Nesta manhã acordei diferente, sentindo o meu corpo fraco e a sensação do vazio maior. Tentei procurar pensamentos que me confortassem, ou um raciocínio que me espancasse de verdades. Durante todo o ano estive com a mesma expressão sorrindo pelas mesmas coisas, fora da realidade pelos mesmos motivos, pouca coisa mudou. Tudo o que mudou é que você saiu e levou consigo tudo o que havia de bom e importante.
Me sentia num solitário esquecido e não era atoa, realmente estou. Presenteei meus sentimentos à prisão e agora estão atrás das grades. A liberdade não consta sem sorrir, sem felicidade.
Eu queria poder não cometer erros, queria ser como as pessoas ao meu redor, "normais". Mas não sou. Sou assim, diferente. Estranho. Pelo fato de ver o mundo da minha maneira, de apreciar o sofrimento com esperança de seu fim.
Me lembro de Sarayu quando cultivava o mar de rosas que havia em Mack, me lembro da oficina e o que significava tudo aquilo. Eu me lembro e acredito que Sarayu pode mexer no meu mar de rosas também.
Mas as vezes me sinto um tolo por pensar na vida como penso, ver o mundo como vejo, amar como amo. As vezes o vazio toma conta e a fé se torna quase inexistente, as vezes acho que sendo como sou sempre estarei sozinho e pensativo.
São momentos em dias como no nove de outubro que eu descubro outro caminho e tenho a escolha...
Eu não queria ser normal. Nasci louco e me desconfigurei com o passar do tempo, me apaixonei, me entreguei. Amei. Agora sou um insano Malkaviano que guarda um Poeta dentro de si com o psicológico abalado.
Não houve um dia sequer que meus pensamentos não lembraram de você. Isso não é uma declaração é uma confissão.
No dia 21 de abril de 2012. Quando saímos ambos por aquele portão você subiu para sua casa e eu desci a rua. Me sentei numa mureta e fiquei ali até anoitecer sem dizer uma única palavra, só observando e pensando sobre as coisas, sobre o que acabara de acontecer. Foi naquele dia que te perdi. Sim eu sei. Então comecei a me afastar até que desapareci de seus dias e você dos meus, e ficou assim durante meses.
Cada dia que passava me dava a certeza de que eu ainda amava. E foi alguns dias depois que você deu o seu próximo passo, talvez por necessidade como dissera. Foi apenas o primeiro andar do calabouço em que eu estava caindo.
O tempo continuou passando, vivi meus dias e fiz meus afazeres. Tentei superar um amor que nunca esqueci, nunca deixei de sentir. Tentei esquecer de alguém que nunca nem sequer deixei de pensar. E agora estou aqui.
Queria me expressar com palavras ditas pela minha voz enquanto meus olhos encaravam os teus fixamente. Talvez eu seja um covarde que se esconda atrás de palavras, um talvez... Talvez depois de ler este aqui eu não precise nunca mais dirigir uma palavra à você, talvez sejam realmente detalhes feitos à lápis.
Eu queria poder ver o seu rosto agora, queria poder observar enquanto seus olhos passeiam linha por linha concentrada querendo descobrir o que eu quero com tudo isso. E enquanto escrevo imagino que esteja pensando se está perdendo tempo, creio que não. Mas isso não servirá de nada para ninguém.
Sabe... tem muitas coisas que eu gostaria de dizer mas não é preciso que eu fale de todas elas, não importam. Já roubei muito da sua atenção.
Eu só queria te falar que, infelizmente por mais tristonho e poético que soe, eu te amei mesmo sem te ver, sem te ouvir ou saber de você, amei por simplesmente amar. Porque amei outro dia.
Você deveria saber... sou uma criança que sabe falar e sentir como ninguém, mas ainda tanto pra aprender...
O dia de nove de Outubro me deu isto, e a você apenas um texto.
Sallut
09.10.2012
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