...aí voltei pra dentro de casa
os ventos preenchiam minha alma como a certeza de uma felicidade.
Meu coração voltou diferente, parecia mais enérgico e o sangue fluía.
Senti como se pudesse ir voando a Faculdade. Nada de ônibus.
Então decidi ouvir o sir Galway e ele me levou a outro horizonte...
Senti que podia alcançar o incrível lado do céu que é como o mar,
longe tudo, inacessível para os que estão acorrentados ao corpo. Lugar apenas para a mente.
Lá nadávamos na cidade como barcos nadam nos rios de Veneza
cada um com seu subconsciente viajando pelas esquinas de uma encantadora cidade flutuante,
enquanto nossos passos escorregavam de um pensamento a outro
esbarrávamos nossas ideias e uníamos como em um só
por um momento senti que fui dominado por algum tipo de sentimento.
Algo tranquilo que desliza penetrando fibra por fibra como o som de uma Flauta
para dentro da mente e do coração... do espírito...
E antes de percebermos que nos esbarramos já éramos outro tipo de consciência,
diferente da que éramos antes, comouma mistura.
Não houve sorrir, não houve olhar, houve apenas o conflito de ideias. A mistura.
Enquanto continuávamos o nado em lados opostos com objetivos diferentes
pensávamos o dia inteiro no que poderia estar acontecendo lá fora, em outras superfícies...
Sallut
28.08.2014
Pesquisa !
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Vai comer? Preciso guardar.
Afogado
no fracasso de ser
o romântico fodido.
Atolado
no entulho que há
em ter um amor bêbado e vadio.
Mas se não tivesse amado de forma tão intensa
jamais teria sofrido o abismo que existia
no jejum de alguém que não comeu durante todo o dia.
E enquanto mudam as faixas, trocam-se os vinis,
o mesmo amor perpetua.
O mesmo romantismo afogado, atolado e fodido.
E n'outra manhã que amanhecer saberei que meu Amor está por aí
talvez em algum bar ou na cama de outro alguém.
Talvez saltitando no prazer de um ninguém.
Não teria sentido toda esta poesia
se antes desta não houvesse alegria.
Alegria passageira, alegria derradeira.
Um quadro tem de haver montanhas cinzas
mas logo acima das montanhas
há o céu de brancas listras lisas.
Uma vida tem de haver o romance da adolescência.
Uma poesia tem de haver o brilho da inocência.
As palavras tem de guardar o segredo e a indecência.
Mas o Amor que inspira as palavras, Ah... Este...
este é que leva consigo a minha essência.
Sallut
25.08.2014
Morfina, For The Last Time.
Quantas manhãs acordei
desejando que fosse
a última vez.
E então outra manhã chegou
e o mesmo pensar que me acordou.
Que seja pela última vez.
Você queria que eu estivesse errado,
adoraria ouvir sua própria música sendo cantada por mim
na porta da sua casa sem ter que ir embora depois.
Você deu sua última volta no meu coração,
mostrou a si mesmo a janela de saída. Preferiu pulá-lá ao sair pela porta.
Quis não me importar, pela última vez.
Mas logo terei outra manhã.
Você escolheu o momento certo para começar o seu jogo
de solitário, de explosões... por mais uma vez.
Eu não voltaria para dizer que você me pôs no chão,
pela última vez.
E quando levantei-me do chão quis apenas ir embora.
E fui.
Não há nenhum outro caminho que me faça esquecer todos os outros que já trilhei.
Não há nenhuma canção que me faça sentir melhor em uma manhã por uma última vez.
Não há nenhuma agulha afiada que possa perfurar o balão de pedra que se preencheu nesta música.
E você entenderia se não estivesse tão bêbado de si mesmo
entenderia se não tivesse usado as seringas pra injetar A Cura pra Dor.
Sallut
25.08.2014
desejando que fosse
a última vez.
E então outra manhã chegou
e o mesmo pensar que me acordou.
Que seja pela última vez.
Você queria que eu estivesse errado,
adoraria ouvir sua própria música sendo cantada por mim
na porta da sua casa sem ter que ir embora depois.
Você deu sua última volta no meu coração,
mostrou a si mesmo a janela de saída. Preferiu pulá-lá ao sair pela porta.
Quis não me importar, pela última vez.
Mas logo terei outra manhã.
Você escolheu o momento certo para começar o seu jogo
de solitário, de explosões... por mais uma vez.
Eu não voltaria para dizer que você me pôs no chão,
pela última vez.
E quando levantei-me do chão quis apenas ir embora.
E fui.
Não há nenhum outro caminho que me faça esquecer todos os outros que já trilhei.
Não há nenhuma canção que me faça sentir melhor em uma manhã por uma última vez.
Não há nenhuma agulha afiada que possa perfurar o balão de pedra que se preencheu nesta música.
E você entenderia se não estivesse tão bêbado de si mesmo
entenderia se não tivesse usado as seringas pra injetar A Cura pra Dor.
Sallut
25.08.2014
sexta-feira, 22 de agosto de 2014
Embriagado de Silêncio.
...e das bombas que explodem no mundo
mantenho preso e intacto no túmulo
meu romance cinza e abafado
de um coração afogado.
Já não há tantos motivos
do que céus ou sorrisos
falsos e antigos
congelados no limbo.
E o amor? Você não disse que valia a pena? Não parece agora que vejo sua carne corroer arrependimento de ter se metido com isto. Achou que o romance iria curá-lo e sustentar o corpo que você acredita não precisar manter vivo. Você é quase que uma piada, se não fosse tão trágica a história.
E enquanto puderes enxergar verás os céus e as estrelas, em certas noites terás Lua. Mas jamais terá um braço confiável e cama terna para se aquecer da chuva de ácido seco.
Talvez arrumar um emprego, me meter numa casa de aluguel, ser auto-suficiente. Pensamentos limitados. Você adoraria pular de asa delta. Isto também é uma tristeza.
E as pedras que eu atiro no lago jamais retornam ecos tão doloridos que açoitassem o mais profundo do meu eu quanto o amor perdido. Já não faz sentido nenhum verso instigado a lagrima.
E por mais triste que possa ser este sangue morto suprimido
O coração dispõe pulsações para animar todo o corpo.
Sallut
22.08.2014
mantenho preso e intacto no túmulo
meu romance cinza e abafado
de um coração afogado.
Já não há tantos motivos
do que céus ou sorrisos
falsos e antigos
congelados no limbo.
E o amor? Você não disse que valia a pena? Não parece agora que vejo sua carne corroer arrependimento de ter se metido com isto. Achou que o romance iria curá-lo e sustentar o corpo que você acredita não precisar manter vivo. Você é quase que uma piada, se não fosse tão trágica a história.
E enquanto puderes enxergar verás os céus e as estrelas, em certas noites terás Lua. Mas jamais terá um braço confiável e cama terna para se aquecer da chuva de ácido seco.
Talvez arrumar um emprego, me meter numa casa de aluguel, ser auto-suficiente. Pensamentos limitados. Você adoraria pular de asa delta. Isto também é uma tristeza.
E as pedras que eu atiro no lago jamais retornam ecos tão doloridos que açoitassem o mais profundo do meu eu quanto o amor perdido. Já não faz sentido nenhum verso instigado a lagrima.
E por mais triste que possa ser este sangue morto suprimido
O coração dispõe pulsações para animar todo o corpo.
Sallut
22.08.2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Sabe a quem.
Você sabe que eu tenho o amor
você sabe que amarei o amor.
Você sabe que eu amo amar
você sabe que amarei pra sempre.
Mas não por isto, aquilo ou outro
você gosta é dos meus transtornos.
Gosta da gota que pinga de sangue
de um coração morto mas cintilante.
Você não quer mais saber de mim
já não te importa minha rosa, jasmim.
Pois meu Jardim hoje é todo cinza
Asfaltei, transformei em Avenida.
Trancafiei meus pensamentos teus
Amordacei saudades tuas.
Saí bêbado descalço a noite
perdido e sem casa pelas ruas.
Não faz sentido voltar pra ti
com Lennon cantando por nós,
se minha vitrola não alcançá-la
é melhor enterrá-la.
Sallut
21.08.2014
você sabe que amarei o amor.
Você sabe que eu amo amar
você sabe que amarei pra sempre.
Mas não por isto, aquilo ou outro
você gosta é dos meus transtornos.
Gosta da gota que pinga de sangue
de um coração morto mas cintilante.
Você não quer mais saber de mim
já não te importa minha rosa, jasmim.
Pois meu Jardim hoje é todo cinza
Asfaltei, transformei em Avenida.
Trancafiei meus pensamentos teus
Amordacei saudades tuas.
Saí bêbado descalço a noite
perdido e sem casa pelas ruas.
Não faz sentido voltar pra ti
com Lennon cantando por nós,
se minha vitrola não alcançá-la
é melhor enterrá-la.
Sallut
21.08.2014
domingo, 17 de agosto de 2014
Tambourin.
...foi um caminho que não tinha sequer planejado,
a vida foi desembaraçando e desenrolando os quebrados e emaranhados,
até perceber que a esquina onde nos encontramos foi a lembrança que perpetuou na minha memória
de quando a conheci e a vi pela primeira vez.
Nenhum instinto poderia aconselhar-me a simplesmente tomar o rumo da esquerda, ao invés da direita.
Como se os sentidos não precisassem ser fixos e previamente determinados.
Mas aí você se pega olhando pro nada, observando que está acontecendo, afinal.
E percebe que nada acontece. Além do tempo que passa interruptivamente bagunçando os fatos...
E enquanto volta pra casa, cheio de calma, percebe que as três ruas que precisa subir são só aquelas de sempre. As três ruas da antiga vizinhança onde cresci.
E sempre observava os bares, os comércios e as pessoas mesmas que sempre passam por aí.
O tempo vai trazendo novas perspectivas de enxergar o mesmo amanhecere de Domingo.
O tempo vai levando velhas maneiras viciadas de sentir as notas de uma antiga playlist.
É quando percebemos que não falta nada
além daquilo que lhe trás a paz.
Mas encontra um dilema: Paz ou Felicidade.
Onde vivemos, afinal?
Sei que você quer chegar em algum lugar e podemos fazê-lo juntos,
mas só se estiveres por mim enquanto eu estiver por ti. Juntos.
Porque é um caminho de muita cafeína. Caminho Negro.
Onde precisamos estourar correntes para conseguir levantar às manhãs
e continuar trabalhando firme e docilmente no empenho que nos muda a vida.
Motivados pela melhora individual que é cada dia de trabalho.
Não pelo avanço tecnológico, não pela indústria automobilística...
por princípios e ideias dignos a valores humanitários básicos de existência humana.
Precisamos de uma nova estrada de rodagem
para transportar nossa mão-de-obra, nossa produção, para alimentarmos nosso próprio Mercado,
mas não pela ganância de enriquecer,
mas pela vontade exacerbada de libertar-se da repressão e exploração.
Mas da mesma forma como começou
terminamos sem um sentido que diga algum...
Sallut
17.08.2014
terça-feira, 12 de agosto de 2014
Nova Lua Cheia.
Óh, Lua.
Minha Lua.
Repousa sozinha neste vasto céu.
Óh, Lua.
Só ti, Lua,
pra ter consigo um palco como o céu.
E no fim do meu dia, cansado,
poderei olhá-la com desalento e preguiça, olhos ardendo,
encontrar em ti um motivo de ir dormir pra outro dia acordar.
Dias de luta, dias de guerra...
E por onde passamos, neste bairro antigo onde cresci,
posso encontrar doces lembranças que apertam meu coração em saudade.
Digo tudo bem. Digo tudo em paz.
com o Admirável Mundo Novo em mãos eu desço a rua...
Óh, Lua.
Minha Lua.
Tem pra ti o céu inteirinho sem uma nuvem sequer.
Óh, Lua.
Só ti, Lua,
pra me inspirar uma prosa meio ao mal me quer.
Sallut
12.08.2014
Minha Lua.
Repousa sozinha neste vasto céu.
Óh, Lua.
Só ti, Lua,
pra ter consigo um palco como o céu.
E no fim do meu dia, cansado,
poderei olhá-la com desalento e preguiça, olhos ardendo,
encontrar em ti um motivo de ir dormir pra outro dia acordar.
Dias de luta, dias de guerra...
E por onde passamos, neste bairro antigo onde cresci,
posso encontrar doces lembranças que apertam meu coração em saudade.
Digo tudo bem. Digo tudo em paz.
com o Admirável Mundo Novo em mãos eu desço a rua...
Óh, Lua.
Minha Lua.
Tem pra ti o céu inteirinho sem uma nuvem sequer.
Óh, Lua.
Só ti, Lua,
pra me inspirar uma prosa meio ao mal me quer.
Sallut
12.08.2014
quinta-feira, 7 de agosto de 2014
Céu de Veneza.
Moça
Moça que surgiu
me encantou, levou consigo o meu eu.
Deixou dóceis lembranças para não te esquecer.
As ruas de Veneza jamais tiveram tanta alegria.
O caminhar colorido do vestido daquela Moça
alegrava até os velhos rabugentos sobreviventes da grande Guerra.
Ela sempre olhava para a Varanda que o menino tocava sua gaita
que gritava seu romance pra toda Veneza através de sopros.
Um sorriso gentil lhe inspirava toda vez que a Moça passava
e era uma longa tarde de declarações de amor em forma de notas,
em forma de sopros. Pra uma Moça de vestido nas ruas de Veneza.
E durante as noites as estrelas lhe serviam consolo
pois sabiam que seu coração, menino jovem e apaixonado,
jamais desceria da Varanda para cumprimentá-la como Moça.
Mas a Gaita, logo cedo, despertava a todos.
Até que a Moça também ouvira e vinha com seu vestido... cor de Sol...
Parecia tão mais feliz que a história de todo romance que já existiu,
foi diretamente a janela da Gaita.
Sentou-se e ouviu.
Sem sorrir, sem intenções. Séria pôs-se a ouvir.
E ouviu. Até o fim. Ao último sopro.
Foi quando sentiu dentro de seu coração alegre que a alegria ainda estava para lhe encontrar
e que o Sol não iria se pôr naquele dia
pois acabara de encontrar seu céu para brilhar.
Sallut
07.08.2014
Moça que surgiu
me encantou, levou consigo o meu eu.
Deixou dóceis lembranças para não te esquecer.
As ruas de Veneza jamais tiveram tanta alegria.
O caminhar colorido do vestido daquela Moça
alegrava até os velhos rabugentos sobreviventes da grande Guerra.
Ela sempre olhava para a Varanda que o menino tocava sua gaita
que gritava seu romance pra toda Veneza através de sopros.
Um sorriso gentil lhe inspirava toda vez que a Moça passava
e era uma longa tarde de declarações de amor em forma de notas,
em forma de sopros. Pra uma Moça de vestido nas ruas de Veneza.
E durante as noites as estrelas lhe serviam consolo
pois sabiam que seu coração, menino jovem e apaixonado,
jamais desceria da Varanda para cumprimentá-la como Moça.
Mas a Gaita, logo cedo, despertava a todos.
Até que a Moça também ouvira e vinha com seu vestido... cor de Sol...
Parecia tão mais feliz que a história de todo romance que já existiu,
foi diretamente a janela da Gaita.
Sentou-se e ouviu.
Sem sorrir, sem intenções. Séria pôs-se a ouvir.
E ouviu. Até o fim. Ao último sopro.
Foi quando sentiu dentro de seu coração alegre que a alegria ainda estava para lhe encontrar
e que o Sol não iria se pôr naquele dia
pois acabara de encontrar seu céu para brilhar.
Sallut
07.08.2014
O Salão de 1925.
"O salão não era tão grande mas tinha espaço o suficiente para nos permitir a mais bela noite do frio de Agosto. Havia um piano de calda e a minha gaita diatônica, sem dúvida em si. Você, sentada no piano com aquele vestino cumprido, a boneca pinup de cabelos negros que deveria estar ali. O piano, tão docilmente cantava o romance que ardia somente em nossos corações. Da nota mais baixa a mais alta. Seus olhos me olhavam com a certeza de que queriam morar em mim. Então a música nos conduziu a todos os cantos do pequeno salão suficiente. Seu corpo girava enquanto suas mãos confiantes e tranquilas repousavam sobre as minhas, que te fazia suar por dentro por não imaginar onde iríamos parar.
Talvez o gosto dos seus lábios desse a reposta pra pegunta de alguma dessas mentes.
Mas me sentia mais inspirado a cada rodopio que você dava pelo salão, pois tinha cada vez mais certeza de que sua mão estaria colada à minha confiante, sem hesitar uma única vez de querer estar ali.
Não tínhamos uma rosa, não tínhamos o Whisky nem o charuto Cubano. Tínhamos apenas nossos corpos alinhados numa frequência que curiosamente se desejava de uma forma arrepiadora e perigosa.
Até que o cenário quis nos levar ao mais tranquilo, ao mais dócil, ao mais romântico. Toda a chama apagou como se o frio de Agosto houvesse castigado. Movimentos curtos e intensos, seus pés e pernas colados ao meu corpo seguiam-me por onde quer que fosse. Seu olhar fixo encarava meu eu perguntando-se de onde viera tamanho desejo. Enquanto eu recuava você seguia colada em mim. Enquanto tentava recuar a perseguia com sua cintura nas mãos sob meu domínio. E era este o jogo. O Domínio e a Confiança.
O romance da dança era só ilustrativo e sabíamos disso. Por isso o piano e tudo o mais.
Mas quem poderia entender se numa noite fria como essa tudo o que há são passos curtos e intensos num salão?
Talvez se voltássemos à nossa época de ouro onde os músicos respiravam nosso ar,
onde os artistas andavam em nossas ruas,
Óh, época de ouro, que toda geração quer reviver novamentem
os fulgores e esplendores jamais desaparecerão da história.
Mas não obstante, meu bem.
Sua perna é capaz de subir e apoiar em meu ombro, encara-me com o corpo colado no meu, olhando-me fixamente nos olhos. É quando as coisas acontecem..."
Sallut
07.04.2014
Talvez o gosto dos seus lábios desse a reposta pra pegunta de alguma dessas mentes.
Mas me sentia mais inspirado a cada rodopio que você dava pelo salão, pois tinha cada vez mais certeza de que sua mão estaria colada à minha confiante, sem hesitar uma única vez de querer estar ali.
Não tínhamos uma rosa, não tínhamos o Whisky nem o charuto Cubano. Tínhamos apenas nossos corpos alinhados numa frequência que curiosamente se desejava de uma forma arrepiadora e perigosa.
Até que o cenário quis nos levar ao mais tranquilo, ao mais dócil, ao mais romântico. Toda a chama apagou como se o frio de Agosto houvesse castigado. Movimentos curtos e intensos, seus pés e pernas colados ao meu corpo seguiam-me por onde quer que fosse. Seu olhar fixo encarava meu eu perguntando-se de onde viera tamanho desejo. Enquanto eu recuava você seguia colada em mim. Enquanto tentava recuar a perseguia com sua cintura nas mãos sob meu domínio. E era este o jogo. O Domínio e a Confiança.
O romance da dança era só ilustrativo e sabíamos disso. Por isso o piano e tudo o mais.
Mas quem poderia entender se numa noite fria como essa tudo o que há são passos curtos e intensos num salão?
Talvez se voltássemos à nossa época de ouro onde os músicos respiravam nosso ar,
onde os artistas andavam em nossas ruas,
Óh, época de ouro, que toda geração quer reviver novamentem
os fulgores e esplendores jamais desaparecerão da história.
Mas não obstante, meu bem.
Sua perna é capaz de subir e apoiar em meu ombro, encara-me com o corpo colado no meu, olhando-me fixamente nos olhos. É quando as coisas acontecem..."
Sallut
07.04.2014
Ventos de Sopro.
...as muralhas da cidade antiga continham a curiosidade de muitos cidadãos, não a minha. Olhava de cima da montanha o que o mundo escondia em suas entranhas, enxergava um imenso azul que não me dava uma dica sequer pra onde iria. A flauta e a gaita. Os ventos. Estiveram comigo. Estão comigo. Vão comigo. São eu.
...mas você me perguntou um dia se eu iria com você pra onde fosse.
Sim, eu vou! Sim eu iria! Pra qualquer lugar que escolhesse... sim...
Mas acabei por perder o sonho
como soltar um laço no mar
e jamais vê-lo novamente.
Acabei por tentar rever o mesmo riso,
mas depois que o Sol já tinha ido embora. O sol já se foi...
Eu piloto minha mente pelos meus pensamentos.
Sim, eu piloto. E desvio de obstáculos! Escolhi assim... sim...
E eu queria poder olhá-la nos olhos e dizer:
Eu iria como um laço no oceano
em direção às suas ondas. Eu iria pra qualquer lugar que fosse
nas ondas do seu oceano... como um laço... Óh, sim.
Eu tento encontrar motivos pra não perder a lucidez nas ruas.
Sim, eu tento. Tento procurar. Mas encontro só motivos vazios.
Eu fui em direção à banca que vendia perdão, cumprimentei com um sorriso gentil.
Mas não havia figurinhas nem jornal naquela banca. Quem dirá perdão.
Perdão pra quem deixou o Sol partir. Óh, sim...
Eu piloto minha mente em meio a esses fatos.
Ah, piloto sim. É minha única escolha diante do mundo.
E mesmo os buracos e má vontade dos outros que pilotam por aí
eu tenho continuado o meu caminho com muita atenção.
Óh, sim.
Sallut
07.08.2014
terça-feira, 5 de agosto de 2014
Expansionismo limitado.
Tinha me convidado para uma dança
mas estava sem trajes de salão.
Estava vestido apenas de bermuda e regata, descalço.
Meus olhos levavam a certeza que tinha de alcançar os ecos já libertados.
Um concerto de assovio ou de flauta,
gaita ou saxofone,
a música tem residência em mim.
Tem moradia, tem lar, tem estadia.
Aqui, pra ela, só não tem pousada.
Não aceito que vá embora sem deixar-me lembranças.
E enquanto se for observarei até sumir no horizonte,
quando for noite ascenderei uma vela
ela derreterá levando pra ti o vento com minhas orações.
eu estava de olhos fechados
mas podia sentir a sensação de seu espírito ao ouvir minha flauta cantar
cada nota que a atingia arrepiava um canto de seu eu desconhecido.
Parecia que explorava-lhe o corpo pela primeira vez, através de ruídos
provocados por uma flauta transversa de maneira inesperada.
Tinha muito tempo para dizer à ela o que achava disso tudo
mas limitei-me a dizer só aquilo...
Sallut
05.08.2014
mas estava sem trajes de salão.
Estava vestido apenas de bermuda e regata, descalço.
Meus olhos levavam a certeza que tinha de alcançar os ecos já libertados.
Um concerto de assovio ou de flauta,
gaita ou saxofone,
a música tem residência em mim.
Tem moradia, tem lar, tem estadia.
Aqui, pra ela, só não tem pousada.
Não aceito que vá embora sem deixar-me lembranças.
E enquanto se for observarei até sumir no horizonte,
quando for noite ascenderei uma vela
ela derreterá levando pra ti o vento com minhas orações.
eu estava de olhos fechados
mas podia sentir a sensação de seu espírito ao ouvir minha flauta cantar
cada nota que a atingia arrepiava um canto de seu eu desconhecido.
Parecia que explorava-lhe o corpo pela primeira vez, através de ruídos
provocados por uma flauta transversa de maneira inesperada.
Tinha muito tempo para dizer à ela o que achava disso tudo
mas limitei-me a dizer só aquilo...
Sallut
05.08.2014
Assinar:
Comentários (Atom)