Escrever é uma necessidade, sou eu quando me traduzo para mim mesmo. Escrever coloca em palavras códigos que transpiram por dentro, sentimentos válidos que precisam ser decodificados. Um escritor quando cria sua obra não o faz simplesmente esperando que alguém leia e que passe despercebido, há algo que precisa ser alcançado, atingido, quando é escrito. Um escritor busca dentro de si as emoções mais intensas e as transforma em palavras e em meios de colocá-las. Pode ser um conto ou uma simples declaração, ou uma carta.
Um escritor não ganha o título simplesmente por escrever, tem que viver o que se escreve, tem que sentir o que se lê, e além de todos mais tem que saber interpretar a vida como ela é. Uma lágrima negra de sangue coagulado e um sorriso com o olhar entristecido. Você sabe o que procura a partir do momento em que fica satisfeito com o que encontra, e eu acho muito simples, colhe-se o que foi plantado. Com as próprias mãos.
...e enquanto o tempo passa um escritor terá calabouços e penhascos de sofrimento selados à segredos inconfessáveis dentro de si, pode ser uma ótima lembrança seguida de um intenso sentimento de saudade, ou pode ser a intensa saudade gritando sensações pelo corpo. E se sentiu saudade é porque valeu a pena, e mesmo que fora um erro o cometeria de novo e aproveitaria cada um dos momentos errados outra vez. Errar dói, mas de longe o melhor jeito de aprender.
E quando falo em escrever, sentir e ser, quero dizer que ainda amo e vou continuar amando por mais tempo indeterminado. Porque quando disse 'eu te amo' mesmo que fosse ingênuo, desejei que fosse a mais das implacáveis verdades. E é.
O amor quando nasce no espírito de um Poeta inala um cheiro doce e encantador, o cheiro das rosas. Mas depois que os botões de rosas estão prestes a se abrir antes vem os espinhos, estes sim ardem e sangram a brotar. Mas não tem problema. Depois dos espinhos rosa por rosa será presenteada àquela que estiver de pé frente a roseira, seja com um sorriso ou lágrima, amor ou raiva, quando as rosas de um Poeta brotam o que vem a seguir é a colheita. Nada se compara à sensação de plantar sementes com os dedos cheios de calos feridos, e senti-las sendo colhidas por mãos delicadas, pequenas e carinhosas.
Um Poeta não ama porque acha amar. Ama sem ter seu amor, sem ouvi-lo, sem vê-lo, o Poeta ama porque amar é um vício, uma droga. Não decide amar apenas acontece, e depois disso tudo o que acontece chamamos de inevitável, até mesmo o fim. Mas fim para Poeta não existe, cada história te faz mudanças no jeito de pensar e a próxima que vier será contada numa narração diferente.
Sallut
23.08.2012
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