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terça-feira, 25 de março de 2014

Outro tijolo no muro.

Tem alguém andando em passos sorrateiros lá fora.
Tem alguém lá fora que não quer ser percebido.
Tem alguém do outro lado da parede que acha que eu não o notei.

Aqui dentro minha insônia me dá avisos,
me reviro na cama como um condenado à prisão perpétua.
O sono não me vem convidativo, o cansaço me vem destrutivo,
meus olhos sangram quando os abro com coceira.
Meu violão está encostado na cadeira pronto para ser meu melhor amigo, de novo...

"...pegue minha mão, pegue este dinheiro, entre naquele carro e desapareça daqui..."

Alguns conselhos nos arrependemos por não escutar.
Eu tenho um livro negro que guarda minhas lembranças, e lá moram sorrisos que me trazem lágrimas.
Desapontei meus próprios sonhos. O céu azul que eu tinha virou um amarelo cor de maracujá,
mentiras vermelhas, como maçãs, amadureceram enquanto os segundos passaram me levando pro futuro.
E cada um de nós em sua casa pensando em como seria a vida se pudéssemos mudar tudo com um gesto,
eu juro que tentei pegar o telefone e ligar pra você. Quando ainda havia tempo. Mas quando eu tive coragem de fazê-lo não havia ninguém em casa.
Você precisou de muito tempo para se desligar totalmente de mim,
então em outro segundo eu volto, simplesmente, querendo mudar tudo, de novo...
Trazendo problemas novos para sua mente preocupada de mais com a vida.
Eu tenho força para fazer meu coração que mora em você acordar. Me deixe olhar-te nos olhos e verás... eu não minto pra você.

Oh, querida... por que você não atendeu o telefone?
Porque não havia ninguém em casa.
Oh, querida...
E agora calço minhas botas tristemente caminhando trilhas sem você ao meu lado.
Mas eu sei que algum dia terei seu sorrir brilhando ao meu lado, mesmo que não seja para mim.
O que me importa é vê-la sorrir, já havia dito anteriormente.
Verá. Verá.
Que o que eu digo não são somente e apenas palavras.
Verá. Verá.
Que o que eu sinto é mais verdadeiro e puro do que consigo dizer.
Verá. Verá.
Que quando paro pra escrever uma patrulha de baterias ensurdecem-me o coração
e não consigo pensar em mais nada além dos pensamentos que me levam para minha antiga casa.
A verdade é são apenas lembranças e já não tenho mais um lar,
mas gosto do som dessas baterias ensurdecendo-me. Me sinto, de alguma forma, vivo...





Sallut
25.03.2014

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