Tive que parar pra pensar por um instante. Depois da bronca quase perdi minha ideia no ar, mas acho que respirei fundo e a absorvi de novo. Assim.
Precisava escrever uma carta, à pessoa mais importante da minha vida. Talvez ele nunca leia, quem sabe...
A verdade é que as palavras que penso não seriam ditas com minha voz, é difícil. A verdade é que essa carta nunca chegue nas suas mãos, ao toque dos teus olhos. Queria dizer tudo o que penso em relação a... tudo, mas sei que tais palavras não seriam capazes de carregar tanta responsabilidade e importância. Por isso começo a falar sobre mim, coisa que nunca fiz e talvez nunca faça para ninguém.
Sou quieto, não preciso me colocar em alarme. O silêncio faz parte de quem eu sou pois aprendi a viver em exatidão com ele, não me ofende e nem me rebaixa. O silêncio faz o que eu não conseguiria com um ato. Dentro do silêncio sou observador, quem com os olhos tudo toca e com o pensamento se relaciona, onde coloco minha humilde e sincera opinião sem que ninguém possa por as mãos. Onde aprendo e noto sobre tudo, até as reações quânticas do universo. Talvez eu seja mesmo presunçoso por ter tanta certeza de mim mesmo. Mas também penso que se estiver errado o universo me guiará, mesmo que seja com um buraco forçando-me à reerguer com novas ideias apontando pro caminho correto.
Sou pensador e adoro pensar. Penso sobre o que vejo, as pessoas e o que elas fazem. Sobre coisas que acontecem e suas causas razões. Penso no futuro e o que ele guarda, depois de pensar no presente e saber que tudo só depende de mim. Penso em mim mesmo no meio da sociedade e em como sou, como penso. Penso no meu pensar e tento encontrar a resposta para me colocar diante do certo ou errado.
Talvez você não tenha notado, mas gosto de escrever. Escrevo já há poucos anos e acho que estou evoluindo. Não deixei de escrever por uma semana sequer. Escrevo tudo o que penso em um determinado momento, tento ser sincero para encontrar as palavras certas para me expressar com exatidão.
Mas só encontro exatidão no silêncio e ele não sei descrever. Não com palavras.
Não fora por falta de tentativas, já tentei descrever muitas coisas. Desde a minha imaginação até o meu sentir. E eu sei que tudo o que descrevo se torna real.
O meu coração não bate no meu peito, não o que eu preciso. Existe um coração que bombeia vida para o seu corpo, e outro para seu espírito. Este eu doei num ingênuo ato de amar.
Mas não me arrependo.
Também penso que amar não é errado, mesmo quando dói. Acho que amar é certo.
Independente.
Sou um romântico incorrigível. Não por filmes de romance ou livros que contam histórias de grandes casais e papo furado. Um romance como os de Shakespeare. Onde a obra transmite um sentimento que some o seu espírito com algo além de lágrimas nos olhos.
Sou grosseiro, já ouvi até estúpido. Pessoas que eu conheci lá fora realmente acham que eu sou alguém sem médias com palavras, estranho quando na verdade penso em ser poeta.
Ser poeta... isso também faz parte de quem sou. Não faço por querer nem por gozo. Faço por ser.
Talvez eu esteja dizendo muito sobre alguém que não queira se colocar à tanto, talvez você deva esperar pra degustar um pouco mais de um pensamento além da estratosfera. Se eu dizer muito posso me arrepender.
Sallut
21.01.2013
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