...disse há pouco que não sabia o que esperar da vida, que apenas a viveria, e disse tudo em música para que a vida desse atenção. Talvez um cantarolar, ou um assoviar, aquele murmúrio que seja alguém pode ouvir. As vezes... a vida pode ouvir.
Sei que amar é inevitável e que o necessito por necessidade fisiológica, coisa do tipo. Sei que somos aqueles que precisam amar, e é isso. Amar o nosso amor com delicadeza, com carinho e atenção. Amar nosso amor na saudade, na lealdade e na ligação. Amar nosso amor mesmo que este amor seja amor de outro alguém, pois isso acontece. O amor é uma chama verdadeira nos que podem sentir realmente.
Gostaria de poder dizer mais, gostaria de te fazer entender. Gostaria de escrever, então escrevo, então veja:
...quando saí do banho já seco, uma corrente de ar frio me pegou enquanto ia do banheiro ao quarto, arrepiou todo o meu corpo e quando fechei a porta espirrei umas cinco vezes. Ao invés de tirar a toalha a apertei melhor na cintura e amarrei o roupão. Sentei numa cadeira que estava próxima à janela, que ficava perto da estante de livros, minha pequena biblioteca. A luz do luar esplendorosamente cheio no céu refletia sob a página 344 do livro que lia, em minha face um doce sorrir que apenas ela adivinhara, observava a cidade de longe, de uma Torre fora da cidade. A leitura era calma, a torre era solitária, e a Lua inteiramente minha. Sabia naquele momento em meus pensamentos que a taça de vinho que me acompanhava era tão maciça de conhecimento quanto o livro que lia, pois a cada degustar sentia minha consciência adocicando a interpretação com um pouco mais de inspiração natural.
No livro...
No livro...
"Estávamos seguindo uma estrada que passava por d'entre as colinas por túneis e serras, paramos numa certa rodovia que podíamos enxergar ilusoriamente o mundo inteiro, era uma penhasco muito grande. Encostei o carro na beirada do acostamento e o desliguei, ela acorda já se perguntando o que estava acontecendo...
Estava dormindo encostada no vidro com tanta calma que o parar do carro me pareceu um erro, vê-la despertar e bocejar me deu vontade de comer algo.
Fome.
Mas no alto de uma colina tudo o que eu podia fazer era oferecer um momento inesquecível.
Estava dormindo encostada no vidro com tanta calma que o parar do carro me pareceu um erro, vê-la despertar e bocejar me deu vontade de comer algo.
Fome.
Mas no alto de uma colina tudo o que eu podia fazer era oferecer um momento inesquecível.
- O que houve amor? Por que paramos?_coçava os olhos e bocejava, ouvi o estômago dela roncar neste mesmo instante. Isto me inspirava fome.
- Precisava conversar com você... agora... _agora não a olhava, via o cenário que ela ainda não notara mas que logo iria se deparar.
Seu silêncio me deu continuidade.
Vi que neste instante ela olhou para o penhasco e notou o que eu havia notado antes, e então ficamos em silêncio.
Estávamos conversando naquele momento.
Ouvi o sorriso dela se abrir em seu rosto, sorri no mesmo instante.
Nos olhamos e decidimos, neste olhar, admirar fora do carro.
Saímos e notamos com curiosidade e animação cada canto que aquela ponte num penhasco dispusera para nós.
Até que, lentamente, ia anoitecendo...
Via o bocejo disfarçando a fome que desde cedo já permanecera.
- Ah, amor, vamos embora..._me olhou nos olhos decepcionada, não queria abandonar aquele lugar nunca mais.- Estou com fome.
- É claro, é que não podia deixar passar...
- Obrigada. _me beijou na bochecha direita.
Sorri.
Entramos no carro e continuamos subindo a colina pela estrada..."
Na noite a Lua cheia no céu, da que falava. Já há muito tempo depois que escrevo esta história volto a dizer, A Lua Cheia. Não sei nem desconfio quem seja o autor desta história, apenas sei que...
Sallut
25.11.2012
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