Moça
Moça que surgiu
me encantou, levou consigo o meu eu.
Deixou dóceis lembranças para não te esquecer.
As ruas de Veneza jamais tiveram tanta alegria.
O caminhar colorido do vestido daquela Moça
alegrava até os velhos rabugentos sobreviventes da grande Guerra.
Ela sempre olhava para a Varanda que o menino tocava sua gaita
que gritava seu romance pra toda Veneza através de sopros.
Um sorriso gentil lhe inspirava toda vez que a Moça passava
e era uma longa tarde de declarações de amor em forma de notas,
em forma de sopros. Pra uma Moça de vestido nas ruas de Veneza.
E durante as noites as estrelas lhe serviam consolo
pois sabiam que seu coração, menino jovem e apaixonado,
jamais desceria da Varanda para cumprimentá-la como Moça.
Mas a Gaita, logo cedo, despertava a todos.
Até que a Moça também ouvira e vinha com seu vestido... cor de Sol...
Parecia tão mais feliz que a história de todo romance que já existiu,
foi diretamente a janela da Gaita.
Sentou-se e ouviu.
Sem sorrir, sem intenções. Séria pôs-se a ouvir.
E ouviu. Até o fim. Ao último sopro.
Foi quando sentiu dentro de seu coração alegre que a alegria ainda estava para lhe encontrar
e que o Sol não iria se pôr naquele dia
pois acabara de encontrar seu céu para brilhar.
Sallut
07.08.2014
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