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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Lonely Fire.

Olha. Ignora tudo isso. Finja que não aconteceu.
Apenas...

O fogo queima. É noite. Faz frio.
Suas chamas queimam sozinhas. Não há ninguém para contemplá-las.
O que houve com seu fogo? Ele não está me aquecendo nesta noite fria.
O fogo queima. É noite e faz frio. Muito frio.
As chamas parecem azuis e ao invés de aquecer, fazem o contrário.
Não sei o motivo dessa mudança repentina. Mas a noite está tão fria hoje.
Depois que ascendi esta fogueira achei que tudo ficaria bem,
e que teria boas noites confortáveis com o corpo e o coração quente.
Acho que me precipitei. Não devia ter pensado que seria tão fácil.

O fogo queima. É noite mas está tão frio.
Demorei tanto pra conseguir algo inflamável, sabe? Algo que pudesse ser ateado à chamas
para que eu pudesse me aquecer pelo menos uma noite.
Uma noite.
Sempre ouvi ruídos suspeitos durante o breu sombrio das noites que já passei,
goteiras, passos, sussurros, mentiras.
Declarações em falso. Sim.
A noite me trouxera tudo isso. Mas eu sei. Sempre soube. Que seria assim.
A noite parece traiçoeira, agora? Agora você vê por que ascendi uma fogueira?
A cidade é fria. Os prédios são cinzas. As pessoas vazias.
Fiz esta fogueira para aquecer o meu coração gelado. Endurecido.

Quis fazer música com minha voz mas minhas cordas vocais congelaram.
Quis provocar ecos com meus pensamentos mas meus pensamentos silenciaram.
Quis tanto, tanto... e agora? Nem mesmo o fogo tenho.
Estou novamente no escuro da noite
sozinho
e sem fogo.
Talvez eu deva andar por aí, me arriscar mais algumas vezes para conseguir alguns gravetos.
Talvez eu consiga construir uma pequena cabana para ateá-la fogo. Preciso me aquecer.
Meu Deus. Onde estou? Está tão frio. Faz tão frio. Estou tão gelado.
Meu Deus. O que há? Este é um sozinho diferente de qualquer outro que já conheci.

Parece que depois daquela fogueira voltei para um frio mais intenso,
disfarcei meus sentidos ou os acostumei com uma falsa sensação de calor
agora que não posso mais iludi-los nem sei para onde olhar. Não sei para que lado ir.
Caiu chuva a última noite. Lembrei-me. Talvez tenha sido a água que apagou a minha fogueira.
A água que o céu me mandou. A mesma que mataria minha sede.
A sede.
Mas, veja só. Qual é o meu mal, afinal? É o frio
ou a sede?

Não sei. Nem quero saber. Deixei de pensar nisso.
Meu coração está gelado, meu sangue esfriou e meus pensamentos silenciaram.
Mentira. Mentira. E mentiria muitas outras vezes se tivéssemos continuado. Pois é... meu bem...
Ascendi uma fogueira mas ela apagou. Tudo bem. Tudo bem...
O tempo está passando tão rápido que, veja, já estou aqui novamente tentando te dizer outra coisa.
As linhas estão brancas, cheias de palavras vazias. Estou tentando me expressar.
Quero tirar este sentimento que tem dentro de mim,
poderia expulsá-lo em forma de lágrimas,
gritos,
esperneio,
música, poema, poesia. Arte.
Poderia dançar a noite em Londres na chuva, e o que seria de mim pela manhã?
Só um corpo com um coração frio. Gelado.
Óh...

Eu queria pedir perdão, esta noite, amor
por ser tão estúpido, grosseiro e impetuoso com você.
Sei que sou um mar de confusões e confissões.
Talvez um mar de espinhos onde encontra-se algumas rosas.
Mas eu posso, sim, te fazer feliz. Sabia?
Mas, isso me faria feliz? Te fazer feliz.
Não sei. Me diga você. Seria minha?
Mas, se fosse minha, seria sincera?
Risos.
Mas, me responda, sincera como têm sido
ou,
sincera?

Sabe, não importa o que você será.
Tenho algo no meu peito, no meu coração
sinto isso tão intensamente que está começando a afetar quem eu sou. Sempre foi assim.
Trarei sorrisos. Trarei poemas em improvisos. Mas você não enxergará nada
porque eu mesmo taparei os seus olhos
e ficarei furioso por você não conseguir enxergar.
A culpa é toda minha. Me perdoe.
Não queria carregá-lo de tristeza, mas este é o meu pensamento para esta noite. Outro pedido de perdão.
E, agora
um Boa noite. Outro...




Sallut
30.08.2013

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