz solar...

"Olhe ao redor e veja os vagalumes, estão brilhando
Olhe ao redor e veja a beleza da natureza, e como ela é
Olhe, meu amor, não existe nada mais belo do que admirar seu olhar
O castanho dos teus olhos me leva para um caminho infinito de prazer...."





Sallut
21.11.2012

domingo, 18 de novembro de 2012

Tentativa de abandono. [1]

Talvez eu saiba o que vim fazer aqui, meu propósito. E, apenas por curiosidade da experiência, decidi que deveria esquecer-me para ver se lembrava-me, se era mesmo um propósito que valeria a pena. A minha vida. Vi os dias passarem e poucas pessoas permanecerem, poucas verdadeiras. E me incomoda profundamente o fato de estar escrevendo isto. Gostaria de parar, desistir, abandonar os textos e deixar que meus pensamentos fizessem a mudança necessária para que eu sinta aquele prazer em escrever novamente. O tempo passou e, neste dia dezoito de Novembro descobri que não há propósito em escrever.
Eu não consigo parar de pensar nas coisas como são, na saudade que sinto daquela que levou meu coração, dor de um sofrer Poeta, parece bonito...
Dez horas e vinte e um minutos... no que você está pensando?




Sallut
18.11.2012

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Bodas de Prata, no 15 de Novembro.

No inicio não sabia se faria uma história, ou apenas narrasse um conto que os fizesse entender o valor do tempo, principalmente quando ele passa com alguém ao nosso lado. As vezes o tempo só nos faz pensar em lembranças, coisas que já foram e que não são mais. As vezes o tempo te faz gerar expectativas, criar objetivos, metas. Mas, as vezes, o tempo significa amor e determinação. Só. Porque o tempo que temos para viver é muito curto, as vezes fazemos do nosso tempo investimento pensando em outro tempo. Mas cada segundo do nosso tempo faz de nós ser algo diferente a cada dia, pois com o tempo e os erros inevitáveis aprendemos e crescemos. E é isso que faz o tempo ser tão valioso. Vivemos no tempo.
As vezes o tempo nos leva embora coisas importantes, nos faz entender alguns fatos, nos ensina a cicatrizar feridas, o tempo é o que nos molda. As vezes também o tempo passa rápido, como tem feito. Se eu fechar os olhos posso me lembrar do tempo em que sorria a custo de nada, do tempo em que podia fazer o que gostava, do tempo em que vivia plena liberdade. E, incessavelmente, o tempo me trouxe até aqui, hoje.
O tempo pode ser de angústia e dor, ou de harmonia e paz.
Pode ser tempo de tristezas e obstáculos, tempo de derrotas... mas o tempo passa, em terra que se colhe também cai chuva.
O tempo passa e com astúcia podemos notar uma coisa mais importante que o próprio tempo, e notamos isso quando acordamos todas as manhãs para ir à luta. Podemos notar isso quando estamos cansados e sem forças, quando temos mais dúvidas do que respostas.
Vivemos nossas vidas com impressão que vamos viver para sempre, que um dia após o outro é normal, comum.  Deixamos de pensar o que motiva o nosso tempo, nosso mundo.
Hoje, com estas palavras, talvez você pare pra pensar sobre o tempo. Olhe em volte e perceba o mundo, note-o real. Um dia este dia será uma lembrança, será um tempo que já se foi... então poderemos apenas nos lembrar desta carta, das crianças...
Nunca devemos esquecer o que motiva nosso tempo, nossa vida. São as pessoas que amamos.
As pessoas que um dia eram estranhas até conhecermos, o tempo trouxe estas pessoas até aqui comigo, elas estão aqui hoje. O tempo contou a história de nossas vidas para cada um de nós.
E o que quero dizer, afinal, é que o tempo além de tudo é fiel. Pois as pessoas que ele trouxe junto comigo até aqui eu sei que vão comigo até o final.

Eu sei, mesmo que apenas em imaginação, o tanto que a vida pode ofertar em 25 anos.
Sei que desavenças são inevitáveis, humanos não foram feitos de pedra...
As vezes nossas formas de demonstrar o amor que sentimos não é notada, passa despercebida
As vezes ficamos algumas semanas sem dormir por conta de todos os problemas
Nossa forma de enxergar o mundo e a vida fica corroída pela rotina e por sacrifícios ao longo do tempo
Mudamos de ideia, pensamos, repensamos, decidimos nos manter fortes. Juntos.
A ideia era construir algo bom que florisse felicidade
Mas o mundo é mesmo uma selva, e temos que sobreviver por aqui
Então olhe só, olhe a hora! Note o tempo!
Segure minha mão, estamos juntos. Juntos nesse caminho, nessa vida.
E aquilo de que falei antes, sobre algo que era mais importante que o próprio tempo
Bom, tente notar isso quando acordar na próxima manhã. Abra os olhos, sinta-se acordado
Olhe para o lado e veja... isso pode ser a sua única certeza.


"Acorde! Bom dia! Hoje é 15 de Novembro, está um ótimo dia. Me lembro deste mesmo dia há muito tempo atrás, tanta coisa era diferente... hoje podemos olhar um ao outro nos olhos sabendo o que passamos, juntos. Ainda não acabou mas olhe só o tanto que já caminhamos, dá um frio na barriga só de pensar em estar envelhecendo. Não sei se quero me livrar das responsabilidades ou se quero só parar pra pensar em cada lembrança que tenho, apreciá-las. E depois partir, finalizar. Concluir.
É... hoje são de Prata. O tempo é mesmo incrível..."




Sallut
12.11.2012

terça-feira, 6 de novembro de 2012

O Mundo em Colapso. [LETRA]


O mundo em colapso
problemas espalhados pelo globo terreste
Várias vítimas do terror e desespero enlouquecem
Anseiam por justiça, justiça
Mais amor no mundo, por favor
Mais consciencia no VOTO obrigatório
mais determinação na sede de revolução
Mais compaixão com todos
porque somos como iguais
Somos irmãos, isso é
RAP
RAP
RAP

Quantas vezes eu abri os olhos e notei
Acordei num mundo onde a lei é a lei é de quem fez
É o ladrão que se fez por necessidade
Nem um pingo de maldade nas veia, mas em sua face
A preocupação com o filho pequeno,
ou a mãe sem dinheiro passando veneno
É assim que é a realidade
Num mundo onde o dinheiro é dos covardes
É dos porcos que se fardam em corrupção
É a política dos que se diplomam ladrão
A violência que treina e sustenta a juventude
Ela é a verdade para muitos não se ilude
Essa geração crescida num vagão como berço
Que carreta carvão e minério
O destino é longo mas já tamo perto
Tá certo, já tamo quase lá olha as portas do Inferno dá pra enxergar
Lá não tem chamas e não não tem capeta
É só você no escuro com a sua consciência
Pesando os seus pecados, revendo os seus erros
Ouvindo só sua voz ecoando no mistério
O espaço é assim, essa é a morte
para os que querem se salvar Boa sorte

Mano a vida não acaba quando tu deita pra dormir
É apenas um momento de relaxar e sumir
Deixar a mente a vontade para descançar
ver o espírito viajar e sonhar
Ver que as respostas podem ser alcançadas
Ver que numa letra a verdade não pega nada
Poder concluir que bom mesmo é viver
poder saber que só é Deus e você
na vida, a trilha é longa então vai na fé
Nunca pense que dinheiro te mantém em pé
Em pé só mesmo quem tem o espírito forte
Caso contrário cai de frente frio pra morte
É foda, o que me choca é ver vários irmãos
Que eu gostava, admirava cair na ilusão
Essa fita de querer enriquecer já era
Não tá com nada a minha cota é ota ideia
Eu quero uma família e felicidade
Não quero carro importado tru sem maldade
Aí mano eu quero apenas paz, paz eu quero mais
Barato é loko eu não quero ser só mais um que jaz
A vida é um desafio como já dissera outra vez,
mas eu não me oprimo guenta a pressão aí vocês
Daqui da Zul um contidiano bruto e violento
enquanto observo muitos choram vários lamentam
Várias mães que eu vejo só comentar, paro por um instante só para conversar
Poucas palavras que trocamos dá para notar
Muita tristeza amargura no olhar
Não tenho palavras, nem se quer posso entender
A dor que é morrer e continuar a viver
Talvez um coração que bata por fervor
apenas pela esperança de acreditar no amor
Mesmo que a dor castigue toda noite
mesmo que a viagem seja dura e sufocante
Mesmo que os obstáculos sejam impossíveis
mesmo que nada conspire pra você cena é triste
Irmão não é assim que se enfrenta
O mal se bate de frente caçado sob encomenda
Seja você mesmo o dono da própria verdade
Não se iluda com os outros mano, sem maldade
Faça você mesmo a sua filosofia
molde pelo que viveu a sua guia
várias gírias aprendi no meio desse corre
Umas nem sei explicar, mano nem sei da onde
Sei que eu vivi, vários manos conheci
quantos rostos que eu vi, quantos que queimei facin(Do boldin)
De leste a Oeste, Independente suzano,
Diadema, é o  Taboão que tá encostando
Agora é RAP a nação é uma só
Aqui nós somos GUETTO

RATATÁ NO SISTEMA SEM DÓ
Virô pó, mas veja só
Destroçado por palavras
É... numa letra a verdade não pega nada.




Sallut
06.11.2012

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Seja pela poesia, seja pelo Poeta...

Eu precisava escrever,
precisava dizer
Precisava falar de alguma forma, mesmo que em pensamento
precisava falar de você, meu bem... precisava pensar em você.
Não sei se você viu as horas neste momento enquanto escrevia
não sei se lembrou de mim, se sequer pensou em algo que pudesse ter relação comigo
não sei se está bem se já está dormindo. Não sei dos seus sonhos.
Queria poder ouvir sua voz me dizendo o que fazer agora,
queria que essa lágrima não tivesse surgido como consequência desse querer.
Não sei se a lágrima que escorreu agora tem algum significado.

Sei que amo, que ainda sinto falta
Sei que ao tentar evitar de pensar em você quando me levanto pela manhã, acabo pensando no seu nome
sei que isso acontece todos os dias desde que você foi embora.
Sei que estou longe, que demonstrei importunância ao desistir de olhá-la nos olhos.
Sei que cometo erros e faço más escolhas.
Sei que te perdi, te perdi para o sempre...

Mas o vento não deixou de soprar, por algum motivo
nem a Lua deixou de ser linda e espetacular, Na verdade admirá-la em tons tristes a torna mais exuberante.
Meus sonhos não diluíram, nem minhas fantasias
apenas congelou todo um lago de água doce e quente,
apenas devastou toda uma floresta e um rio nascente.
E aqui estou, novamente, falando dela... aqui estou saboreando a solidão e a tristeza,
servidos pela direita numa taça de cristal por um garçom todo de negro.
Aqui estou... falando de amor... falando de dor...
Aqui estou outra vez na mesma data, na mesma noite, inevitavelmente,
falando de um amor esquecido que ainda vive no meu peito.




Sallut
05.11.2012


Não tenha medo, fale comigo.

- Do que você precisa?
- De paz.
- Paz... quer dizer que precisa ficar sozinho?
- Não, acho que não gosto de ficar sozinho.
- Achei que você passava a maior parte do seu tempo sozinho...
- Isso não quer dizer que eu simplesmente goste, fico sozinho porque... sim. Porque as pessoas estão melhor sem a minha companhia.
- O que tem de errado com sua companhia?
- Eu não sei. Talvez as coisas que eu fale sejam mal interpretadas, ou eu só diga besteiras.
- Não acredito que você só diga besteiras...
- Nem eu. Mas tento pensar em alguns motivos para sair do lugar.
- Gostaria de saber o que se passa em sua cabeça agora. Fico imaginando como é viver na sua pele todos os dias, pensar os teus pensamentos. Queria saber como é.
- Nunca ninguém vai entender como é ser outra pessoa, por isso nascemos um de cada vez.
- Você parece alguém tão interessante, imagino que não seja difícil encontrar alguém para fazer companhia...
- As pessoas procuram companhias para saciar suas necessidades de forma egoísta, eu prefiro ficar sozinho do que usar alguém para me saciar.
- Esse é um pensamento admirável. É disso que estou falando!
-...isso não conta. Nem todas as outras filosofias de como ver e viver a vida.
- Acredito que encontrará alguém que pensa diferente, aí caberá sua felicidade.
- Minha felicidade?
- Sim, de que tanto ouço, ou melhor, leio você falar... sua felicidade.
- Acho difícil, felicidade é uma coisa complicada... _fui interrompido.
-...Acredito! _exclamou com exatidão.
- Já fui feliz um dia, acho que não soube ser feliz. _disse com tom tristonho.
Silêncio durante alguns instantes.
- Todos temos uma segunda chance. _disse cavando esperança.
- Eu tive, preferi não fazer a escolha óbvia que era tentar ser feliz de novo. Achei que aquela felicidade já não era verdadeira, então desisti dela.
- Desistiu? De ser feliz?
- É, acho que sim.
- Então por que tanto escreve amargurando a tristeza?
- A estou saboreando. Devo viver a tristeza para reconhecer a felicidade. Penso assim.
- É outro pensamento digno!
- É, talvez eu tenha muitos por isso eu seja assim como sou, quem sou.
- O que houve exatamente?
- A vida... está me ensinando a viver é só isso. Eu que estou fazendo drama de mais nessas peças maravilhosas. A vida é um Teatro.
- Não sei se consigo entender todas as metáforas que você faz...
- Nem eu, outro motivo para estar só. Acho que preciso aprender mais, viver mais, sentir mais. Cada dia que passa a vida fica diferente estou só tentando viver.
- Entendo.
Outro longo silêncio se passa.
- Por que estamos conversando, afinal?
- Não sei, apenas começamos a falar. Não gostou?
- É, tive alguns minutos lançados ao universo para que façam sentido daqui a algum tempo. _ri por dentro.
- Somente eu e você saberemos o significado disto, não é? _riu também.





Sallut
05.11.2012

"...o que vamos fazer com este menino..."

Queria que meu silêncio fosse quebrado com alguma coisa, que alguém dissesse o que precisa ser dito, que alguém fizesse o que precisa ser feito. Eu queria saber o que fazer, saber o que dizer, saber esperar as consequências certas das coisas que tenho feito, queria saber a verdade sobre as coisas que tenho feito.
Queria saber se espero por alguma coisa afinal, se olho pro futuro com muitas expectativas, queria saber se meu lugar é qualquer um desde que sozinho, é o que percebo.
Queria poder dizer tudo o que eu penso sobre as coisas que acontecem para alguém, e que esse alguém fosse realmente interessado nas coisas que preciso dizer. As vezes ficar em silêncio e olhar em volta com os pensamentos inquietos só me deixa pior.
Queria um final de semana com Papai, digo de novo como aquele de Mack, acho que seria mais do que o suficiente...
Já vim aqui quantas vezes falar do que gostaria? Acho que ainda não entendi que isso não vai mudar absolutamente nada. Falar, escrever, pensar... nada disso muda nada. Não vou falar das pessoas e nem de seus erros, defeitos, imperfeições. Não vou falar da sociedade e nem de seus costumes, manias, culturas. Não vou falar de mim e como sou, como ajo e penso.
Não vou falar nada sobre nada, acho melhor assim. Acho melhor ficar quieto, de olhos abertos e boca fechada. Acho melhor... ficar só.




Sallut
05.11.2012

domingo, 4 de novembro de 2012

Acorde! Veja o dia quatro!

Vou contando os dias a cada manhã que desperto, a maneira como meus pensamentos estão, as sensações que sinto quando abro os olhos lentamente me dando conta que acordei novamente na vida. Enquanto durmo minha mente projeta sonhos que querem me dizer algo, acordo sem lembrar de muita coisa mas sabendo que a resposta foi-me dada enquanto dormia, enquanto sonhava...
E sinto a vida ainda complicada, ainda enxergo tons cinzas e sem vida nos prédios e no infinito céu que deveria ser azul. Escrever me traduz, eu sei, depois posso ler. Mas não sei se o que escrevo é realmente o que eu penso.
Eu tenho muita coisa para dizer nesta manhã, mas não vou dizer muito, vou dizer isto...
Não é o lugar, não é uma lembrança, não é uma música, não é um olhar vago que me fez lembrar de você, sou apenas eu que me apaixonei de uma forma intensa de mais. Escolhi amar por um caminho ciente que não poderia nunca mais voltar, aqui estou...




Sallut
04.11.2012

sábado, 3 de novembro de 2012

Quer saber quem sou eu?

Quer saber o que tem dentro de mim? Eu posso te mostrar e é muito simples... já tentei mostrar guiando minhas palavras para dentro do seu subconsciente tentando inspirá-lo a imaginação, alguns podem imaginar muito pouco então posso fazer de uma forma diferente, posso te mostrar como é realmente.
Primeiro sou aquele que se senta ao seu lado no ônibus sem sequer pedir licença, durante a viagem você pode notar minha inquietude com os dedos e olhares, vê que estou interagido com a música que estou ouvindo mas você não sabe que tipo de som é. Observo a paisagem cinza da cidade enquanto sou levado para meu destino e penso nas pessoas que vejo andando por aí, talvez perdidas, alienadas.
Depois sou aquele que você precisa pedir passagem para conseguir se levantar e sair, pode ver o negro dentro dos meus olhos quando me olha mas você não me conhece, não sabe quem sou e nem o que estou pensando. Gentilmente levanto meus pertences e dou-lhe passagem, agora estou sozinho.
É quando estou sozinho que me sinto mais acessível pois é quando estou a vontade, o solitário me dá liberdade para cantar e assoviar melodias tristes que soam de dentro de meu espírito sem que ninguém ache estranho ou incômodo. Talvez seja por isso que ando tão só.
Por último, sou aquele que você tem a chance de conhecer, em alguns casos até conhece, chega a ouvir o som de minha risada, pode ouvir uma ou duas palavras sobre o que penso. Algumas pessoas são presenteadas com um simples link que direciona a algo que eu mesmo escrevi, a maioria elogia porque não pode notar o que há realmente em cada escrito aqui guardado. Sou aquele que você vai se afastar por não conseguir acompanhar o modo de vida e ou a linha de raciocínio.

Sou um menino que nasceu em mundo que está em constante mudança, um menino que pode aprender. Dentro de mim há um desejo insano de felicidade concreta, um Poeta que pode sonhar. Nos meus olhos o brilho de esperança em saber que terei o amanhã para tentar ser feliz novamente. Nas minhas palavras confusão o suficiente para levar eu e minhas ideias até você, aí onde está. Espero que tenha dado para entender...




Sallut
03.11.2012

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Inspire-se em algo.




Estive vivendo dias comuns que me vinham já há muito tempo cinzentos com pouco sorrir e muita poesia amargurada. Talvez deva tudo isso a tempestade que se diz passageira, mas que ainda não passou. Observo trancado no escuro o som da chuva cair lá fora, e sinto cada gota tocar no chão livre para evaporar e voltar as nuvens. Sei que enquanto o tempo passa meu jeito de pensar muda e eu posso enxergar as coisas de um jeito diferente. As vezes algo me soa confuso e logo a vida me oferece uma nova filosofia para encarar as coisas que estão por vir. E foi vivendo dia após dia que notei que é o nosso olhar que muda a forma como vemos o mundo, é a forma como enxergamos os fatos, as pessoas, as dificuldades, os ganhos as perdas, tudo isso... fui vivendo nos dias que a vida me foi levando sem olhar para trás pra conferir nada, nem ninguém. Quando me dei conta me via com os pés firmes no chão e sabia que estava bem. Naquele momento entendi a razão da tanta tempestade, da chuva, da tristeza... foi quando me inspirei num fato da vida que notei a minha fé sendo restaurada novamente. Não posso lamentar por ter que me esconder da chuva, mas posso sair descalço nas ruas sem camisa e sentir a tempestade na pele e no osso. Posso dizer que as dificuldades nos moldam para um estado maior, depende de cada um o que se absorve pra mente.


"A vida é uma subida mas a vista é ótima."







Sallut
02.11.2012

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Novembro. [2]

O primeiro dia de Novembro já amanheceu faz tempo, já tive o deleite de um bom e longo banho quente, me sinto com raiva de alguma coisa mas não sei o que. Algo me faz falta, algo me deixou cheio de buracos quando partiu. Queria saber resolver os meus problemas só com minhas palavras, queria não ser exatamente quem sou, só num talvez... nesta madrugada pensei em tantas coisas que gostaria que tive meu sono perturbado, talvez influenciado pelos meus pensamentos, tive sonhos. Sonhos que não me lembro muito bem nem sequer recordo flashs, mas sei que meus Sonhos trazem de longe respostas que eu anseio já há muito tempo.
Me olho no espelho esperando que meus olhos revelem para mim o que eu tanto quero mesmo sem saber o que é, procuro no negro do meu olhar o motivo da solidão, lembro uma vez alguém me dizendo que meus olhos ora estavam negros ora castanho escuro, quando olhei para mim mesmo e lembrei disso escondi um sorriso meio aquela cena triste.
Triste é ver que meus pensamentos independente de onde partem sempre acabam chegando no mesmo alguém, isso... me destrói.
O primeiro dia de Novembro é cinza, como todos os outros dias deste mesmo ano também foram.
O primeiro dia de Novembro faz Sol, está quente, mas ainda vivo Black Sunshine.





Sallut
01.11.2012

Novembro.

Não sei se sinto ódio, ou se o que sinto é apenas repulsão de mim mesmo por ser como sou. Vejo as coisas acontecendo, ouço novamente hoje o som da chuva caindo, sinto a distância corroer saudade de quem amo, sinto a solidão se tornar um fato puro, único e estável diante de mim. Queria me deitar hoje em um caixão com o corpo já sem vida, queria alcançar o além do que sinto ao respirar e pensar, quero coisas simples que vão acabar chegando com o tempo mas não aguento, não suporto mais esperar aqui trancado nesse cinza. Queria entender o por quê das pessoas conseguirem a felicidade e eu não. Me pergunto o que as faz mais merecedoras que eu de simplesmente ser feliz.
Sei que meu olhar poeta me condena a tristezas por apenas notar coisas que outras pessoas não notam, sei que minha concepção de vida e viver pode ser diferente de algumas pessoas, sei que vejo a felicidade como nível de espírito e não somente um estado. Eu sei de coisas que são diferentes pois posso notá-las, mas noto que estar sozinho notando tudo isso num mundo inteiramente cinza não é vantajoso. Queria saber como é ser Poeta.
A sensação de estar vivo é tão esquisita mas ao mesmo tempo tão comum, não sei como explicar o fato de estar vivo sentindo tudo isso que sinto, tentando descrever com vida os meus pensamentos aqui neste diário sem saber se isso servirá de algo um dia, ou se apenas serão palavras esquecidas de um autor que se fez poeta aos poucos com ajuda do tempo.
Me pergunto o que mudei no universo com minhas palavras, com meus pensamentos. Me pergunto o que foi que fez a minha solidão se tornar parte do cálculo do universo para evolução. Me pergunto por onde anda minha amada e o que está sentindo, pensando, se está bem e pode ter uma noite tranquila de sono. Pensamentos com saudade e lembranças cheias de detalhes me condenam a uma sensação horrível de mal estar espiritual, sei que sinto falta de algo que talvez jamais vou voltar a ter. Talvez o coração.
Foi um dia longo, desde que levantei já me sinto cansado acho que vou me deitar... apenas para sentir a insônia real enquanto acontece, já é mês de Novembro... aqui estou, aqui vou estar...




Sallut
01.11.2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

O Pensamento é força criadora. [2]

Soube que o vento andou soprando...
soube que homens andam morrendo...
soube que homens.. estão matando...
Ouvi até falar que era fim dos tempos, realmente... não acredito. Acho que o fim já veio, passou, deixou seus rastros e simplesmente foi embora sem ser notado. O resultado é o mundo em que vivemos.

Um mundo cinza sem cheiro de rosas, de nada
O concreto endurecido pelo tempo não vale nada
O homem pensou erradamente num meio de se organizar
Quando tudo o que se precisava era conversa
Uma conversa entre dois homens que querem Paz,
Mas o homem por algum motivo é ganancioso, e isso manchou o seu sangue
Hoje são rios de sangue à correntes de lágrimas de mães que tiveram seus filhos assassinados
pela ignorância de não saber viver e respeitar a vida. E é só.
Não sei se existe algum Diabo, sei que o mal existe e ele está presente. O caos é real.
Mas o bem e a paz precisa surgir de cada um de nós, essa é a verdade. É isso que muda o universo.
...é como já disse, O Pensamento é força criadora, irmão.




Sallut
31.10.2012

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Para um leitor que nunca vai ler...

Preso a um amor que insiste em continuar vivo. Pura tristeza...
Não sei se acho engraçado o fato de sempre voltar a lembrá-la, fazer questão de visitar sua página e passar o olho por uma ou duas fotos para saber como anda.
Preso a um amor que insiste em existir, em ser lembrado. Pura tristeza...
O que um dia me rendeu o sorrir mais puro já experimentado, hoje me condena intensa solidão e só. Esquecimento.
Tento não me deixar inspirar por este sentimento cinza, sujo de dó e compaixão, sujo de lembranças maravilhosas. Fracasso. Aqui estou, falando dela... e me pergunto no fim das contas se sequer sonha que aqui o meu peito ainda pulsa pensamentos por ela, pra ela. Um nome que precisou ser riscado e julgado proibido, que eu gostaria de esquecer mas não consigo. Não consigo.
Dei tanto tempo ao tempo que agora acho que não é o tempo que vai me curar, nem mesmo ser paciente vai me tirar daqui. Talvez eu deva me jogar pra saber onde paro, com quem. Talvez deva me jogar, é isso. Não sei.
Ainda tenho aquele instinto inseguro de não me deixar aproximar de qualquer pessoa, de continuar pensativo e observador o mais quieto possível. Tentar não ser visto no universo. Meu jeito de viver me garante sempre bastante tempo para pensar em tudo, para lembrar...
Aí penso em escrever, tento me inspirar numa história cheia de fantasia e belas palavras que possam dar vida a um Imaginar poético e romântico, algo que atraia para mim o doce aroma das rosas que tanto anseio a gozar.
Mesmo sozinho não deixo de ter um amor, isso é bom eu sei. Mesmo sem vê-la, tocá-la ou sequer ouvir sua voz. Nem mesmo sei se em espírito posso tê-la presente. Mas sei que em algum lugar dentro de mim ela ainda vive, e eu ainda sou apaixonado por ela. Talvez eu tenha assinado essa minha sentença quando ofereci ingenuamente aquele coração frágil e indefeso, que fora largado numa cela gelada e cheia de poeira condenado ao vazio do esquecimento. O drama das grandes obras fazem a coisa acontecer, realmente...
Mas eu sempre acredito no amor.
É importante que haja amor, mesmo que o sentimento não seja recíproco. A própria vida já vi que é um mar de rosas...




Sallut
30.10.2012

domingo, 28 de outubro de 2012

Chuva de Verão.

A chuva cai... é noite de verão está quente, enquanto a chuva cai algo me inspira, o som que me inspira. Não sei se neste momento tristeza ou só solidão, saber que não terá ninguém para me ouvir agora. Sei que o som da chuva me toma, como as gotas que quando atingem a janela escorregam lentamente roubando meu olhar vago.. perdido... pensativo...
Gostaria de escrever um desabafo, mas sei que fazendo assim não conseguirei um escrito que me eleve à algo, quero criar uma história. Uma que não tenha a ver com o que estou sentindo neste momento, uma que a chuva pode me contar enquanto cai me contemplando com o seu próprio som. O som da chuva de verão.

"Esta é uma história que veio para falar especificamente de um casal em tempos muito antigos, um casal que se conheceu por acaso num momento oportuno, e que por um único acontecimento viveu para contar muitas lembranças de superação e provas. Graças a este acontecimento escrevo este texto, esta carta, digo ao endereçado que leia com as portas do Imaginar abertas, tentarei descrever vida com as palavras...

- Sei que se eu começasse a falar de repente que acordei no meu mundo feliz e satisfeito você não entenderia, não saberia o que aconteceu para que isso fosse possível. As pessoas nos dias de hoje acreditam somente no que podem ver e tocar, o tal cético... acho que consequentemente as pessoas se subdividiram por valores do que podem ver e tocar. Dá impressão que ninguém vale muita coisa. Mas quando conhecemos alguém, notamos suas características, virtudes e defeitos, enfim. O vínculo muda o valor das pessoas no nosso subconsciente e, automaticamente, nossa forma de enxergá-la. Seja isso bom ou ruim.

Depois daquele pensamento ouvi por alguns instantes o universo acontecendo à minha volta, a chuva caindo, o mundo girando, eu escrevendo. Podia parecer louco mas eu sabia o que estava produzindo e eram somente meus pensamentos.
- Houve um dia que conheci uma pessoa, todos os dias estamos sujeitos a conhecer alguém novo à todo momento. Mas, sabe, as pessoas que cruzam nosso caminho mudam nosso trajeto na vida como uma ondulação no lago onde repousa um frágil barco de papel. Acontece que nada acontece sem um propósito e razão.
Notei que naquele momento descobri uma forma para permitir que o meu possível alter-ego falasse ao mesmo tempo que eu, de alguma forma, conseguíamos nos comunicar. A história estava ficando interessante.

- Durante muito tempo, digamos encarnei, em vários corpos e desta vez, um menino poeta, me fez notar coisas interessantes e diferentes quais eu realmente só poderia encontrar nestes dias. Não sei se consigo dizer o que aprendi de uma forma geral em apenas um parágrafo, mas me mudou mais do que todo o tempo que vivi antes.
Pareceu estranho, eu era jovem, não havia vivido tanto tempo. Pensei que a história vista de fora poderia parecer uma loucura, e seria mesmo, e a mim restaria apenas boas risadas. Gargalhadas de silêncio que meu pensar expressaria sem reação para esconder ao menos uma úncia gota da aparente sanidade. Eu me sentia um louco com aquela ideia de poder me comunicar com outra parte de mim, mas estava curioso e fui tomado e levado pela solidão, pelo silêncio, pelo som da chuva...

-...e foi um encontro que preparou o meu espírito para a próxima viagem, foi uma colisão, e quando dizemos adeus um ao outro coisas novas e diferentes passaram a acontecer, eu vi outras coisas, vivi em outros lugares e agora conto com outras lembranças. Faz tudo parte de um aprendizado para entender algo, para chegar a uma linha de raciocínio para conseguir Ser algo.
Eu sabia o que estava falando não era besteira eu realmente pensava assim, mas a forma como o estava fazendo estava confundindo até a mim mesmo. Não. Sei o que estou fazendo não estou confuso. Apenas ainda saboreio com dúvida as últimas gotas da ideia de isso não ser possível, acreditar que ainda posso ser normal. Penso o quê de interessante encontrariam ao ler este pensamento que me sentei para escrever e guardar. Penso no que pode-se entender de tudo isso que faço. Não sei se devo me sentir louco...

- Poderia dizer muitas coisas sobre a vida, coisas sábias. Mas prefiro não dizer nada, sabe? Porque a vida não precisa ser explicada e nem resumida, não vou te dizer como não errar em alguma situação ou passagem da vida, acredito que quem procura a evolução vai amadurecer de acordo com os próprios erros. O universo não te prejudica, seria tolice, pois você faz parte dele. Coisas acontecem para que seu espírito tenha vibrações que certamente farão parte de uma cadeia de acontecimentos, para que no fim tenhamos evolução. Não é difícil é lógico cheguei aqui penso assim.
Não sabia em algumas partes se quem estava falando era Sallut ou era eu, sabia que éramos o mesmo mas ainda assim parecia confuso. Eu estava escrevendo os meus pensamentos.

- Não sei se deveria dizer tanto, acho que já disse muito, mais poderia ser insuficiente. Por isso preste atenção nas coisas que acontecem, nas coisas que lê, nas coisas que sente. As coisas acontecem de forma inevitável mas o que acontece depende de cada um. Este que fala é quem pode sorrir, pode sonhar, pode viver e certamente está livre... este que escreve parte na escura noite com chuva ecoando um sorriso."




Sallut
28.10.2012

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Para não passar despercebido.

Hoje sou o desconhecido,
Hoje sou o mistério que está oculto,
Hoje sou o pensamento que não foi escrito,
Hoje sou a metáfora que não foi entendida,
Hoje sou o Poeta que não sofreu, nem sorriu
Hoje sou o vento que nunca soprou,
Hoje sou a nuvem que jamais pairou,
Hoje sou o amor que jamais morreu, sequer existiu
Hoje sou a lágrima que nunca escorreu
Hoje sou eu disfarçado de mim mesmo para confundir,
Hoje não uso máscaras,
Hoje sou confuso.
Hoje sou a sombra que te persegue,
Hoje sou os passos que te rodeiam,
Hoje sou o ruído que te assombra,
Hoje sou o pesadelo que te cerca e amedronta,
Hoje sou a ponte que você nunca irá atravessar,
Hoje sou o campo que você nunca vai explorar,
Hoje sou o coração que nunca ninguém terá posse,
Hoje sou o amante da dor e fiel ao amor,
Hoje sou um Corvo que trás notícias,
Hoje sou a coceira que te incomoda,
Hoje sou aquela leitura que você não entende,
Hoje sou a presença que te conforta,
Hoje sou a lembrança que você nunca esqueceu,
Hoje sou aquele que você odeia por ter amado, se entregado
Hoje sou a música que te desconecta do mundo,
Hoje sou a vida que te trás ao mundo,
Hoje sou o sono que te descansa, mas também o clarear que te desperta
Hoje sou a prova que você não soube amar,
Hoje sou prova que você amou, apesar disto
Hoje não digo nada, mas digo tudo isso mesmo que não fazendo sentido... para você... porque hoje, para você, sou Sallut.




Sallut
24.10.2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

O Despertar. [2]

Naquela manhã de sexta-feira lembro que acordei um pouco atordoado, despertei de um pesadelo que não me lembro muito bem, um que não permitiu que eu pregasse o sono sequer um minuto. Pra falar a verdade as últimas noites têm sido assim, sem sono. Me sinto exausto como se não tivesse dormido de ontem para hoje, isso está me matando.
Tive um sonho estranho, lá encontrei uma amiga e conversávamos no sofá da sala de minha casa, meu pai chega e começa a dizer coisas pra ela sobre mim. Eu grito com ele. Sou expulso de casa e minhas últimas lembranças sobre isso é que gritei dentro daquele sonho, gritei com todas as minhas forças o mais alto que eu conseguia, mesmo que eu não pudesse ouvir um ruído sequer da minha voz eu podia sentir. Eu gritei para expulsar alguma coisa de dentro de mim, para me livrar, mas acho que não consegui. Levantei antes que o despertador tocasse.
Acordei com uma sensação estranha, com o estômago ruim, e com os pensamentos embaralhados. Me levantei e fui preparar um capuccino quente ao leite, algo para mastigar. Me sentei diante do computador e fiz minha refeição esperando que a inspiração surgisse meio a esse silêncio, veja só.
Não sei o que está acontecendo comigo, me sinto estranho. Hoje é um dia importante.
Eu gostaria de poder entender mais sobre o psicológico humano, mais sobre eu mesmo. Talvez um dia eu consiga entender como já fiz com muitos, quem sabe um dia...




Sallut
19.10.2012

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Despertar

Não sei. É isso.
Acordei pela manhã perdido e confuso. Meus olhos se abriram lentamente e a primeira coisa que vi foi o brilho do Sol nascendo bem na minha frente, estava sentado de frente para uma janela que dava para um campo enorme cheio daquele verde vívido. Não entendi muito bem achei que tinha adormecido, não me lembro quando e nem onde, mas aqui estou. Olhei em voltar e vi que estava em um quarto simples e pequeno, havia um quadro na parede à minha direita e uma cama, só. Sentado na cama havia um homem de cabelos grisalhos com um olhar fixo em mim, quando o notei abriu-se um sorriso doce e gentil em sua face. Olhei em seus olhos e me senti como se aquele olhar me conhecesse há muito muito tempo, mas não me recordava. O sorriso que me surgiu logo em seguida retribuiu-se sem que eu ao menos tivesse intenção. Ele não disse nada. Ficamos alguns minutos ali sentados enquanto observava o campo, ouvi ele se levantar e caminhar até meu lado pousando sua mão direita sob meu ombro esquerdo. Quando sua mão me tocou senti segurança, conforto, confiança. Naquele momento o olhei nos olhos e senti que nos entendíamos e que ele sabia o que eu era e o que estava sentindo naquele momento.
Antes de dizer qualquer coisa comecei a chorar descontroladamente. Soluçava enquanto tentava respirar de uma forma que não me engasgasse com as lágrimas. Nem sabia o porquê de estar chorando, apenas sentia as lágrimas escorrendo como um banho encharcando todo a minha camiseta.
- Não se preocupe em chorar, não se preocupe em parecer fraco. _disse com um tom calmo e reconfortante, sua voz fez meu choro cessar como se me desse a resposta ou a verdade que me libertara do motivo de continuar chorando.
Fiquei em silêncio apenas tentei acompanhar e compreender aquele momento.
- Você sabe o que está fazendo aqui hoje? _agachou-se do meu lado ainda com a mão em meu ombro. - Você está aqui hoje para mudar o mundo...
O olhei fixamente desesperado, assustado.
- ...e você pode chorar a vontade. _abriu um sorriso largo e divertido, espontâneo.
Como imediato ou ordem meus olhos se encharcaram de lágrimas e voltei a soluçar em prantos. Levava minhas mãos aos olhos tentando impedir ou fazer que aquilo parasse mas não adiantava, eram só lágrimas sem motivos que escorriam desesperadamente sem nenhum controle.
Aquele homem agachado ao meu lado apenas sorria.
Depois de alguns minutos quando finalmente consegui reunir forças para dar vida a minha voz, enxuguei meu rosto, circulei um pouco de ar e disse.
- Eu posso entender agora... _naquele instante sorri, foi tudo o que pude fazer antes das lágrimas começarem a escorrer incessavelmente de novo.
O homem levantou-se e deu dois tapinhas no meu ombro, admirou junto comigo por mais alguns minutos a paisagem e foi se guiando para fora do quarto em passos lentos e tranquilos. Quando chegou até a porta parou antes de sair, provavelmente me observava, senti uma sensação de alívio e parei de chorar. Olhei para trás e o vi sorrindo, observei fixamente em seus olhos enquanto fechava a porta e sua imagem era cortada e o êxtase me prende ao momento, a lembrança...

Talvez você não entenda,
talvez prefira não entender. Mas uma coisa é certa,
um dia saberá do que estou falando.




Sallut
17.10.2012

O Livro Dos Espíritos. A. Kardec

Já há muito tempo tenho parado por breves instantes para observar minhas mãos, a realidade, o presente. Sentir minha existência viva enquanto toco minhas mãos e respiro fundo. Isso tem uma causa que se deu há muitos anos atrás... vim falar de um filme que fala de um livro, O Livro dos Espíritos.
Hoje algo foi construído dentro de mim, meu espírito sente como se uma nova semente acabasse de pousar sob Terras férteis de meu jovem interior. Estou prestes a entender coisas novas, ver a vida por outra face. Estou mudando meu pensamento. Posso notar pois posso sentir, isto é real. Sallut é real.
A vida está em constante evolução, mas é um processo gradual que pode demorar de um dia até uma vida inteira, cada um sofre e goza aquilo que plantou, pois Deus, é, de forma absoluta, justo e bondoso.
Ainda assim existem aqueles que negam sua existência... então olhe para o mar, para as montanhas. Repare nas rochas, estas ondas. Olhe as nuvens pairando pelo céu, feche os olhos filho... sente o vento? Ele é real. É pela obra que se conhece o autor...
Talvez hoje eu ainda não consiga alcançar as palavras certas, talvez eu não esteja falando da forma que vai realmente mudar alguma coisa. Mas este... vai mudar muita coisa.

"...nossa casa cheia de lembranças eternas que nunca jamais se perderiam no tempo, narrador de histórias, vidas. Não sabíamos do próximo dia, não sabia o que me esperava. Mas naquela noite apenas as notas suaves que a vitrola cantava de uma antiga orquestra nos guiou e nos preencheu aquele momento, a abracei com um toque delicado e apaixonado e apoiei minha cabeça contra a sua de olhos fechados, nossos passos deslizavam pelo chão da sala enquanto risos conformados se escondiam meio àquele nosso último momento. A sensação que oscilou dentro de mim enquanto dançava abraçado a ela não consigo descrever, nem quero. Pois as palavras limitariam muito o que o meu espírito faz questão que permaneça um mistério, pois o Amor que senti naquela noite continuou vivo dentro de mim mesmo depois da própria vida ter se desligado do meu corpo no próximo dia. Sinto tê-la deixado só na estrada da vida, mas assim como eu hoje você um dia também estará pronta. E será nesse amanhecer que estaremos juntos novamente."

- ...ainda me ama? _sua voz surgiu como uma lembrança que me fez sorrir por dentro.
- Para sempre... _guardei as duas alianças dentro daquele buquê de flores e parti sem olhar para trás.

Enquanto caminhava para fora dali encontrei uma mulher toda de preto, com certeza estava de luto, debruçada em lágrimas sobre um túmulo. Me aproximei dela e abri o livro diante de seu sofrimento, e na capa escrevi um lembrete para atiçá-la a entrar pela porta que um dia tive que tomar a decisão se entraria ou não. Entreguei o livro em suas mãos e segui minha caminhada...

Este livro mudou minha vida... André Luiz, O livro Dos Espíritos. Alan Kardec.




Sallut
17.10.2012

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Boa Noite. [3] Malkavian.

Estou sentado numa cadeira, sinto meus pés submersos na água gelada que agora chega até meus joelhos. Meus cabelos estão mais longos que da última vez em que acordei aqui, parece que algo está escorrendo por minha face, é suor... não, é sangue. Posso sentir o gosto do ferro que constitui o meu sangue nos lábios, mas esse sabor... este sangue não é meu. Olho para o alto e enxergo uma lâmpada nua que me iluminava meio aquela escuridão. Aquela luz embaçada fez arder meus olhos, sinto minha pele arder. Sinto fome.
Mais daquele sangue escorre pelo meu rosto e tento lamber o máximo que posso, por incrível que pareça aquele gosto saciava algum desejo desconhecido dentro de mim. O gosto de sangue.
Não sei há quanto tempo estou aqui e nem imagino quanto mais devo ficar, sei que estou faminto, louco completamente desprovido de sanidade. Hoje, aqui, agora, sou Malkaviano.
Meus pensamentos são tantos que não consigo dar nome as quatro paredes que trancam minha loucura na escuridão, no silencioso, no quase inexistente. Só.
As vezes enquanto gargalho relembrando algo intensamente triste, um erro, paro e penso nessa minha existência vaga, então choro. Lágrimas negras que pingam na água e, como uma goteira no meio do silêncio, só ouço minhas lágrimas respingando. Agora entendo, vê também? Malkaviano.
Este sou eu...

Eu poderia dizer mais sobre esse novo eu, mas algo mais precisa ser dito antes...




Sallut
15.10.2012

domingo, 14 de outubro de 2012

Fazer o necessário.

Gosto de viver o Eterno mesmo que um dia acabe
gosto de conversar, provocar risos
gosto de confortar as pessoas com minhas palavras.
Sou uma pessoa diferente em um detalhe pequeno
não é que me vejo poeta, nem nada especial
Apenas meus pensamentos que tento escrever
traduzi-los.
Nunca os entendo, é tudo um segredo
que a própria vida desvenda enquanto muda minha filosofia
Meu jeito de pensar.
Numa tarde de Domingo eu posso entender
sinto a saudade, sinto o amor...
sinto o vazio que anseio a preencher.
Paro pra sentir sangrar uma certa ferida
faço o sangue jorrar, esguichar
Sinto minha vida esvaindo pelas veias enquanto vejo suas fotos
enquanto lembro da sua presença, enquanto sinto saudade disso tudo.
Aí penso que só quero preencher o vazio, mais nada

As pessoas a minha volta conseguem fazê-lo com tamanha facilidade
e eu continuo num solitário silencioso cheio de vazio.
No sozinho, no silêncio com vazio. Sou eu.
Sei que sou um covarde por não fazer as coisas como deveriam ser feitas
Uma conversa a olhando nos olhos talvez mudasse tudo, mas essa conversa nunca existiu.
Eu não aguento mais dizer de formas diferentes que continuo te amando
mesmo longe, mesmo sozinho. Mesmo sem você.
É uma tortura.

Posso ver que as coisas continuam acontecendo aqui, aí
e em todo lugar. O tempo não para.
E se eu fechar os olhos posso sentir o meu coração batendo
Trancafiado, esquecido por necessidade
Superado.
Posso senti-lo inundado, talvez afogado em suas próprias lágrimas
Encharcado de sofrer.

Se eu fechar os olhos posso imaginá-la aí onde está
com aquele sorriso formidavelmente único e diferente,
se eu por um instante concentrar o meu olhar num lugar vago
É de você que vou lembrar, é em você que vou pensar
Mesmo que lute com todas as minhas forças contra isto
Contra estes pensamentos, contra você ainda dentro de mim.

Queria exterminá-la de mim,
e pelo resto da vida seguir como se nunca tivesse te conhecido.
É um desejo ingênuo e imaturo, um desejo desesperado para deixar de sentir
Mas não. Olhe como estou, observe a data e veja
Eu ainda sinto. Ainda amo.
Eu me lembro do primeiro dia deste ano, fiquei a observar a data por tanto tempo
Tinha você laçada em meus braços naquele dia, era diferente
Mas enquanto observava o relógio eu lembro,
sabia que este ano seria importante. Teria mudanças.

Sabe... no final das contas me vejo fraco, um tolo
Uma criança que se apaixonou e ainda sofre pelo óbvio de ter dado errado.
uma criança que cresce sofrendo às custas de um amor que já morreu,
E eu sei que escrever muda tudo, pensar muda tudo, ainda sentir muda tudo
Sei que estar aqui agora, neste dia, muda tudo.
E sei que
a noite pode durar o ano inteiro, eu admiro e me fascino pelo brilhar da Lua. Não tem problema.
Mas o Sol vai voltar a brilhar e iluminar a felicidade em meus olhos, ainda terei o gozo do ser feliz
Não quero estar feliz por breves momentos, viver a felicidade como um capítulo.
Sou o tipo de pessoa que prefere o solitário, o sofrimento,
sou o tipo de pessoa que encara a saudade como investimento
Sei que amor não machuca, não faz chorar
sei que amor é cura, é solução. O amor conjuga a paz.

É verdade o que dizem... de que vale a Felicidade do Poeta,
se o mesmo não superou a intensa tristeza?




Sallut
14.10.2012

1 Dia antes da Morte.

Todas as manhãs vivo a mesma nostalgia de acordar e continuar minha vida. Observo até mesmo os meus pensamentos pacientes e silenciosos, meus olhares que tocam aqui e ali com cautela enquanto procuro entender o motivo desse novo dia. Raramente consigo me empolgar neste momento, na maioria das vezes me levanto e sinto vontade de voltar a dormir para sempre.
Dormir pode servir de remédio, pode amenizar talvez disfarçar mas ainda estará aqui quando você acordar pela manhã.
Não sei se foi no meu sonho, ultimamente tenho tido muitos quais eu não me lembro, ouvi que quando se quer mesmo uma coisa deseje-a em pensamento todas as manhãs que sua mente despertar do sono e isso vai atrair seu pensamento. Nesta manhã quando me levantei disse quero amar de verdade, ter um motivo para sorrir. Não tenho certeza se é mesmo isso, se é só isso, ou se isso poderia me tirar do cinza onde estou.
Estou confuso sobre aquele amor não sei se ainda vive dentro de mim. Queria ter certeza. Ela está longe mais distante ainda, dessa vez temo que fique assim por todo o resto do tempo. Ela não se importa.
Mas, sabe, adorei ter amado. Me entregado de coração, corpo e pensar.
Li assim: "Se quiser me ver ou falar comigo, venha você. Corra atrás. Você sabe onde me encontrar, tens o meu número, na verdade tens o meu coração. Então, se sentir falta estarei te esperando."
Tenho certeza que nunca mais vou voltar a ouvir o som da sua voz se depender de você, tudo bem, não importa... é como agora, sou como sou, mesmo que o tempo passe e meus pensamentos se confundam entre o amor e o ódio voltarei até aqui e tentarei me inspirar a escrever sobre algo, neste momento tudo que me inspira é você.
Mesmo assim, mesmo longe...




Sallut
14.10.2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Tomorrow Comes Today.

Tudo bem, vamos lá...
Pude ver um campo simplesmente enorme, havia uma trilha do lado esquerdo que contornava todo aquele maravilhoso pomar frutífero de rosas e plantas, árvores, folhas, insetos... joaninhas com asas vermelhas e pintas brancas que podiam ser vistas claramente, eu enxergava. Por um momento achei estar dentro daquele campo observando atentamente de perto cada inseto a cada detalhe, mas estava na trilha e novamente olhava para meus pés calçados de botas que estavam sujas de barro. Botas aparentemente resistentes, podia ver proteções nos tornozelos de ferro. Olho ao meu redor, havia algumas árvores, não enxergava prédios nem casas, nem pessoas, era um lugar onde só havia o natural erguido da vida. E eu estava lá.
Dei meu primeiro passo e me senti diferente, como se o solo do lugar tivesse tomado parte da química que compõe o meu corpo. Me senti parte daquele campo, e então caminhei a passos largos e confiantes. Observava o lugar com esplendor a cada olhar, não conseguia nem sequer ouvir meus pensamentos, somente meu olhar dominado pela curiosidade e ansiedade. Não precisava de outra pessoa para saber que meus olhos brilhavam.
Caminhei até chegar a um lago. Era um lago grande um tanto profundo rodeado de árvores, assim que observei a paisagem ganhei a presença de uma moça sentada na beira da água do outro lado, escondida nas sombras de uma mangueira simplesmente única. Havia mangas penduradas a galhos finos que sustentavam enormes frutos com leveza facilidade. E ela sentada ali observava a água como pensativa, naquele instante me desafiei a adivinhar seus pensamentos, sorri. Me aproximei do lago e ela nota minha presença, me observa durante alguns instantes atônita. Sentei numas das raízes grossas que saltavam da Terra de uma enorme Laranjeira e a observei. Naquele momento fixamos nossos olhares e ficamos nos olhando até que ela se dispõe a caminhar pela beira do lago espreitando às folhas secas que ouvia mesmo de longe. Em poucos segundos a perco de vista, mas ainda ouvia seus passos guiando-a por um mar de verde vivo brotado da Terra. Seus passos a entregam e a noto surgindo de uma possível trilha atrás de mim, segurando o vestido branco que usava com a mão esquerda para que não se arrastasse no chão. Surgiu com um olhar curioso disposta a conseguir qualquer coisa.
- Olá... _me fitou da  cabeça aos pés e depois me olhou séria nos olhos.
- Olá. _receoso.
- O que faz aqui?
- Descobri um lugar para sentar e pensar em paz num lugar que me agrada o espírito.
- Esse jeito de falar... _me olhou desconfiada e calou-se.
- O que? Estranho?
- Não... _deixou a completar.
Olhei para o lago e fiquei pensando no que poderia ser este pensamento, sabia que estava-o escrevendo e naquele momento, neste momento, posso saber quem sou eu.
- É diferente. _disse e sua voz me despertou de um devaneio enquanto pensava.
- Já ouvi isso antes.
- Você parece jovem, quantos anos tem? _disse como se já fosse moça com idade o suficiente para me ver como garoto.
- Não importa, acho melhor que você me conheça pelo caráter além de tudo.
Nossos olhares se cruzaram e não pude pensar em nada enquanto a olhava. Apenas sentia algo dentro de mim se rachando e ficando muito quente. Não souber interpretar direito, sequer expressar.
Sentou-me do meu lado e compartilhou o silêncio comigo.
No mesmo momento pensei que nunca havia feito isso com ninguém, compartilhar o silêncio. Os pensamentos mesmo que calados, ocultos. Saber que apenas pensamentos silenciosos e nos contentar com isto, com a presença. E só.
- Me chamo Sallut... _disse depois de longos minutos calado.
- Sou Cristina, você se lembra?
- Sim, eu li. Me lembro perfeitamente.
- Então você é Sallut... _disse contemplando o fato que aparentemente a comovia.
- Sim, sou eu. Você por acaso sabe de algo sobre mim que eu não saiba?
- Talvez eu tenha ouvido falar... _disse pouco como se não pudesse revelar muito.
- Sei... _olhei novamente ao lago...
Sei que estou num sonho, um Imagine, sei que posso fazê-lo e que preciso. Pois posso escrever e isso é ótimo, me ressuscita,  me trás vida, me rega o espírito de uma forma que as palavras simplesmente não podem explicar. E eu digo isso de olhos fechados, juro, escrever...
- Acho que preciso despertar, este está ficando longo e geralmente não me atrevo... _me interrompeu.
- Deveria continuar, está se conhecendo de uma forma que nunca o fez. Isso é diferente. Isso é você.
- Isso é Sallut?
Sorriu.
- Isso é Sallut!
Seu sorriso me iluminou como se me resgatasse de uma longa tortura ao léo. O seu sorriso.
Também sorri, não pude nem sequer pensar em evitar.
- Cristina... _contemplei.
- Esta sou eu. _sorriu novamente e riu. - Você pode vir quando precisar de paz, este é o melhor lugar sabia? Eu nunca visitei outro que mereça comparação. _disse com tanta confiança e felicidade que sua voz fez efeito em mim como se uma canção inspirasse este texto.
- Virei... _não conseguia ter muitas reações, apenas admirava. Seu sorriso era lindo, seus olhos tinham cor do castanho negro que tinha sob a luz do Sol um tom claro cheio de vida que revelava sua alma.
- Foi ótimo conhecê-lo... Sallut... _riu como se meu nome fosse uma ficha à cair em sua mente. - É o primeiro que encontro aqui. Isso é... diferente... _foi se afastando enquanto sorria.
Seus passos desfilavam sob as folhas secas seguindo num caminho obscuro como se a mata fosse sua casa, seu lar, seu quintal. E seu vestido branco como uma nuvem parecia nunca esbarrar em lugar algum, sua leveza e simplicidade nos movimentos a fazia flutuar naquela floresta.
Fiquei ali sentado por mais vários minutos pensando, observando. Eu não sei. Fiquei ali só eu e o silêncio, o verdadeiro solitário. Até no sonho havia um momento dedicado ao sozinho e eu estava lá.
Fiquei por alguns minutos e então me levantei, respirei fundo e segui caminhando por um caminho que não sei onde me levaria, dei alguns passos e um clarão me trouxe de volta ao mundo dos homens, ao mundo do caos. Ao mundo cinza em que prédios ofuscam a Luz do Sol e o planar das nuvens. Mundo onde produz-se lixo para obter-se vida destruída em forma de papel que determina um valor inútil, ai que mundo pequeno... cá estou, não sei quem sou novamente.
Mas continuo escrevendo e pensando, não é estranho? Risos. Deve ser...
mas se você não entende as palavras do Poeta que dirá seus longos pensamentos?




Sallut
11.10.2012

O PENSAMENTO É FORÇA CRIADORA.

Os dias passam lentamente
Posso notar pela manhã que estou doente
Pois quando acordo sinto o vazio
espalhar-se pelo corpo como anestesia injetada
E vejo as pessoas como estão
Penso naquela que tem meu coração
E pensar nunca se tornou tão complicado,
Pensar nas coisas em que estou atrasado
Queria ser Feliz,
Colhendo a felicidade de alguém.
Queria sorrir,
Como reflexo do sorriso de alguém.
Queria amar,
Amar alguém que ainda não tenha ido embora
para nunca mais voltar.




Sallut
11.10.2012

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Eu Sempre Quis Pt.2


Eu sempre quis
Fazer diferente encarar os fatos como são
Ser sábio na hora "H" pra tomar a certa decisão
Sobreviver primô
Aqui nesse mundo não é facil não
Tem que ter disposição pra encara verme e leão. Pois quando
é só solidão
O Diabo se faz de companhia
Te oferece a saída de emergência pra fuder sua vida
Te joga num rio de desgraça miséria te lota de ódio
Em pouco tempo de trilha o que restou foram só os pecado
Marcado, seu nome no livro da vida já foi riscado
Embora induzido pelo mal e desviado foi perdoado
De joelhos dobrados e os olhos avermelhados
Lágrimas que se apresentaram do pobre injustiçado
Que sangrou até morrer na calçada da Favela
e a mãe que debruçou sobre o corpo na viela
Do seu filho, sua cria que tanto lutou pra sustentar
Hoje observa o corpo morto e tudo o que resta é chorar
É se conformar, seguir e aceitar
Ter que batalhar para se salvar
pra não se tornar mais um indigente abandonado disposto à penar

E falo de novo que a vida é difícil
Ela é batalha, é desafio
Não é impossível, veja o que é isso
Pra sobreviver não tive que dar tiro
Mas pipoquei foi muita gente
Quando pensei num Rap consciente
Mantive decente meu pensamento
Não me desviei pois não tive medo
Eu só confiei foi só o que fiz
Nesse meu Deus que sempre está aqui
Presente por mim e pelos irmãos
que tem muita garra e fé no coração

E olha a TV, do que tá falando?
Como de costume tá incriminando
Todos os negro que são da Favela
que nasce aqui dentro e morre por ela
Seja na rua ou no presídio
Seja no corre morto à tiros
Sempre tem um branquinho falando
que nóis é vilão e tamo espalhando
O terror pela cidade
Mas eu sim encaro a maldade
É olho no olho
Não passo transtorno
injeto coragem não pago de loko
Mas e se eu morrer qual vai ser o proceder
A minha família ninguém vai querer
Saber de cuidar, se preocupar
Quem é que vai se ajoelhar
Parar pra rezar
Conversar com o Pai
é neste instante que o Diabo sai
E a solidão que tanto sentia é só uma lembrança desaparecida
Hoje sou eu
Que canto amor
Numa letra de RAP cheia de louvor
E eu quero é mais
Só quero mais PAZ
Nos quatro canto que aqui se faz
De Leste a Oeste até Norte Sul
tento te mostrar que não sou só mais um
Quero te alcançar e vou te mostrar
onde está Deus e como te encontrar
Basta fechar
o olho e confiar
Que logo logo vai te iluminar
Mas preste atenção
aproveita o tempo
Porque ele também é detento
E mesmo o tempo um dia acaba
Como a vida tirada à facada
Os segundos são breves
tente perceber
Hoje sou eu
amanhã é você


Sallut
10.10.2012

Eu sempre Quis


Eu sempre quis
meu sonho sempre foi mudar o mundo
Revolucionar o modo de pensar absoluto
O modo de agir de decidir e de tomar as atitudes
O pensamento pode, conquista. Mas não se ilude
Óh, só, na humilde, não é papo de canalha
A vida é desafio cada obstáculo é uma etapa
E cada etapa é uma fase, um capítulo
Cada olhar e pensamento uma linha do livro
Que se escreve junto com o passar do tempo
Que é dito em segundos levados ao vento
Pelo irmão que foi preso, foi trancafiado
pelo erro cometido em meio ao desespero de um lar soterrado. Eram
Dois filhos pequenos na responsa de criar
E na mente determinação olhar de fúria pra descarregar
Aí é implacável o resto cê imagina, né?
O Diabo soprando ideia errada no teu pé
A vida embaralha como num jogo impossível
As fita que aparece, cada problema imprevisível
Como num Teatro no elenco vários personagem
as vezes na crocodilagem, as vezes é loko entregado pro back. Nunca
Nunca se sabe o que o destino preparou
Ou qual foi a treta que seus passos te guiou
É assim mesmo meio que do nada começa um pesadelo
Daí pra frente receio de tudo, é medo dos outro é mó desespero
A vida muda quando você muda pelas mudança que a vida te causou
Se foi sofrimento, se foi dor servido pelo amor
Mas por favor, irmão. Não desiste não
De queixo erguido segue quente em frente na missão
O tempo tá acabando e Jesus já tá voltando
Mantenha a fé intácta, tenha garra tá acabando
Eu sei é duro todo dia levantar e ver no céu
O brilho de quem se perdeu no doce amargo sabor do fel
Quantos não souberam lidar com a posse da matéria
Que se iludiram e nem com roupas foram pra baixo da Terra
Eu sei conheci vários rostos mano
explorei foram várias ideias
Já toquei em vários assuntos
Já pensei e tracei minhas metas
Já tive amado defunto, perdi
Já vi a tragédia de perto e senti
Já vi a morte encapuzada levar loko metido a esperto e ouvi
{Não sei como é a vida mas tô aqui que é pra trocar
Nem que seja coligação com o destino pra resultar
Sei que minhas palavras e meus escritos nunca vão
Se perder no nada ou fazer pouco caso, então
Sei que todo esforço é um tijolo pra construção
E no final é no seu castelo a inaguração
nem Que seja de madeira, de cimento ou no asfalto
Com a honra e o orgulho mas de joelho dobrado
Pra Jesus Cristo
Jesus Cristo O Salvador
O Dono da graça, da origem e do amor
Onde todo mal se anula e subtrai
Pois quando falo do Senhor nada que é contra é capaz}²
E eu vim falar mais do amor
Eu vim incentivar o seu vigor
Eu vim abençoar com louvor 

E eu vim pra somar mas só quem for
Que vai me escutar
Que vai me escutar
mas Quem vai me escutar
É só quem for
É só quem for
Que vai me escutar
Sallut
22.09.2012

Perfeito.

...estávamos sentados num banco de praça um ao lado do outro, era um dia nublado e fazia um pouco de frio. Estávamos sob a sombra de uma Amoreira carregada e conversávamos sobre algo sério e triste...
-...é melhor deixar assim. _suspirou e fugiu o olhar de mim.
- Eu concordo. _olhei para minhas mãos e apertei uma a outra tentando conter as lágrimas que pesavam como uma verdadeira represa.
E é só...




Sallut
10.10.2012

Algumas coisas nunca deixam de ser

Nesta manhã acordei diferente, sentindo o meu corpo fraco e a sensação do vazio maior. Tentei procurar pensamentos que me confortassem, ou um raciocínio que me espancasse de verdades. Durante todo o ano estive com a mesma expressão sorrindo pelas mesmas coisas, fora da realidade pelos mesmos motivos, pouca coisa mudou. Tudo o que mudou é que você saiu e levou consigo tudo o que havia de bom e importante.
Me sentia num solitário esquecido e não era atoa, realmente estou. Presenteei meus sentimentos à prisão e agora estão atrás das grades. A liberdade não consta sem sorrir, sem felicidade.
Eu queria poder não cometer erros, queria ser como as pessoas ao meu redor, "normais". Mas não sou. Sou assim, diferente. Estranho. Pelo fato de ver o mundo da minha maneira, de apreciar o sofrimento com esperança de seu fim.
Me lembro de Sarayu quando cultivava o mar de rosas que havia em Mack, me lembro da oficina e o que significava tudo aquilo. Eu me lembro e acredito que Sarayu pode mexer no meu mar de rosas também.
Mas as vezes me sinto um tolo por pensar na vida como penso, ver o mundo como vejo, amar como amo. As vezes o vazio toma conta e a fé se torna quase inexistente, as vezes acho que sendo como sou sempre estarei sozinho e pensativo.
São momentos em dias como no nove de outubro que eu descubro outro caminho e tenho a escolha...
Eu não queria ser normal. Nasci louco e me desconfigurei com o passar do tempo, me apaixonei, me entreguei. Amei. Agora sou um insano Malkaviano que guarda um Poeta dentro de si com o psicológico abalado.
Não houve um dia sequer que meus pensamentos não lembraram de você. Isso não é uma declaração é uma confissão.
No dia 21 de abril de 2012. Quando saímos ambos por aquele portão você subiu para sua casa e eu desci a rua. Me sentei numa mureta e fiquei ali até anoitecer sem dizer uma única palavra, só observando e pensando sobre as coisas, sobre o que acabara de acontecer. Foi naquele dia que te perdi. Sim eu sei. Então comecei a me afastar até que desapareci de seus dias e você dos meus, e ficou assim durante meses.
Cada dia que passava me dava a certeza de que eu ainda amava. E foi alguns dias depois que você deu o seu próximo passo, talvez por necessidade como dissera. Foi apenas o primeiro andar do calabouço em que  eu estava caindo.
O tempo continuou passando, vivi meus dias e fiz meus afazeres. Tentei superar um amor que nunca esqueci, nunca deixei de sentir. Tentei esquecer de alguém que nunca nem sequer deixei de pensar. E agora estou aqui.
Queria me expressar com palavras ditas pela minha voz enquanto meus olhos encaravam os teus fixamente. Talvez eu seja um covarde que se esconda atrás de palavras, um talvez... Talvez depois de ler este aqui eu não precise nunca mais dirigir uma palavra à você, talvez sejam realmente detalhes feitos à lápis.
Eu queria poder ver o seu rosto agora, queria poder observar enquanto seus olhos passeiam linha por linha concentrada querendo descobrir o que eu quero com tudo isso. E enquanto escrevo imagino que esteja pensando se está perdendo tempo, creio que não. Mas isso não servirá de nada para ninguém.
Sabe... tem muitas coisas que eu gostaria de dizer mas não é preciso que eu fale de todas elas, não importam. Já roubei muito da sua atenção.
Eu só queria te falar que, infelizmente por mais tristonho e poético que soe, eu te amei mesmo sem te ver, sem te ouvir ou saber de você, amei por simplesmente amar. Porque amei outro dia.
Você deveria saber... sou uma criança que sabe falar e sentir como ninguém, mas ainda tanto pra aprender...
O dia de nove de Outubro me deu isto, e a você apenas um texto.




Sallut
09.10.2012

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Loucura de Remédio: Da garganta pro pensamento.

Talvez hoje eu não tenha nada para falar, ou talvez o que eu queira falar não possa estar falando agora. De qualquer forma vou dizer algo que não vou permitir ficar trancado. Desta vez falarei da loucura, da sanidade, da insanidade, da realidade e de alucinações.
Porque eu preciso de algo que estimule a minha cabeça aos delírios para que eu possa entender o verdadeiro significado da sanidade. Entre olhar os dedos nas mãos e depois observar em volta, notar o mundo ao seu redor, percebê-lo, senti-lo. Fazer deste mundo parte de você enquanto fecha os olhos enchendo o pulmão de oxigênio. Neste instante uma coisa espetacular acontece e você só precisa notar.
Talvez soe confuso enquanto escrevo não consigo encontrar os sentidos que gostaria na minha mente, queria ter todas as palavras ao meu alcance. Isso é só questão de tempo eu sei. Já estamos no mês 10 do ano 2012 logo este chegará ao fim, logo este ano terá fim...
Mas enquanto o mundo inteiro bebe e festeja lá fora me embebedo com uma boa leitura clássica à companhia de uma cachimbo com mato ao conforto de uma simples lareira alimentada por lenha.
Ou talvez sozinho naquela Cabana que já conhecemos, num Mês do Inverno, um que esteja realmente muito frio, levar meia dúzia de livros e vários álbuns de música. Pink Floyd, Black Sabbath, Led Zeppelin, GunsnRoses. Me deitar numa cama de casal a vontade com pão francês e manteiga, uma xícara de café e um computador para escrever meus pensamentos insanos. Sou um Malkaviano de puro sangue. Me entenda.
A loucura já passou por aqui, me lecionou algumas de suas matérias e me largou para aprender o resto sozinho, no calado. Ouvi depois de já muita prática não fale, pense.
"As coisas mais valiosas pra mim ainda são de graça: Um abraço, um sorrir, um Eu te Amo e uma mente blindada."


Sallut
08.10.2012