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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Imagine. [2]

Havia um castelo negro, sobre ele nuvens que pairavam os céus como maldições, e ao lado relâmpagos que clareavam uma parte do meu mundo por breves instantes, e a minha frente um portão enorme seco desmanchando pelo toque de meus dedos congelados. Eu estava frio, meu dedo estava pálido, olhei para a minha mão e a vi como se eu estivesse morto... o cenário me fazia morto, e de repente meus pensamentos se perdiam na minha mente antes de me alcançarem, e eu estava perdido. Não podia pensar.
Toquei o portão e ele se desfez completamente, fui caminhando e observando o cenário: Era um cemitério. Várias tumbas e ao lado flores secas de quem sabe parentes já esquecidos, ou também mortos, não sei, haviam muitos. Árvores secas e sem vida sem sequer uma unica folha, nem ao chão, nem em lugar algum. Corvos voavam ao notar minha presença, e o bater de suas asas me assustavam, eu não sabia aonde estava mas me assustava profundamente. Finalmente alcancei o castelo e subi as escadas que levava até a porta de entrada principal, ouvi um barulho de cavalgar e olhei, vi um cavalo com alguém escondido em um manto negro saindo pelos fundos do castelo às pressas, e eu não sabia quem era, também não me importei. Toquei a porta e ela também se desfez, vi um cenário grande e majestoso, aos céus haviam velas flutuando num ritmo como se planejado, as janelas eram claras e de dentro nem era tão sombrio quanto parecia de fora. Havia uma tapete vermelho que levava até um trono, e ao lado como uma Igreja eu via bancos enfileirados um atrás do outro com pequenos espaços entre si. Sinto como se alguém me sussurrasse tudo isso. Andei pelo tapete vermelho e cheguei até o trono, não havia ninguém sentado ali. Pelo meu caminhar vi portas enormes escondendo segredos quais eu não tinha o menor interesse em descobrir, apenas caminhei, alcancei o trono e me sentei nele. Senti uma coisa subir pela minha espinha e alcançar meus olhos e de repente tudo ficou claro, o castelo inteiro se desfez e sobrou apenas eu sentado no trono, tudo sumiu. Olhei em volta e havia o cemitério, algo pingou em mim... e de repente começou a chover. Vi meu cabelo cair sobre meus olhos, eram longos, olhei para o lado e vi uma mulher com um vestido rosa bem claro andando com um caminhar doce e suave pelo vale das sombras, pelo cemitério. Sorri ao vê-la, meus olhos ganharam brilho e eu senti uma coisa boa dentro de mim, mas logo em seguida uma fisgada muito dolorosa, dor, muita dor. Eu não sei o que senti, mas pareceu confuso na hora de interpretar. Levei a mão ao peito no lugar do coração e parei de respirar, fiquei imóvel para saber o que havia de errado e não sentia absolutamente nada, apenas o vazio no meu peito... o vazio no meu peito. Não havia nada lá dentro, pra onde será que ele foi? Talvez aquela mulher de vestido saiba...




Sallut
14.12.2011

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