Do nada.
Igual o Sol no meio da noite escura
igual a lua na aurora crua.
Emergi como um corpo que estava se afogando
respirando com desespero e dificuldade.
A primeira coisa que vi, me lembro bem, fora o céu
carregada de estrelas sinceras com um brilho formidável
Cada uma delas.
Meu desespero secou
e nem parecia que estava me afogando,
Quando vi tudo aquilo meu pulmão se acalmou
meu coração cessou os fortes batimentos cardíacos
e o sangue que corria em minhas veias foi mais devagar.
As ondas me faziam ir pra cima e pra baixo
aquilo não me dava enjoo.
Apenas o meu olhar fixo encantado nas estrelas
não olhava para nenhuma em específico
contemplava elas como um todo
Num só céu
observados por uma só Lua.
A Lua.
Quando a vi do outro lado do céu me senti como se afogasse de novo
todo aquele branco e suas sombras, crateras
A Lua me puxou para dentro do mar como um espírito maligno
e eu permiti, docilmente, ser arrastado para o fundo do mar
Meu olhar ficou bem preso no céu
enquanto meu corpo descia.
Me puxava tão violentamente que a sensação me fez acordar
e quando acordei já era Sol...
O Sol.
Esquentava minha pele carinhosamente
como se banha uma flor de raios que a farão crescer
vigorosamente verde e crisálida.
Mas quando abri os olhos não pude encará-lo, apenas vi que ele brilhava
Forte e exclamativo
no céu.
Me levantei e estava deitado num pomar, veja bem
Um pomar de flores.
Não quis observar mais nada então fechei os olhos
meu corpo se derramou no gramado
como se derrama água num copo
e de olhos fechados tive este pensamento
Viu?
Parece simples.
Sallut
24.09.2013
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