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domingo, 8 de setembro de 2013

Oito Setembro.

Eu não sei se será uma tosse ou só uma bipe dizendo que há uma nova mensagem.
Algum aviso ei de vir, avisando que sua lembrança voltou aos meus pensamentos.
Não importa quanto tempo ela tenha viajado para longe, nem ao menos o que tenha feito ou conhecido por lá, ela voltou...
É só um fato. Uma lembrança. Que se vai mas retorna.
Como as ondas que encontram nossas praias. Como os raios solares.
Eu não sei o que eu quero dizer com tudo isto. Talvez em você saiba. Não importa.
Você apertaria a mão da Dor quando a esbarrasse por aí?
Você a olharia bem dentro de seus olhos e diria, prazer, este é meu nome?
Se numa noite qualquer, destas que você vai por aí em suas bandas, você se encontrasse com a Dor. O que você diria para ela a olhando nos olhos? Você a encararia nos olhos?
Garoto... você conhece a dor?

E se ela tivesse o seu rosto, seu olhar e sua cor de pele, o seu tom de voz e suas manias. E se a dor tivesse os teus pensamentos, sentisse os teus sentimentos? Se você tivesse a certeza de que a dor está ali, sempre esteve, sempre estará. Porque ela faz parte. Não tem problema.
Então você poderá apertar-lhe a mão olhando-a nos olhos e dizer-te teu nome.
Não precisará dizer mais nada. Olhe-a nos olhos e cumprimente-a. Ela é alguém que precisa passar e entende perfeitamente o que é.
A dor não é nenhuma estranha e nem inquilina indesejável.
Dor? Venha, entre por aqui... aqueça-se nas nossas banheiras frias...
Mas, se a dor vier de dentro para fora você não saberá o que dizer.
Para onde irá convidá-la a sentar-se? Que café irá oferecer-lhe?
Nada. Então a dor permanecerá. E será só ela.
Te olhando nos olhos e te fazendo sentir o que é. Te olhando nos olhos.
Apertando a sua mão e te fazendo sentir o que é. Verdadeiramente. A dor.
Então, você saberá, se há algo depois disso. Porque, ali, você a cumprimentou.
Fora uma colisão.

Mas a dor é diferente, amigo, para cada um.
As vezes ela está no despertar de cada manhã,
as vezes a dor está contida no tempo. E o tempo seja só uma fronteira. Entende?
É simples.
As vezes a dor está lá dentro, tem nome e mora bem perto da gente, pega o mesmo ônibus e às vezes até trabalha no mesmo lugar mas... é a dor. E será só ela nos próximos dias.
Eu te chamo para vir conhecer mais dela,
eu te chamo, estrangeiro, para conhecer a minha dor.
Você acha que consegue? Você acha que tem coragem?
A minha dor. Eu vos apresento. Talvez as palavras sejam poucas. Veja só

quando peguei em sua mão
senti como o brilho do céu após o longo eclipse
senti como se, depois de uma longa madrugada, eu pudesse acordar e explorar os céus
Como um novo pássaro, com novas asas
E o que eu acho de tudo isso, me sinto bem vindo
sendo estrangeiro ou não, grande ou pequeno
pesca ou pescador
Sonho ou sonhador
serei só eu nadando tranquilamente no céu.
Veja só. Com as nuvens. Com o vento.
Flutuando. Cantando alguma coisa.
Serei eu por aí esbarrando em mais outro alguém
com alguma hora conhecendo-te
E me apresentando, não como Dor.
Saudade.

É aquilo que você sente quando algo que foi bom
passou.
É quando você assume a existência de uma lembrança ou um fato
dentro de você
Que o tempo levou embora.
E que você sente saudade.
É quando todas as palavras estão vazias e o seu peito cheio
quando tudo parece mentira e tudo o que você sente é tão cheio de si.
Parece simples. Mas, como respirar
nós continuamos caminhando para algum lado
Nesta máquina.
Parados. Vazios.
Onde vamos chegar? Não sei.
Nem sei para quê vamos até lá, Onde? Não sei.
Apenas siga-me. Sigamos. Vivamos. Respiremos. Plantemos.

Sentir... sentir.... mesmo a saudade, máscara da dor... sentir... sentir... sentir....
Isso quer dizer alguma coisa para você?
A dor parece familiar aos seus olhos?
Os seus olhos conseguem imaginar alguma dor desse brilho todo?
Você consegue dar boas vindas à si mesmo por estar aqui?
Como você se sente? Amanhece um belo dia lá fora.
O Sol queima tão exuberantemente como todos os outros dias.
Então
Bem vindo
à
Maquina
do tempo.

E quando você achar que acabou
Cara, acredite em mim e preste muita atenção no que eu estou te falando
Quando você achar que acabou
feche os olhos. Preste atenção. Veja de novo.
Não é incrível?
Pois é. Mas é só isso.




Sallut
08.09.2013

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