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quarta-feira, 17 de outubro de 2012

O Despertar

Não sei. É isso.
Acordei pela manhã perdido e confuso. Meus olhos se abriram lentamente e a primeira coisa que vi foi o brilho do Sol nascendo bem na minha frente, estava sentado de frente para uma janela que dava para um campo enorme cheio daquele verde vívido. Não entendi muito bem achei que tinha adormecido, não me lembro quando e nem onde, mas aqui estou. Olhei em voltar e vi que estava em um quarto simples e pequeno, havia um quadro na parede à minha direita e uma cama, só. Sentado na cama havia um homem de cabelos grisalhos com um olhar fixo em mim, quando o notei abriu-se um sorriso doce e gentil em sua face. Olhei em seus olhos e me senti como se aquele olhar me conhecesse há muito muito tempo, mas não me recordava. O sorriso que me surgiu logo em seguida retribuiu-se sem que eu ao menos tivesse intenção. Ele não disse nada. Ficamos alguns minutos ali sentados enquanto observava o campo, ouvi ele se levantar e caminhar até meu lado pousando sua mão direita sob meu ombro esquerdo. Quando sua mão me tocou senti segurança, conforto, confiança. Naquele momento o olhei nos olhos e senti que nos entendíamos e que ele sabia o que eu era e o que estava sentindo naquele momento.
Antes de dizer qualquer coisa comecei a chorar descontroladamente. Soluçava enquanto tentava respirar de uma forma que não me engasgasse com as lágrimas. Nem sabia o porquê de estar chorando, apenas sentia as lágrimas escorrendo como um banho encharcando todo a minha camiseta.
- Não se preocupe em chorar, não se preocupe em parecer fraco. _disse com um tom calmo e reconfortante, sua voz fez meu choro cessar como se me desse a resposta ou a verdade que me libertara do motivo de continuar chorando.
Fiquei em silêncio apenas tentei acompanhar e compreender aquele momento.
- Você sabe o que está fazendo aqui hoje? _agachou-se do meu lado ainda com a mão em meu ombro. - Você está aqui hoje para mudar o mundo...
O olhei fixamente desesperado, assustado.
- ...e você pode chorar a vontade. _abriu um sorriso largo e divertido, espontâneo.
Como imediato ou ordem meus olhos se encharcaram de lágrimas e voltei a soluçar em prantos. Levava minhas mãos aos olhos tentando impedir ou fazer que aquilo parasse mas não adiantava, eram só lágrimas sem motivos que escorriam desesperadamente sem nenhum controle.
Aquele homem agachado ao meu lado apenas sorria.
Depois de alguns minutos quando finalmente consegui reunir forças para dar vida a minha voz, enxuguei meu rosto, circulei um pouco de ar e disse.
- Eu posso entender agora... _naquele instante sorri, foi tudo o que pude fazer antes das lágrimas começarem a escorrer incessavelmente de novo.
O homem levantou-se e deu dois tapinhas no meu ombro, admirou junto comigo por mais alguns minutos a paisagem e foi se guiando para fora do quarto em passos lentos e tranquilos. Quando chegou até a porta parou antes de sair, provavelmente me observava, senti uma sensação de alívio e parei de chorar. Olhei para trás e o vi sorrindo, observei fixamente em seus olhos enquanto fechava a porta e sua imagem era cortada e o êxtase me prende ao momento, a lembrança...

Talvez você não entenda,
talvez prefira não entender. Mas uma coisa é certa,
um dia saberá do que estou falando.




Sallut
17.10.2012

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