...vinha de longe caminhando e meus passos me trouxeram até aqui, olhei para o chão e vi meus pés calçados em botas de couro coberto por terra, vinha de longe há muitos passos... olhei de um lado ao outro e enxerguei pomares, árvores de galhos de gelo e penas sobrepostas de neve. Mas olhava para o chão e via um verde vívido, brilhante. O horizonte também era coberto por um campo de vida verde, o céu era aquele mesmo azul... celeste e chamuscado com poucas nuvens e claras, mas, mais ao horizonte, haviam montanhas, e elas tinham seu céu cheio de maldade, havia uma tempestade por lá. Meus primeiros impulsos foram ir até as montanhas, mas imaginei o caminho e a chegada, e logo mudei de ideia, olhei para frente e vi um Castelo, um Palácio, brilhares imaginários cheio de maravilhas.
Mas, meu primeiro passo ao castelo me fez confuso, ele se desfez como como se eu os tocasse, como antes, e simplesmente virou pó bem na minha frente, meus olhos encheram-se de lágrimas ao ver um plano de fundo diferente como tal realidade, eu estava novamente no cemitério. Olhei para trás e vi uma porta fechada atrás de mim, presa ao nada, não haviam paredes e nem maçaneta, apenas uma porta. Quando voltei meu olhar para frente vi uma imensidão escura, sem fim, sem tamanho, sem definição... era só um escuro. Dei o meu primeiro passo e como se um salto de milhares de anos a porta se foi atrás de mim para bem longe, me perdi. Não esbarrei em nada nesse lugar, não toquei em nada, apenas estava em pé no vácuo escuro que era aquele espaço. Depois de um longo tempo desanimei, desisti, deitei-me e fechei os olhos, nada mudou. Minha consciência continuava ali e meu corpo não desligava, dos meus olhos não rolavam lágrimas para jorrar fora de mim aquele vazio, da minha boca também não saíam palavras de declarações para o meu futuro insano e amargurado, afogado em solidão. Nada em mim se movia, nada em mim dava vida, nada em mim possuía vida, não mais... de repente, tudo morreu, perdeu a cor, perdeu o sabor, perdeu o odor, perdeu o sentido. Tudo perdeu a vida, até a mesma.
Mas não sei, como se passado muito tempo, ou pouco, acordei, simplesmente. Abri os olhos e estava laçado em braços familiares, dei o primeiro movimento num corpo que nem sentia mais meu e olhei em volta, vi meu amor. Meu coração preencheu-se de saudade no momento, junto com todas as lembranças que o acompanhava até aqui. Não me movi, continuei ali, estava ótimo. Depois a abracei e senti seu cheiro preencher minha cabeça como se trouxesse a fórmula da paz, felicidade e bem estar. Sorri.
A livrei do meu abraço e depois me deliciei ao som de sua voz, de seus toques, de seus beijos, de seus olhares... enchi-me de amor e apenas aproveitei o insano investimento tal dito pela alma, a saudade, feita e concretizada dentro do meu escuro, lá no meio da solidão. Agora eu sei o que é estar longe do bem que me faz essa minha amada...
Diz: o Poeta
19.12.2011
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