Veja...
"...estava amanhecendo naquele dia, naquele lugar. Havia apenas nós dois. Eu vestia um sobretudo clássico dos anos 40, com um chapéu que demonstrava uma certa classe social. Ao meu lado estava ela, com um vestido vermelho e um gorro sobre a cabeça. Seus olhos eram inconfundíveis ao admirar aquele Sol naquele céu, seu toque era inconfundível. Eu me lembro perfeitamente dos meus pensamentos, podia sentir o calor de sua mão sobre meu ombro aquecendo o meu espírito com um sentimento, observávamos com atenção e esplendor algo natural que surgia todos os dias de nossas vidas. Mas aquele dia não era qualquer dia.
Estávamos caminhando de volta para A Cabana quando decidi mostrar a ela um lugar onde eu costumava realizar meus rituais de paz e pensares, era uma trilha escondida que levava até um dos pontos mais altos daquele colina. O lugar não era comum, fora feito para que nós, naquele dia, pudéssemos observar com encanto mais criações naturais do universo. Havia uma árvore que pendia para o lado e parecia quase cair, mas estava firme como uma rocha. Suas raízes saltavam do chão por não suportarem o peso daquele enorme tronco que com certeza possuía mais de 50 anos. A árvore estava ligeiramente apoiada sob uma rocha que dava o apoio necessário e ideal para que ela se mantivesse firme ao longo do tempo.
Era um campo aberto para onde olhávamos, não víamos somente o Sol havia muitas outras coisas. É um cenário que com certeza a fez se apaixonar por mim de uma maneira diferente. Ela sempre soube do meu lado que adorava brincar com as palavras e seus significados, o lado Poeta. Também conhecia o olhar de quem era humano e cometera milhares de erros ao longo da vida. Ela, sim, me conhecia.
E estávamos juntos naquele dia, naquele lugar. Neste lembrança.
A sensação que tive durante os 3 minutos que estivemos ali parados observando fez deste inesquecível. Não dizemos uma unica palavra sequer, ela não pôde desviar os olhos da paisagem. Eu olhava de canto do olho várias vezes, para flagrar o brilho em teus belos olhos castanhos, ou o sorriso formidável que se curvava em seu rosto me abençoando com um tipo de felicidade refletida. Refletida em seu sorrir.
O céu estava Azul-celeste, um que já conhecíamos. Havia uma estrela notavelmente brilhante bem perto do Sol, já era quase noite mas havia somente aquela, ambos notamos mas não dissemos nada sobre a estrela. Fingimos ou permitimos que o Sol fosse o único brilho merecedor de atenção.
Foi quando também sorri, sorrateiramente, e ela percebeu. Olhou para mim ainda sorrindo e não disse nada, virou-se de frente para mim e me abraçou. O seu silêncio e a sensação que o seu abraço me proporcionou provocou um conto. Um pensamento. Então, Imagine..."
Indiferença.
Sallut
17.01.2013

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