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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Aprendendo a Voar.

Abri os olhos. Começou.
Imediatamente senti o vento soprar entre minhas vestes arrepiando das costas ao calcanhar
Podia senti-lo real e existia fora e dentro de mim.
Sentia atração por senti-lo em minha face, além de me refrescar
me fazia relaxar por alguns instantes sem olhar para trás.
Vi que minhas asas nasciam, pena por pena, lentamente nas minhas costas
não sabia muito bem o que estava acontecendo. Sentia coçar mas não cocei.
Queria chegar logo em casa.
Os ventos sopram e me convidam a voar.
Querem me perguntar por que eu não tento.
Acaricia meus olhos e faz lacrimejar
Quer que eu confie de olhos fechados. E pule.
Para permitir que o vento me permita voar.

Parece incrível enquanto caio
sinto o vento cortar meu espírito por dentro como se fosse a água
neste instante não penso em mais nada, a adrenalina me toma
o silêncio e a escuridão me acariciam um desespero confortável
penso se vou alcançar o chão e morrer
penso se minha asa já está pronta para voar
e o vento sopra dentro de mim enquanto meu corpo cai rapidamente.

E como num belo sonho onde podemos ser livres
minhas asas me sustentaram para cima e olhei maravilhado para o chão
Voei sobre as águas e as ondas não me alcançavam
passei entre as nuvens e elas me conheceram, me tocaram
quis voar em direção ao Sol e encontrá-lo. Abraçá-lo.
Sorri levemente enquanto minhas penas sentiam o vento sustenta-las
Aquilo era puramente real. Sentia em minha face. Existia.
Meus olhos fechados me diziam que não era um sonho e que podia abri-los a qualquer momento
mas eu não fiz isto.
A sensação de voar com os olhos fechados me confortava de modo intenso
sentia que era totalmente livre e que podia confiar na minha liberdade.
Sentia o caminho de volta para casa e não precisava espiar atalhos
minhas asas perguntariam aos ventos
e os ventos soprariam respondendo e direcionando-me ao caminho certo.

Já estou voando há muito tempo e ainda estou encantando
não me sinto cansado e não tenho sono ou sede
estou flutuando com os olhos fechados por aí
os ventos estão me levando e eu não sei para onde sopram
Não quero abrir os olhos, agora tudo parece tão escuro
me sinto sem a necessidade das cores neste momento. Meus pensamentos parecem tão leves quanto meu corpo
Não tenho noção da grandeza que se faz isto que estou envolvido
é tudo uma questão de descobrir e acreditar no que descobriu. Voar é esplêndido.

Mas os ventos pararam de soprar uma hora e tudo foi se acalmando
meu coração já estava mais calmo e minha respiração não tão ofegante
abri os olhos e pousei no alto de um pequeno morro
os ventos me depositaram ali como se leva um dente-de-leão ao leo
Assim que abri os olhos olhei pro céu e enxerguei o seu significado
ele simbolizava a liberdade.
Os ventos estavam soltos no céu
e o céu estava livre...

Queria te dizer o que vi quando pousei,
mas este sabor é pra outro momento... já disse muito...




Sallut
25.09.2013

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