Tinha me convidado para uma dança
mas estava sem trajes de salão.
Estava vestido apenas de bermuda e regata, descalço.
Meus olhos levavam a certeza que tinha de alcançar os ecos já libertados.
Um concerto de assovio ou de flauta,
gaita ou saxofone,
a música tem residência em mim.
Tem moradia, tem lar, tem estadia.
Aqui, pra ela, só não tem pousada.
Não aceito que vá embora sem deixar-me lembranças.
E enquanto se for observarei até sumir no horizonte,
quando for noite ascenderei uma vela
ela derreterá levando pra ti o vento com minhas orações.
eu estava de olhos fechados
mas podia sentir a sensação de seu espírito ao ouvir minha flauta cantar
cada nota que a atingia arrepiava um canto de seu eu desconhecido.
Parecia que explorava-lhe o corpo pela primeira vez, através de ruídos
provocados por uma flauta transversa de maneira inesperada.
Tinha muito tempo para dizer à ela o que achava disso tudo
mas limitei-me a dizer só aquilo...
Sallut
05.08.2014
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