a vida foi desembaraçando e desenrolando os quebrados e emaranhados,
até perceber que a esquina onde nos encontramos foi a lembrança que perpetuou na minha memória
de quando a conheci e a vi pela primeira vez.
Nenhum instinto poderia aconselhar-me a simplesmente tomar o rumo da esquerda, ao invés da direita.
Como se os sentidos não precisassem ser fixos e previamente determinados.
Mas aí você se pega olhando pro nada, observando que está acontecendo, afinal.
E percebe que nada acontece. Além do tempo que passa interruptivamente bagunçando os fatos...
E enquanto volta pra casa, cheio de calma, percebe que as três ruas que precisa subir são só aquelas de sempre. As três ruas da antiga vizinhança onde cresci.
E sempre observava os bares, os comércios e as pessoas mesmas que sempre passam por aí.
O tempo vai trazendo novas perspectivas de enxergar o mesmo amanhecere de Domingo.
O tempo vai levando velhas maneiras viciadas de sentir as notas de uma antiga playlist.
É quando percebemos que não falta nada
além daquilo que lhe trás a paz.
Mas encontra um dilema: Paz ou Felicidade.
Onde vivemos, afinal?
Sei que você quer chegar em algum lugar e podemos fazê-lo juntos,
mas só se estiveres por mim enquanto eu estiver por ti. Juntos.
Porque é um caminho de muita cafeína. Caminho Negro.
Onde precisamos estourar correntes para conseguir levantar às manhãs
e continuar trabalhando firme e docilmente no empenho que nos muda a vida.
Motivados pela melhora individual que é cada dia de trabalho.
Não pelo avanço tecnológico, não pela indústria automobilística...
por princípios e ideias dignos a valores humanitários básicos de existência humana.
Precisamos de uma nova estrada de rodagem
para transportar nossa mão-de-obra, nossa produção, para alimentarmos nosso próprio Mercado,
mas não pela ganância de enriquecer,
mas pela vontade exacerbada de libertar-se da repressão e exploração.
Mas da mesma forma como começou
terminamos sem um sentido que diga algum...
Sallut
17.08.2014
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